Da Redação
Depois de uma acalorada discussão no Twitter, na noite da última segunda-feira (14), entre a vereadora Fernanda Melchionna, o deputado estadual Pedro Ruas, ambos do PSOL, e o prefeito da Capital, José Fortunati (PDT), sobre a tarifa do transporte coletivo, a direção estadual da sigla divulgou nota nesta quarta (16) com críticas ao Executivo. A passagem chegou a subir para R$ 3,75 no dia 22 de fevereiro, mas, três dias depois, voltou para os R$ 3,25, graças a uma ação movida pelo partido. Desde lá, há uma batalha judicial da Prefeitura para reverter a decisão. Além disso, empresas do consórcio que operacionalizam o transporte também foram à Justiça cobrar a diferença do valor do Executivo e conseguiram êxito.
Já na terça-feira (15), o Tribunal de Justiça do Estado, por meio do seu presidente, Luiz Felipe Silveira Difini, mais uma vez negou o pedido do governo municipal para revogar a suspensão do reajuste. Na nota desta quarta, o PSOL critica a Prefeitura que, conforme a sigla, “decretou um aumento abusivo e ilegal da tarifa, acima da inflação, e sem consulta ao Conselho Municipal de Transporte Urbano.” Mais uma vez, o partido justificou que foi à Justiça reivindicar a redução da tarifa porque a população “não aguenta mais tanto aumento.” O PSOL também criticou o Executivo por recorrer à Justiça para garantir a validade do reajuste.
Na nota, o PSOL, reclama, ainda, da cobertura dada pela RBS TV e pela Rádio Gaúcha ao assunto, que não teria dado espaço aos integrantes do partido para defender sua posição, apesar se ser o responsável pela ação de suspensão do aumento da tarifa. A nota é assinada por Roberto Robaina, da direção nacional do PSOL, e pelo presidente estadual do partido, Israel Dutra.
Confira a nota na íntegra:
O PSOL e o aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre:
1) A prefeitura de Porto Alegre, comandada por José Fortunati e Sebastião Melo, decretou um aumento abusivo e ilegal da tarifa, acima da inflação e sem consultar o Comtu.
2) O povo não aguenta mais tanto aumento. Por isso o PSOL entrou na Justiça reivindicando a redução da passagem. A causa do povo foi vitoriosa e a população passou a pagar 50 centavos a menos para andar de ônibus a partir do dia 25 de fevereiro. A prefeitura, ao invés de ficar ao lado do povo, preferiu agir como advogada das empresas de ônibus, entrando na Justiça para que a passagem voltasse a subir.
3) Em 2004, a passagem custava R$ 1,55. Até hoje, a inflação medida pelo IPCA subiu 89,6%. Mas a passagem, neste período, subiu 141,9%. Se fosse corrigida pela inflação, como ocorre com os salários do povo, a tarifa de ônibus em Porto Alegre deveria estar em R$ 2,93, não em R$ 3,75 como querem as empresas e a prefeitura.
4) Neste conflito, a RBS tem escolhido seu lado. A Rádio Gaúcha, no dia 15/03, e a RBS TV, no dia 16/03, deram amplo espaço em seus programas à prefeitura e às empresas, mas se recusaram a ouvir o PSOL, que foi quem protocolou a ação que revogou o aumento. De todos os grupos de comunicação do Estado, a RBS foi a única que se comportou desta forma antidemocrática e censora, excluindo o PSOL e suas lideranças do debate público.
Roberto Robaina – Direção Nacional do PSOL
Israel Dutra – Presidente do PSOL/RS
