Em Destaque|Últimas Notícias>Geral
|
27 de junho de 2016
|
14:53

Parada do Orgulho LGBTS luta por regulamentação de lei que pune homofobia

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br

Aline Leal
Da Agência Brasil

Brasília - A 19ª Parada do Orgulho LGBTS tem como principal mote sensibilizar do governo do Distrito Federal para regulamentar a lei que pune discriminação por razões de orientação sexual. | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Brasília – A 19ª Parada do Orgulho LGBTS tem como principal mote sensibilizar do governo do Distrito Federal para regulamentar a lei que pune discriminação por razões de orientação sexual. | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Milhares de pessoas estão na zona central de Brasília desde o início da tarde de domingo (26) na 19ª Parada do Orgulho LGBTS (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Simpatizantes), que tem como principal mote a sensibilização do governo do Distrito Federal para regulamentar a lei que pune discriminação por razões de orientação sexual.

“A Lei 2.615 foi aprovada em 2000 pela Câmara [Legislativa] do DF, mas na prática precisa de regulamentação para determinar o trâmite que uma denúncia vai ter. Essa ferramenta é fundamental no enfrentamento da homofobia, pois vem punir com multa tanto pessoas quanto estabelecimentos que agirem com discriminação relacionada à afetividade das pessoas”, disse Michel Platini, um dos organizadores do evento. Ele ressaltou que mais importante que o tema escolhido, é a busca das pessoas LGBTS por visibilidade na sociedade.

A concentração da parada começou por volta das 14h, em frente ao Congresso Nacional e deve terminar em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal. Às 17h, a estimativa da organização era de que cerca de seis mil pessoas estavam reunidas próximas ao trio elétrico.

Em cima do trio, militantes convidavam os participantes da marcha a mudarem, com o voto nas próximas eleições, o atual cenário político do país, considerado por eles conservador.

Brasília - A bancária Valéria Faria lamenta que o preconceito ainda seja muito grande no trabalho e na família. | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Brasília – A bancária Valéria Faria lamenta que o preconceito ainda seja muito grande no trabalho e na família. | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

“Vim [para a parada] pelos meus direitos, pra exigir respeito. A parada é um ato político e também serve para que possamos pedir políticas públicas direcionadas a nós, gays e lésbicas”, disse Valéria Fria, de 49 anos.

A bancária lamenta que o preconceito ainda seja muito grande no trabalho e na família. “Eles dizem que aceitam, que respeitam, mas por trás soltam piadinhas. O que a gente quer é ser tratado como qualquer hétero, sem cara feia”, concluiu Valéria.

O ator Pablo Cunha escolheu Frida Kahlo como personagem para incorporar durante a parada como símbolo de força. “De fora, as pessoas às vezes confundem a parada com uma festa, mas isso tudo é um ato político. Visibilidade a gente tem, mas precisamos ser escutados e atendidos”, enfatizou o ator.

Brasília - O ator Pablo Cunha lembrou o massacre na boate Pulse que matou 49 pessoas em uma boate gay, nos Estados Unidos. | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Brasília – O ator Pablo Cunha lembrou o massacre na boate Pulse que matou 49 pessoas em uma boate gay, nos Estados Unidos. | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Segundo Pablo, todos os dias acontecem atos de barbárie contra os homossexuais, porém, otiroteio na boate gay Pulse, no último dia 12, em Orlando, que deixou 49 mortos, choca as pessoas e evidencia a violência diária que os homossexuais vivem.

Abraçadas, o casal Hosana de Oliveira e Bruna Naiara ouviam uma ativista falar em cima do trio elétrico que todo dia é dia de todos os casais mostrarem afeto, andarem de mão dadas e se abraçarem na rua, independentemente da orientação afetiva.

“Eu sei que a gente não deve evitar andar de mãos dadas e demonstrar carinho na rua porque, agindo assim, as pessoas, quando virem [essas manifestações] vão achar que não é normal. Mas no dia a dia, tenho medo de ser hostilizada, de minha esposa e eu sofrermos violência. Estamos tentando mudar nossa cabeça para assim mudarmos a cabeça dos outros”, desabafou Hosana.

Brasília - "Mas no dia a dia, tenho medo de ser hostilizada" disse Hosana, que foi com a companheira Bruna Naiara à 19ª Parada do Orgulho LGBTS de Brasília. | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Brasília – “Mas no dia a dia, tenho medo de ser hostilizada” disse Hosana, que foi com a companheira Bruna Naiara à 19ª Parada do Orgulho LGBTS de Brasília. | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil


Leia também