Da Redação
Em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira (18), trabalhadores do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) aprovaram suspender temporariamente a greve da categoria. O objetivo é tentar retomar o diálogo com a Prefeitura. Uma reunião entre o secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer, e os sindicatos que representam os trabalhadores havia sido marcada para a próxima terça-feira (22), mas foi cancelada na quarta-feira depois que a greve foi retomada na quarta-feira (16). Caso isso não ocorra, uma greve por tempo indeterminado será convocada a partir do dia 24.
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Também nesta sexta, em assembleia convocada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), os médicos que atuam na atenção básica municipal decidiram aderir ao movimento dos demais trabalhadores, que é liderado por Sindisaúde-RS, Sergs, Sindacs e Soergs. Os médicos decidiram que irão aderir à greve a partir do dia 24, caso Marchezan não retome a negociação com os trabalhadores do Imesf.
A paralisação no Imesf foi aprovada no início de outubro contra a decisão do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) de demitir 1,8 mil trabalhadores da entidade e terceirizar os serviços de saúde da família no município. Inicialmente, a greve durou três dias, entre 9 e 11 de outubro, e suspensa pelos trabalhadores na sexta-feira passada em uma tentativa de chamar a Prefeitura para o diálogo, uma vez que Marchezan tinha colocado a suspensão da paralisação como condição.
A decisão desta sexta-feira (18) tem o mesmo intuito. “Se ele mantiver sua postura intransigente, na quinta uma nova assembleia votará, dessa vez, greve por tempo indeterminado, que, se aprovada, deve ter início na semana do dia 27”, disse o Sindisaúde em nota.
Os trabalhadores decidiram ainda que, na próxima terça-feira (22), irão realizar uma grande doação de sangue para os bancos de Porto Alegre.
Entenda a situação do Imesf
No dia 17 de setembro, o prefeito Marchezan apresentou um plano para terceirizar os serviços de atenção básica de saúde de Porto Alegre como resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 12 de setembro, que considerou o Imesf ilegal. Para o STF, o instituto criado em 2011 não é constitucional por se tratar de uma fundação pública de direito privado. Como consequência, a Prefeitura informou que deverá demitir todos os 1.840 funcionários do Imesf e dar baixa no CNPJ do instituto.
Os trabalhadores iniciaram então uma série de manifestações contra as demissões e para cobrar do prefeito o que eles entendem como o resultado verdadeiro da decisão do STF, que é a exigência de contratação direta de servidores para a atenção básica. Eles cobram a incorporação dos atuais trabalhadores do Imesf à administração direta, a criação de uma fundação de direito público ou realização de concurso.
