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15 de fevereiro de 2016
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19:34

Combate ao Aedes aegypti depende de engajamento da população, diz Fortunati

Por
Sul 21
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| Foto: Caroline Ferraz/Sul21
Dados foram apresentados pelo secretário Fernando Ritter, com a presença do prefeito | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

Débora Fogliatto

A Prefeitura de Porto Alegre, a partir da Secretaria da Saúde e da Vigilância Sanitária, em conjunto com as Forças Armadas, o Grupo Hospitalar Conceição e o governo estadual, visitou 27 mil residências no último sábado (13) para conscientizar os cidadãos sobre a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor dos vírus da dengue, zika e chikungunya. As visitas aconteceram em 12 bairros, os quais historicamente têm maior índice de infestação ou que foram identificados como locais que precisavam de orientações por terem maior número de criadouros. A ação fez parte das mobilizações nacionais do Dia D de Combate ao Aedes Aegypti.

Participaram da ação mil militares e 450 funcionários da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), além de voluntários. Das 47 mil residências dos bairros selecionados, em 82% foi possível realizar a visita, e em 70% delas as equipes foram recebidas pelos próprios moradores. Estes, além dos panfletos e materiais, também receberam orientações sobre as doenças e possíveis focos de proliferação dos mosquitos. “Em menos de 2% das casas a população se recusou a receber as equipes. Cumprimos todos os requintes de excelência”, destacou o secretário Fernando Ritter.

O prefeito José Fortunati acredita que a presença das Forças Armadas foi o que motivou as pessoas a abrirem mais suas casas do que normalmente o fazem durante este tipo de ação. “A farda dá credibilidade e faz as pessoas se sentirem seguras”, apontou. As visitas identificaram 3.479 criadouros, dos quais 81% estão dentro de casa, especialmente em baldes e potes, pratinhos embaixo de vasos, ralos de águas de chuva e bromélias.

 | Foto: Caroline Ferraz/Sul21
Ritter destacou que menos de 2% das pessoas não deixaram as visitas acontecerem em suas casas | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

É por isso que, para o prefeito, o mais importante no combate ao Aedes é a participação de toda a cidade. “Se não tivermos a colaboração da população, olhando seu quintal, não vamos combater os mosquitos. Só teremos êxito nessa verdadeira guerra da saúde pública com a plena adesão da população”, afirmou.

No bairro Vila Nova, onde já foram registrados cinco casos autóctones, a Prefeitura deve retornar ao longo da semana para inspecionar novamente e remover acúmulos de lixo. Os bairros foram selecionados a partir do Levantamento Rápido de Índices de Infestação, realizados ao longo de janeiro e fevereiro, em que foram analisados 7.500 residências em 57 bairros, que mostraram um índice de infestação média de 2,2%, considerado de médio risco pelo Ministério da Saúde. O reforço aconteceu nos bairros: Chácara das Pedras, Sarandi, Cristo Redentor, Três Figueiras, Independência, Floresta, Centro, Petrópolis, Bom Fim, Bela Vista, Partenon e Vila Nova.

No total de bairros, há 47 mil residências, das quais as equipes bateram em 39 mil — em cerca de 10 mil não havia ninguém em casa. Ainda nesta semana, a Prefeitura pretende conseguir visitar as 20 mil residências restantes para cobrir toda a área selecionada.

Pyriproxyfen

A Prefeitura esclareceu ainda que não utiliza e nunca utilizou o larvicida Pyriproxyfen no combate ao Aedes. A substância foi alvo de polêmica ao ser apontado por uma organização argentina como possível causador da microcefalia e, nesta segunda-feira (15), o governo do Rio Grande do Sul anunciou que irá suspender o uso do produto no Estado. “Nós realizamos uma estratégia de controle mecânico, ações que removem criadouros e as larvas encontradas”, explicou Ritter, dizendo que se trata de um processo “totalmente seguro, eficiente e sustentável”. Por isso, a decisão estadual não afeta o município de Porto Alegre.


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