
Débora Fogliatto
No dia 2 de agosto, a jovem Gisele Santos, 22 anos, viveu momentos de terror e violência, que partiu de seu próprio companheiro. Ela foi agredida com golpes de facão pelo então namorado, Élton Jones Luz de Freitas, na casa onde viviam, em São Leopoldo, no Vale dos Sinos. Os ataques a deixaram sem as duas mãos e um pé, além de cortes na cabeça e no abdômen.
Diante da brutalidade do caso, Gisele tem se tornado o mais novo símbolo na luta contra a violência doméstica. Desde que o caso se tornou público, uma corrente de solidariedade tomou conta de diversos grupos para tentar ajudá-la no que for possível. Uma postagem do músico Sérgio Mossmann no Facebook, a primeira a divulgar o caso da jovem, já alcançou mais de 2 mil compartilhamentos.
Ao mesmo tempo, movimentos feministas e de mulheres que já lutavam pelo fim da violência doméstica também se mobilizam para auxiliá-la. Neste sábado (22) algumas militantes se reuniram no Parque da Redenção para demonstrar apoio e divulgar o caso.
Durante o pequeno ato, organizado por meninas independentes, mas que teve participantes do coletivo Juntas, Movimento Mulheres em Luta e Ni Una a Menos Porto Alegre, as jovens protestaram contra o machismo e pediram o retorno da Secretaria de Políticas para Mulheres. Alguns cartazes diziam “Machismo mata, as mulheres seguem morrendo! Sartori, cadê a nossa secretaria?”, “Somos todas Gisele! Chega de violência contra a mulher” e “Nenhuma mulher a menos”.

A irmã de criação de Gisele, Alice Amaro, marcou presença e agradeceu pelo apoio, relatando a situação atual da jovem. “Atualmente, o que ela mais precisa é o dinheiro para as próteses. Ainda não sabemos exatamente o valor, porque precisa ser feita uma pesquisa específica quando ela tirar os pontos, mas estimamos que será cerca de R$ 26 mil cada uma”, conta.
Por outro lado, a campanha de arrecadação de fraldas e lenços umedecidos, necessários devido aos ferimentos no abdômen, já reuniu um grande número desses itens, que não são mais requisitados por enquanto. O reimplante dos pés foi possível, mas as mãos não eram recuperáveis. Gisele, sua mãe e irmão já estão em uma casa em local desconhecido pelo agressor, para que ele não volte a ser uma ameaça caso saia do Presídio Central.
Alice conta que, com a grande repercussão do caso, ela tem recebido ligações e mensagens para a irmã. “Nem todo mundo que liga doa, algumas pessoas apenas perguntam como ela está, mandam mensagens de apoio, ou dizem que estão rezando por ela”, afirma. A família agora criou a página Juntos com a Gisele, onde postam atualizações e notícias a respeito dela.
Duas arrecadações virtuais no site Vakinha já foram criadas. Uma delas, feita por Alice, já recebeu pouco mais de R$ 1.000, enquanto outra, criada de forma independente, já conta com mais de R$ 2.005. Quem quiser ajudar também pode contatar a irmã de Gisele pelo celular 9860-5502 (com WhatsApp).