
Fernanda Morena
A primeira assembleia geral de 2014 do Sindiato de Professores e Educadores do Rio grande do Sul (Cpers) votou pela adesão da categoria à greve nacional marcada para começar na segunda-feira (17), com duração de três dias. A votação ocorreu no Gigantinho, em Porto Alegre, lotado por cerca de 4 mil professores e funcionários da Educação.
O tom da assembleia revelou as divergências dentro da categoria. Parte dos professores defendia uma greve por tempo indeterminado, em vez da adesão à greve nacional.
O argumento dos sindicalizados que queriam uma paralisação independente do Conselho Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) é de que a pauta nacional, que defende a criação do Plano Nacional da Educação (PNE), iria de encontro aos interesses da categoria no estado.
Definida a participação do sindicato na mobilização em Brasília, a categoria espera pressionar o governo federal para a aprovação de um piso salarial nacional. No âmbito estadual, o sindicato espera também conseguir a nomeação de professores e funcionários aprovados no concurso do magistério, realizado em 2013. Até agora, apenas 5% foram convocados.

Desde fevereiro a categoria vem pedindo encontros oficiais com o governo estadual para definir dez pontos que ficaram sem definição, desde a greve do ano passado. Dentre as reivindicações estão o 1/3 do Hora Atividade, a nomeação de professores e funcionários e a criação de um piso nacional.
Apesar da divisão entre os presentes, o tom do encontro foi de apoio à luta da categoria, lembrando dos movimentos sociais que tomaram as ruas do país em junho do ano passado. “Educação faz a luta”, diziam os presentes.
Os sindicalizados que se inscreveram para manifestação na assembleia usaram seus três minutos de fala para criticar o governador Tarso Genro por não aplicar a lei do piso, assinada no início de seu governo. O momento também foi aproveitado pelas chapas dissidentes para criticar a atuação da diretoria do sindicato no tratamento dos entraves com o governo estadual.
“Essa direção quis mudar a greve de tempo indeterminado para paralisação de três dias, uma ‘Greve de vanguarda’. Quem quer greve de vanguarda não sabe o tamanho que essa categoria tem”, disse uma das manifestantes.
Apoio às mulheres
Nesse mês de março, que se comemora o Dia Internacional das Mulheres, a categoria, formada 85% por mulheres, demonstrou apoio à luta contra a violência sofrida pelas brasileiras, além de reivindicar por melhores condições de trabalho para as professoras gaúchas – como a criação de creches para trabalhadoras.
A “caminhada lilás” uniu a classe na mobilização que caminhou do Gigantinho ao Largo Glênio Peres.