
Da Redação
Os Correios do RS realizarão mais um mutirão de entregas neste sábado e domingo (15 e 16), para diminuir o número de 2 milhões de correspondências acumuladas em função dos 16 dias de paralisação parcial dos funcionários. Os trabalhadores se reuniram em assembleia na tarde desta sexta-feira (14), quando optaram por permanecer mobilizados.
De acordo com a assessoria dos Correios, atualmente 999 empregados permanecem paralisados, o que representa 11,5% do efetivo total. Os funcionários, por outro lado, afirmaram que cerca de 60% da categoria ainda está em greve. “A empresa sempre vai diminuir os números da paralisação”, considerou o diretor de imprensa e divulgação do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS, Nilson Baldez.
Os trabalhadores definiram diversas atividades para segunda-feira (17): pela manhã, uma concentração em frente às unidades terá como objetivo sensibilizar os que não aderiram ao movimento, além de “fazer esclarecimentos sobre os prejuízos do Postal Saúde”, segundo a assessoria do sindicato. Às 14h, o comando de greve e os ativistas participam de uma reunião no Sindicato e, na terça-feira (18), uma nova assembleia acontecerá no salão da Igreja da Pompéia. Na reunião de hoje, o Sintect/RS também discutiu a falta de pagamento do tíquete alimentação pelos dias de greve e orientou os trabalhadores a enviarem comprovantes para a entidade.
A paralisação
Os funcionários paralisados contestam mudanças no plano de saúde e reivindicam entregas matutinas. A direção dos Correios do RS argumenta que em 2013 foi assinado o Acordo Coletivo de Trabalho entre a empresa e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), em que foram tratados os assuntos colocados como pauta para a paralisação.
A estatal também esclareceu que não haverá alterações no plano de saúde, e sim apenas na gestora do plano. “Todas as atuais regras e condições do Plano Correios Saúde serão mantidas. Isso inclui os beneficiários cadastrados, forma de pagamento, compartilhamento, rede credenciada, cobertura de procedimentos etc. Isso foi acordado entre Correios e Federação no Acordo Coletivo de Trabalho e assinado no TST”, disse a empresa por meio de sua assessoria de imprensa.
Também no último acordo coletivo, os funcionários e empresa concordaram em fazer estudos para viabilizar a entrega matutina. Os Correios explicam que “a entrega pela manhã envolve diversos fatores, desde o horário de postagem, tráfego aéreo, chegada da carga na unidade e prazo de entrega para o cliente”. O modelo está sendo testado em seis estados e o projeto piloto pode ficar pronto ainda no primeiro semestre de 2014.
O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Márcio Eurico Vitral Amaro emitiu liminar em que determina um efetivo mínimo de 40% por unidade. De acordo com os Correios, nesta sexta-feira, 11 unidades em todo o país não cumpriram a liminar, e 15 sindicatos de 13 estados permanecem paralisados. Os Correios e funcionários aguardam o julgamento da ação cautelar protocolada contra a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect).