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14 de julho de 2015
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13:03

Lava Jato: PF faz primeiras buscas com senadores e políticos denunciados. Collor na lista

Por
Sul 21
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Lava Jato: PF faz primeiras buscas com senadores e políticos denunciados. Collor na lista
Lava Jato: PF faz primeiras buscas com senadores e políticos denunciados. Collor na lista

Do GGN

A Polícia Federal deflagra nesta manhã mais uma fase da Operação Lava Jato, com as investigações envolvendo parlamentares e políticos. Ao todo, são 53 mandados de busca e apreensão solicitados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pelos ministros Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Os senadores Fernando Collor de Melo (PTB-SL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) são alguns dos alvos dessa etapa da operação.

“As medidas são necessárias ao esclarecimento dos fatos investigados no âmbito do STF, sendo que algumas se destinaram a garantir a apreensão de bens adquiridos com possível prática criminosa e outras a resguardar provas relevantes que poderiam ser destruídas caso não fossem apreendidas”, afirmou o procurador-geral da República, segundo nota do MPF.

A maioria dos mandados estão sendo cumpridos no Distrito Federal, com um total de doze entradas em residências, endereços de empresas ou órgãos públicos para buscar documentos que respaldariam as denúncias do doleiro Alberto Youssef e de outros delatores réus do processo, como Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Os estados da Bahia (com 11 mandados), Pernambuco (8), Alagoas (7), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5) e São Paulo (5) também estão recebendo as equipes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na fase nomeada de “Operação Politéia” – referência ao livro “A República”, de Platão, sobre a cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção.

De acordo com nota oficial da PF, as buscas têm “como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados”.

Em Alagoas, o foco da investigação é com o ex-presidente e atual senador pelo PTB, Fernando Collor. Ele foi citado em delação de Youssef e de Ricardo Pessoa como um dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras. Pessoa afirmou que pagou R$ 20 milhões a Collor entre 2010 e 2012, em troca de influência do senador com a BR Distribuidora, subsidiária que manteve contratos com a estatal.< Os policiais foram às residências de Collor em Brasília e em Alagoas, e à TV Gazeta, filial da Rede Globo no estado nordestino, que tem o senador e sua família como principais acionistas. Os agentes também realizaram buscas na Organização Amon de Mello (OAM). Outro foco dos mandados de busca e apreensão é o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira. Ricardo Pessoa afirmou ter pago R$ 2 milhões ao senador, entre 2010 e 2012. De acordo com a Folha de S. Paulo, equipes da polícia foram à BR Distribuidora para encontrar documentos que possam ligar a empresa aos casos de corrupção delatados pelos réus. Dessa vez, os inquéritos não ficarão concentrados na Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, sob o comando do juiz Sergio Moro. Apesar de ser um desmembramento da operação Lava Jato, as investigações envolvem políticos - que, assim, detêm foro privilegiado e são investigados pelo Supremo Tribunal Federal. Ainda segundo a PF, "foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa" de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros. Cerca de 250 policiais participam da ação. Para Janot, as medidas executadas refletem uma atuação firme e responsável do Ministério Público Federal em busca dos esclarecimentos dos fatos.


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