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12 de junho de 2014
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14:23

Prefeitura aceita negociar dias parados caso greve dos municipários seja encerrada

Por
Sul 21
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Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Municipários realizaram manifestação em frente ao Dmae | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Débora Fogliatto

A diretoria do Sindicato dos Municipários (Simpa) se reuniu com a prefeitura na tarde desta quinta-feira (12). Na reunião, o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) apontou a possibilidade de não descontar os dias paralisados e nem haver punição de nenhuma forma para os grevistas. O encontro segue na manhã desta sexta-feira (13), às 8h, de onde o comando de greve se dirige para a assembleia da categoria, marcada para as 9h, para apresentar a proposta.

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“Estamos construindo um documento, a expectativa é tê-lo completo amanhã de manhã”, disse Solange Côrrea, da direção-geral do Simpa. A diretora Débora Xavier explicou que o avanço acontecido foi no sentido da elaboração de uma ata da reunião, apesar de o governo insistir em não enviar um documento formal. A ata, onde constará os pontos discutidos, será levada à assembleia para ser debatida. Também partciparam da reunião vereadores, secretários e o Comitê de Política Salarial da prefeitura.

Na ocasião, a prefeitura propôs manter o reajuste em 6,28%, como já havia proposto, e o vale-alimentação em R$ 17. A proposta é simular à apresentada anteriormente, exceto por concordar com a compensação dos dias parados. “Isso fica condicionado à assembleia aceitar e encerrar a greve, com isso fica garantida a não-punição”, relatou Débora. O comando de greve vai avaliar com mais calma a ata da reunião nas próximas horas. A prefeitura divulgou nota sobre o encontro em que reitera que “Sebastião Melo salientou a importância da palavra da prefeitura e dos dirigentes do sindicato para a greve chegar ao fim”.

Mobilizações

Os servidores municipários de Porto Alegre fazem mobilizações na frente do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), na avenida Princesa Isabel, durante esta quinta-feira (12). Na quarta-feira (11), os municipários foram até a Câmara de Vereadores após realizarem assembleia. Lá, os parlamentares pediram a presença do vice-prefeito Sebastião Melo, que tem sido a pessoa a negociar com os municipários representando a prefeitura. Lá, o vice-prefeito sinalizou em uma conversa que poderia aceitar negociar, mas o Simpa exigiu a elaboração de um documento formal.

Carmen Padilha, diretora de Comunicação do Simpa, considera “inexplicável” que a prefeitura não aceite a compensação dos dias parados. Esse ponto é inegociável para os servidores, que afirmam que não voltarão a trabalhar enquanto isso não for acertado. Carmen conta que alguns vereadores se manifestaram e colocaram para o prefeito a necessidade de negociar a compensação, inclusive alguns da base do governo. “Isso é vantajoso para a população, nós vamos trabalhar os dias que não trabalhamos. É insustentável justificar para a opinião pública não aceitar que os servidores prestem serviço”, colocou.

O Dmae divulgou, nesta quarta-feira, que desde o início da greve já contabiliza 1.425 serviços de água e esgoto que não foram realizados pelo Departamento. Para os servidores, isso só é mais um motivo para a prefeitura decidir negociar. “Quando dizem que pode faltar água, pode mesmo. Mas a gente quer solucionar, só que não vamos sair da greve sendo punidos. Nós temos força ainda”, disse Carmen, lembrando que a greve tem mais de 80% de adesão na educação.

A greve dos municipários teve início na segunda-feira da semana passada (2). Os servidores reivindicam reajuste de 20%, o fim das terceirizações, vale-alimentação de R$ 23, isonomia salarial entre as secretarias e o fim do assédio moral aos trabalhadores. A última proposta da prefeitura foi de reajuste de 6,28%, o que representa a reposição da inflação.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

 


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