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4 de janeiro de 2017
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11:06

Ministro da Saúde recua e decide nomear primeira colocada em eleição da Fiocruz

Por
Luís Gomes
luisgomes@sul21.com.br
Proposta do ministro interino da Saúde, Ricardo Barros, traz mais prejuízos do que benefícios, segundo a Proteste. WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
Ricardo Barros | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Cida de Oliveira
Da RBA

Diante da perspectiva de mais desgaste para o governo de Michel Temer (PMDB), o ministro da Saúde, Ricardo Barros, recuou hoje (3) à tarde da sua decisão de nomear a segunda colocada na eleição realizada para a presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde.

Como acontece há 20 anos, os servidores da Fiocruz votam nos candidatos e o ministro da Saúde confirma o resultado, nomeando o mais votado. O ministro Ricardo Barros, porém, anunciou na semana passada que nomearia a segunda colocada, Tânia Araújo Jorge, e não a primeira, Nísia Trindade.

A comunidade científica se mobilizou contra a decisão do ministro, com manifestações de diversas entidades, mesmo durante o feriado de fim de ano. Para resolver o imbróglio, o ministro chamou a Brasília as duas pesquisadoras, que deveriam conversar entre si e chegar a uma conclusão que deveria ser comunicada.

Oficialmente, Barros informou ter havido um “entendimento em torno da unidade” da instituição em um “momento de conciliação” para a polêmica sobre a sucessão na entidade. E que ele, Tânia e os demais integrantes da chapa vão participar da gestão de Nísia após uma “conciliação de interesses de união em torno dos objetivos propostos pela Fiocruz”.

Hoje, deputados de diversos partidos se reuniram com o ministro. “Fomos cobrar respeito à eleição para presidente da Fiocruz. Queremos que prevaleça o resultado que apontou a pesquisadora Nísia Trindade e que ela seja nomeada”, disse Paulo Teixeira (PT-SP).

Segundo ele, o ministro criticou a atual gestão do órgão e se comprometeu a rever sua decisão. “Foi uma derrota para o governo a grande mobilização da comunidade em fim de semana que coincidiu com a virada do ano. Na verdade quem segurou esse processo foi o Palácio. Vários interlocutores levaram para o governo que a comunidade científica não iria aceitar.”

Teixeira lembrou que o caso seria a gota d´água para os cientistas. Primeiro veio a extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com sua fusão à pasta das Comunicações e o rebaixamento de setores importantes, como a agência de financiamento de projetos Finep. Depois, os cortes no setor, que serão congelados pela Emenda Constitucional (EC) 95/2016.


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