Cidades
|
1 de julho de 2015
|
18:36

Mapa Falado da proteção social de Canoas é destaque em evento na Colômbia

Por
Luís Gomes
luisgomes@sul21.com.br
Mapa Falado da proteção social de Canoas é destaque em evento na Colômbia
Mapa Falado da proteção social de Canoas é destaque em evento na Colômbia
Usuários da rede proteção social participaram de reuniões para a elaboração do Mapa Falado | Foto: Winny Padaratz/Prefeitura de Canoas
Usuários da rede proteção social participaram de reuniões para a elaboração do Mapa Falado | Foto: Winny Padaratz/Prefeitura de Canoas

Da Redação

O projeto do Mapa Falado da rede de proteção social, desenvolvido pela cidade de Canoas (RS), ganhou destaque em um evento na Colômbia, na última semana, como uma iniciativa inovadora de inclusão social e de garantia de participação social.

Entre os dias 22 e 26 de junho, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Maria Eunice Wolf Dias, e a diretora de Vigilância Socioassistencial e Gestão da Informação, Marlene Fiorotti, apresentaram a metodologia do Mapa Falado no Terceiro Simpósio de Investigação e Ação Participativa em Bogotá, na Colômbia, evento em que foram divulgadas experiências de nove países da América Latina. O projeto canoense foi escolhido para participar do evento pela Universidade de Bogotá.

O que é o Mapa Falado

Maria Eunice explica que a ideia para construir o Mapa Falado surgiu após a divulgação da diretriz da Política Nacional de Assistência Social que pede que todos os municípios do país concluam um plano de ação na área através de um diagnóstico elaborado a partir de dados científicos, como estatísticas do IBGE, PNUD, FEE, etc. Em Canoas, a população foi procurada para ajudar a elaborar um quadro territorial do sistema de proteção social da cidade.

“Em Canoas, resolveu-se combinar o diagnóstico dos dados sistematizados com uma metodologia para ouvir, escutar e debater com a população canoense qual a visão de proteção social”, disse Maria Eunice.

Ela explica que, na primeira etapa da elaboração desse mapa, em 2014, os usuários das políticas de proteção social – pessoas com acesso ao Bolsa Família, pessoas com deficiência, idosos, mulheres vítimas de violência, desempregados, famílias com baixa renda e situação habitacional precária – foram ouvidos em reuniões realizadas em todos os bairros de Canoas.

Nestes encontros, primeiro definiram um conceito de proteção social, que foi entendido como garantia ao acesso a direitos, como educação, saúde e segurança. Posteriormente, as pessoas identificaram se as ruas e quadrantes da cidade eram territórios de proteção ou desproteção social.

“Foram identificando rua por rua onde estão os equipamentos de proteção, assim como identificaram os organismos não formais que também fazem proteção. Por exemplo, um campinho de futebol que permite que as crianças não fiquem na rua”, explica Maria Eunice.

Mapa deve dar suporte a plano de ação

De acordo com os dados preliminares, 70% da população de Canoas vive em áreas com proteção social. Isto é, áreas com atendimento de saúde, educação e segurança adequados. Já nos outros 30% do território da cidade, a população apresentou como principais problemas a presença de traficantes, bocas de fumo e o descarte de corpos de pessoas assassinadas. Além disso, também foram identificados os locais em que há falta de postos de saúde, de escolas, etc.

Em um segundo momento, foram feitas novas oficinas com a população para apresentar os resultados iniciais sobre a situação da proteção social na cidade. “Conversamos sobre o que eles achavam que era prioridade para eles. As ações não necessariamente precisam ser governamentais, podem partir da própria sociedade, associação de moradores, escolas, clubes de futebol”, salienta Maria Eunice.

A divulgação do diagnóstico final do Mapa Falado será feita em agosto. O objetivo é que ele sirva de suporte para a construção de um plano de ação da secretaria e torne-se uma ferramenta que possa ser utilizada pela Prefeitura de Canoas para descobrir qual serviço falta em cada região e quais áreas devem ser priorizadas. “O chamamento público para prestar serviço será coerente com a realidade do território, e não com aquilo que o gestor considere mais importante”, afirmou.


Leia também