
Samir Oliveira
A edição deste ano da Marcha da Maconha reuniu milhares de pessoas em Porto Alegre neste sábado (17). O ato teve início por volta das 16h, em frente ao Monumento ao Expedicionário, na Redenção, e se encerrou após as 19h, no Largo Zumbi dos Palmares.
A multidão de pelo menos 5 mil pessoas, segundo os organizadores, percorreu o Parque Farroupilha até a Avenida Osvaldo Aranha, passando pelo Auditório Araújo Vianna. Em seguida, seguiram pela Avenida José Bonifácio até a Avenida Venâncio Aires, cruzando a Travessa da Paz e marchando em direção à Cidade Baixa – onde percorreram a Rua General Lima e Silva.

Ao longo de todo o trajeto, era possível perceber a diversidade do movimento, que atraiu às suas fileiras diversos setores organizados da luta antiproibicionista, além de pessoas que apenas desejam assegurar o direito de fumar maconha livremente. Grupos feministas compunham a abertura da marcha, ao lado da faixa oficial do evento, com uma faixa dizendo: “A proibição mata e o machismo também”.
Durante a caminhada, algumas pessoas fizeram pronunciamentos no megafone. “A guerra às drogas está encarcerando milhares de pessoas. Somos a quarta população carcerária do mundo”, criticou um ativista.

Não faltaram os gritos de protesto já consagrados pelo movimento, como “Dilma Rousseff, legaliza do beck!”, “Ei, polícia, maconha é uma delícia” e “Que vergonha, a passagem tá mais cara que a maconha”. Também houve quem inovasse com frases como “Um beck diário na boca do operário” e “Um beck gigante na boca do estudante”.
A Marcha da Maconha ocorre anualmente em diversas cidades ao redor do mundo e, em Porto Alegre, existe desde 2006. Neste ano, os ativistas se mostraram bastante entusiasmados com a experiência do Uruguai, que, recentemente, legalizou a cannabis e liberou o consumo controlado para seus cidadãos, mediante a estatização de toda a cadeia de produção, distribuição e monitoramento da substância. Uma enorme bandeira do país vizinho era balançada próximo à ala que fazia a abertura do protesto e alguns ativistas convocaram os presentes à realização de uma marcha binacional em Santa do Livramento e em Rivera.

Dentre a difusa variedade de cartazes presentes na marcha, alguns debochavam de estereótipos comumente difundidos sobre a maconha. Um deles ironizava: “Porta de entrada? Só se for da geladeira”. Outros grupos alertavam para a perversidade da política de guerra às drogas, que gera o encarceramento em massa da juventude negra e pobre do país. “Proibicionismo é uma questão de gênero, 50% das mulheres presas no Brasil”, “Guerra às drogas é o genocídio da juventude negra” e “Maconha não mata, proibicionismo sim” eram alguns dos cartazes que conclamavam à discussão do tema.
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