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15 de outubro de 2015
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21:17

Cidades da Região Metropolitana sofrem com granizo e alagamentos

Por
Sul 21
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Em Canoas, foi decretado situação de emergência. Além do granizo, cidade teve alagamentos|Foto: Prefeitura Canoas
Em Canoas, foi decretado situação de emergência. Além do granizo, cidade teve alagamentos|Foto: Prefeitura de Canoas

Da Redação*

Além da Capital, a Região Metropolitana foi atingida pelos temporais ocorridos entre o final da tarde de quarta-feira (14) e a manhã desta quinta-feira (15). Canoas, Gravataí, Nova Santa Rita, Cachoeirinha e Sapucaia do Sul são algumas das cidades mais afetadas pelas chuvas e o granizo.

Em Canoas, o prefeito Jairo Jorge (PT) decretou, no final da manhã, situação de emergência no município devido aos prejuízos. A estimativa, informou a prefeitura, é que 10 mil residências tenham sido danificadas pelo vento forte e o granizo que atingiu a cidade na noite de quarta. Ao mesmo tempo, foram registrados 81 milímetros, mais de 70% do volume previsto para todo o mês de outubro, que é de 114 milímetros.

Em Canoas, choveu 70% do volumeprevistoparaom~esdeoutubro|Foto: Prefeitura de Canoas
Em Canoas, na noite de quarta-feira foi registrado 81 milímetros de chuva, 70% do volume previsto para outubro, que é de 114 milímetros|Foto: Prefeitura de Canoas

Desde a noite de quarta-feira, equipes da Defesa Civil, da Guarda Municipal, das subprefeituras, das secretarias de Desenvolvimento Social e de Obras percorrem os locais atingidos com o fim de prestar auxílio às famílias e monitor as sete casas de bombas de Canoas. Na madrugada de quinta, 82 pessoas foram removidas de suas casas e acolhidas em duas escolas municipais: Santos Dumont, (Niterói), com 52, e Paulo VI (Fátima), com 30.

Já a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil atendeu cerca de 500 pessoas em sua sede, além de centenas de chamados por telefone até as 4h. As equipes da prefeitura contabilizaram mais de mil atendimentos diretos nas ruas. A distribuição de lonas segue nesta quinta e podem ser retiradas nas quatro subprefeituras e na sede da Defesa Civil (Rua Bandeirantes, 450, Bairro Nossa Senhora das Graças). Uma nova compra de lonas foi feita ainda na manhã desta quinta.

Também a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos deslocou um caminhão com água potável com 10 mil litros para abastecer a população do bairro Niterói, um dos mais atingidos. O veículo ficará no estacionamento do Palácio dos Motoristas, localizado na esquina da Rua Iraí com a BR-116. Devido à falta de luz, foi necessário instalar geradores nas duas Casas de Bombas do Niterói, onde funcionam cinco motores.

O decreto de situação de emergência agilizará a liberação de recursos do próprio município, além do Estado e da União, para atender as necessidades mais urgentes da população das áreas afetadas pelo temporal. Também autoriza a prefeitura a adquirir lonas e telhas, emergencialmente, e a convocação de voluntários para reforçar as ações. Aliás, a prefeitura está precisando de voluntários para limpar um prédio, localizado na Rua Marechal Rondon, 100, bairro Niterói, que receberá desabrigados, e ainda para o ginásio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Paulo VI, onde já há pessoas atingidas pelo temporal. Também a população está precisando de doações de colchões e água.

Procon – Após receberem denúncias de aumentos de preços abusivos do metro de lona, o Procon-RS realizou uma ação conjunta com o órgão de Canoas para notificar empresas da cidade em que foram registrados esses aumentos. “O objetivo da notificação é evitar o aumento injustificado do preço das lonas, para fins de orientação do lojista. Não cabe ao Procon-RS estipular preço nos produtos, mas, sim, evitar práticas abusivas”, explicou Flávia do Canto Pereira, diretora executiva do Procon no Estado. Flávia afirmou, ainda, que, nas enchentes do último mês de julho, o Procon recebeu denúncias de elevação abusiva do preço do galão da água, especialmente na cidade de Alvorada, mas que até o momento não recebeu novas reclamações do tipo.

Setores do hospital de Sapucaia foram afetados pelo destelhamento e pacientes tiveram de ser transferidos|Foto: Prefeitura de Sapucaia do Sul
Setores do hospital de Sapucaia foram afetados pelo destelhamento e pacientes tiveram de ser transferidos|Foto: Prefeitura de Sapucaia do Sul

Sapucaia tem parte do hospital danificado

Sapucaia do Sul foi outra cidade bastante castigada pelo temporal. A exemplo de Canoas, foi decretada situação de emergência no município. Diversas residências ficaram destelhadas e seis destruídas, além de alagamentos pelo aumento do nível do rio nos bairros Carioca e Fortuna, dois dos locais mais afetados junto com a Grande Vargas – incluindo o Loteamento Colina Verde. Como consequência, 595 pessoas ficaram desalojadas só nas localidades de Fortuna e Carioca. Desse número, 184 foram levados para abrigos providenciados pela prefeitura, no Ginásio Kurashiki e na Escola Municipal Otaviano Silveira. Cento e vinte e dois kits de lona já foram distribuídos e foi providenciada uma nova compra do material, segundo o Executivo.

O granizo também danificou o telhado do Hospital Municipal Getúlio Vargas e 16 pacientes precisaram ser transferidos para outros setores da unidade e para estabelecimentos de saúde de Esteio e Tramandaí. Todas as consultas e cirurgias eletivas foram canceladas. Outros prédios públicos foram danificados e as aulas na rede municipal de ensino foram canceladas até a sexta-feira (16).

A Defesa Civil está pedindo doações de colchões, cobertores, edredons, roupas de cama, produtos de higiene e alimentos não perecíveis. Os materiais devem ser entregues na Guarda Municipal (Rua Tiradentes, 624), em qualquer horário do dia ou da noite; na Secretaria de Desenvolvimento Social (Rua Tiradentes, 664), das 8h às 18h15min; ou no CRAS Central (Rua Santa Catarina, 648), das 8h às 17h. Os moradores podem contatar a Defesa Civil pelos telefones 3474-8356 ou 153.

Nova Santa Rita pede auxílio do Exército

Em Nova Santa Rita, cerca de cinco mil residências foram danificadas pelo granizo e pelo vento forte da madrugada de quinta-feira, além de prédios públicos, como postos de saúde. A cidade está sem energia elétrica e a comunicação é precária, segundo informações da prefeitura, que solicitou a ajuda do Exército para montar hospitais de campanha. A produção de hortaliças e frutas do município também foi prejudicada.

Ainda nesta quinta deverá ser decretada situação de calamidade pública em Nova Santa Rita. A cidade está precisando de doações de água, alimentos, colchões, lonas e telhas. Os atingidos podem procurar a prefeitura para se cadastrar e receber lonas.

Em Cahoeirinha, segundo a Defesa Civil, pelo menos mil casas sofreram estragos devido ao granizo. Os bairros mais afetados foram Anair, Granja, Fátima, Vista Alegre e Canarinho. Não há mais lonas na cidade, segundo a prefeitura, que diz estar providenciando a compra do material em municípios dos arredores.

O acesso à cidade também corre o risco de ser bloqueado devido ao nível do rio Gravataí, que continua subindo. A prefeitura disponibilizou telefones para a população que precisar de ajuda: 3041-7155, 3041-6216, 3041-7165, 3471-7627 e 3041-7163.

Em Gravataí, ocorreram alagamentos e famílias de áreas de risco precisaram ser removidas|Foto: Prefeitura de Gravataí
Em Gravataí, ocorreram alagamentos em 2,5 mil casas e famílias  precisaram ser removidas|Foto: Prefeitura de Gravataí

 1, 5 mil pessoas com residências destelhadas em Gravataí

Em Gravataí, conforme estimativa da Defesa Civil, aproximadamente 1,5 mil pessoas tiveram suas residências atingidas pelo granizo e 2,5 mil casas foram alagadas, além da queda de cerca de 10 árvores de grande porte. Algumas das localidades mais afetadas pelo temporal foram Morungava e Vila Rica, lugar onde há um grande número de pessoas que vivem em áreas de risco. Equipes da prefeitura precisaram remover algumas famílias durante a madrugada de quinta-feira. Dos moradores da Vila Rica, pelo menos 40 estão abrigadas na Igreja Encontros da Fé.

Também foram atingidos os bairros Vila Maria, Novo Mundo, Parque dos Anjos, Caça e Pesca, Vera Cruz, Neópolis, São Vicente, Santa Cruz, Sagrada Família, Morada do Vale I, São Judas Tadeu e Bom Sucesso. O Comitê de Apoio Humanitário centralizou as ações na prefeitura, onde recebe doações de alimentos e lonas.

Em Esteio, moradores de regiões ribeirinhas tiveram de ser removidos de suas casas|Foto: Prefeitura de Esteio
Em Esteio, moradores de regiões ribeirinhas tiveram de ser removidos de suas casas|Foto: Prefeitura de Esteio

Alerta em Esteio

Já em Esteio, a Defesa Civil emitiu um alerta às comunidades ribeirinhas do município sobre a enchente devido ao aumento do volume de águas nos arroios Esteio e Sapucaia e ao nível elevado do Rio dos Sinos. Estão em situação de risco as localidades São José, Ezequiel, Navegantes, São Sebastião, Bom Jesus, Guterres, Esperança, Rua Theodomiro Porto da Fonseca, Travessa Santa Catarina e Rua Bento Gonçalves. Para os moradores desses locais, a Defesa Civil orientou erguer móveis, proteger animais de estimação e aguardar a chegada do socorro.

Do fim da tarde de quarta-feira (14) até as 15h desta quinta-feira foram registrados mais de 115 milímetros de chuva sobre a cidade. Ao todo, na semana, já são mais de 275 milímetros. A Defesa Civil disponibilizou telefones para auxílio à população: 153, 8600-8366, 3459- 6326 e 3459-9144.

*Com informações das assessorias de imprensa das prefeituras

Estimativa da prefeitura é que 10 mil casas tenham sido danificadas pelo granizo em Canoas|Foto: Prefeitura de Canoas
Estimativa da prefeitura é que 10 mil casas tenham sido danificadas pelo granizo em Canoas|Foto: Prefeitura de Canoas

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