
O Grêmio teve 17 conclusões, transformou o confronto com o Juventude em uma disputa de ataque contra defesa, levou o jovem e excelente goleiro Elias a ser o maior destaque em campo, transformou Marcelo Grohe em um atacante nos últimos dois minutos, mas não conseguiu a classificação.
Faltou um gol para anular a vantagem aberta pelo Juventude no primeiro jogo. A vitória de 3 a 1 na tarde deste domingo, na Arena (20.158 torcedores), foi insuficiente – o Grêmio está fora da final, e o Juventude vai decidir o título do campeonato com o Inter (que eliminou o São José no sábado).
O primeiro jogo será no Alfredo Jaconi, no próximo domingo. A decisão, no Beira-Rio, no fim de semana seguinte.
Pressionado pela necessidade de fazer ao menos dois gols no Juventude, o Grêmio deu a impressão de que conseguiria reverter tudo ao marcar logo aos três minutos – e não foi um gol qualquer. Walace, de fora da área, bateu em curva, de primeira, acertando o canto esquerdo do goleiro Elias. Um a zero, um golaço.
A partir daí, o Grêmio teria todo o jogo para buscar mais um gol, que levaria tudo aos pênaltis, ou dois para eliminar logo o Juventude. E passou a pressionar.
Aos 12, Giuliano quase marcou. Aos 32, Douglas buscou Bobô, que não completou por pouco. Aos 33, Elias fez o primeiro de seus milagres: na cobrança de escanteio, a bola desviou em Bressan e só não chegou à rede porque o goleiro deu um tapa, no reflexo, sobre o risco. A bola voltou, bateu de novo em Bressan e foi para fora.
O Grêmio tentou de novo aos 39, aos 42 – outro chute espetacular de Walace – e aos 44. O Juventude, em todo o período, teve apenas uma conclusão sem perigo.
Na volta para o segundo tempo, a exemplo do primeiro, o Grêmio foi logo marcando – mais cedo ainda: a um minuto, Douglas lançou Giuliano, ele driblou para o meio e chutou em curva, colocado, no canto esquerdo.
Nesta altura, a festa era grande. O time anulava a vantagem e tinha mais um tempo inteiro para garantir a vaga – mas aí surgiu o inesperado, que acabou sendo decisivo para a sorte da semifinal. Um minuto depois do segundo gol do Grêmio, o Juventude, já na saída, descontou: Roberson dominou pela meia-esquerda e arriscou. A bola desviou na perna de Bressan e enganou Grohe.
Nova mudança no jogo.
Com este gol, o Grêmio precisaria fazer mais dois – só o 4 a 1 garantiria a vaga. E tudo se encaminhou bem porque logo aos 13, pouco depois de entrar em lugar de Bobô, o equatoriano Miller Bolaños aproveitou bem a jogada de Giuliano e, antes da defesa de Elias, tocou de carrinho para a rede.
O Juventude resumiu suas tentativas ofensivas em dois contra-ataques, que não deram certo. Para garantir o resultado, recuou todo, deixou apenas Roberson no ataque e passou a bloquear a entrada de sua área.
Roger trocou Douglas e Walace por Henrique Almeida e Lincoln, Antônio Carlos respondeu com o volante Vacaria em lugar do atacante Dieguinho.
Sempre que o Grêmio vencia esta barreira, esbarrava no goleiro do Juventude, uma das revelações do futebol gaúcho na temporada.
Aos 17, ele foi preciso ao evitar o gol de Giuliano; aos 19, desviou com a mão esquerda a bola chutada por Douglas, que ainda deslizou no travessão; aos 20, Walace bateu forte, rasteiro, e ele segurou no canto direito; aos 39, Henrique Almeida recebeu livre, na área, avançou, mas Elias defendeu de novo: aos 44, foi a vez de Bolaños enfrentar Elias e, aos 49, quando Marcelo Grohe já estava de atacante, segurou a falta levantada por Luan para a área.
No último minuto, no auge da resistência, o lateral Hélber entrou forte demais em Luan e foi expulso.
Com isso, o Grêmio se volta inteiramente para a Libertadores. Joga já na quarta-feira contra o Rosário.