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15 de fevereiro de 2017
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11:03

Sob protestos, STF libera nomeação de Moreira Franco para ministro

Por
Sul 21
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Sob protestos, STF libera nomeação de Moreira Franco para ministro
Sob protestos, STF libera nomeação de Moreira Franco para ministro

Do Brasil de Fato

Decisão ocorre após batalha judicial entre governo e oposição em três ações diferentes na Justiça Federal / Wilson Dias/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a nomeação do peemedebista Moreira Franco para o cargo de secretário-geral da Presidência da República. Em decisão proferida na noite desta terça-feira (14), o ministro Celso de Mello indeferiu o pedido feito pela Rede e pelo PSOL de suspender a condução dele ao posto. As legendas argumentam que haveria desvio de finalidade na nomeação.

Citado 34 vezes em uma única delação da Lava Jato, o nome do peemedebista enfrenta grande resistência de setores da oposição, que acusam o governo de tentar protegê-lo das investigações da Lava Jato. Com a condução ao cargo de ministro, Franco passa a ter foro especial e, em caso de julgamento, escapará da alçada do juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação na primeira instância do Poder Judiciário.

A decisão do STF foi bastante aguardada nesses últimos dias, após um acirrado duelo judicial entre governo e oposição, que, paralelamente, enfrentaram embates na Justiça Federal em três ações distintas, ajuizadas com o objetivo de questionar a nomeação.

Nas ações protocoladas junto ao Supremo, a Rede e o PSOL se baseiam em decisão do próprio STF proferida em março de 2016, quando foi suspensa a nomeação do ex-presidente Lula para o comando da Casa Civil pela ex-presidenta Dilma Rousseff.

Na ocasião, o ministro Gilmar Mendes atendeu ao pedido da oposição, alegando que a condução do petista ao cargo configurava desvio de finalidade porque teria a intenção de livrá-lo das investigações da Lava Jato.

Reação

A decisão proferida pelo ministro Celso de Mello causou reações em expoentes da oposição. Em pronunciamento feito na noite desta terça (14), o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) acusou o Supremo de atuar sob “seletividade política”.

“É inaceitável que haja uma posição pra um e outra pra outro. O Judiciário está agindo politicamente”, criticou o parlamentar.

O líder do PSOL na Câmara, Glauber Braga (RJ), também acusou o Supremo de “seletividade”. “Se houve um provimento no caso de Lula e agora houve provimento ao contrário do que tinha sido adotado, e o pleno do Supremo não tinha se manifestado sobre a decisão anterior, pra gente há uma incoerência nas decisões do Supremo”, afirmou o líder do PSOL.

Ele informou que o partido está avaliando qual seria a melhor medida, tanto judicial quanto política, para recorrer da decisão.

Do ponto de vista técnico-jurídico, o rito processual admite agravo regimental – um tipo de recurso – a ser apresentado junto ao pleno do Tribunal.


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