
Renato Portaluppi chegou no início da semana, fez apenas um treino de uma hora com os jogadores, conversou muito para explicar o que gostaria de ver em campo na decisão contra o Atlético-PR e teve de enfrentar uma estreia sofrida, de muito esforço e poucos acertos, só decidida na cobrança dos pênaltis. No fim, aliviado, brincou no vestiário:
– Não esperava que fosse tão sofrida. Até brinquei com o pessoal: se o próximo jogo for assim, eu volto para o Rio.
Elogiou a recuperação de Marcelo Grohe nos pênaltis, depois de um erro decisivo no início da partida, gostou que os jovens jogadores do time cumpriram as determinações e constatou o velho problema da equipe: a falta de incompetência na hora da conclusão.
Na entrevista, depois do sofrimento todo, falou com tranquilidade sobre algumas questões da partida:
INEXPERIÊNCIA
– A gente sofre muito pela inexperiência do nosso ataque. É que são garotos e é preciso ter paciência. É com eles que vamos até o final, não tem alternativa. Não dá para esperar que eles façam o que jogadores de 27 anos já conseguem. Agora, eu fui atacante. Vou tentar mostrar o que pode ser feito. Mas a resposta será deles.
O HERÓI
– Falei para o Grohe: você errou naquele lance, acontece com qualquer um, mas tem a grande chance de ser o herói do time. E isso aconteceu. Ele garantiu a classificação.
O ERRO
– O Henrique Almeida errou e vai pedir desculpas (o atacante, ao sair de campo, mostrou o indicador para a torcida que o vaiava e, como Renato determinou, deu entrevista no fim reconhecendo o erro, dizendo que nada o justifica e pedindo perdão). Ele será multado, sim, até para aprender, além da conversa que terei com ele depois. É jovem ainda, ficou perturbado por ter ouvido certas coisas e errou. Não justifica o que fez. Mas precisamos dele.
OFENSIVO OU NÃO
– Eu sempre gostei de futebol ofensivo. Quando estive aqui na segunda vez, não tinha alternativas e tive que fazer um esquema fechado. Jogamos feio, mas fomos vice-campeões no país. Não adianta imaginar um esquema se você não tem as peças. Aí você leva três gols por jogo. O que falta hoje é aproveitar as chances criadas. Os garotos jogaram bem e cumpriram o que foi combinado. Faltou a conclusão.
O APOIO
– A torcida apoiou. Disse aos jogadores que eles trariam para o campo o apoio da torcida. Hoje, alguns vaiaram, mas foram poucos. Deram apoio. Quanto mais torcedores nós tivermos no estádio, menos a bola vai queimar. E com menos erros, ele não será vaiado. Por isso, fiz questão que eles fossem agradecer pelo apoio no final.