

Luís Eduardo Gomes
Na última terça-feira (26), líderes das centrais sindicais nacionais se reuniram em São Paulo para mostrar unidade diante da ameaça de flexibilização de direitos em possíveis reformas trabalhistas e da previdência a serem promovidas pelo governo Temer. Nesta quinta (28), as lideranças estaduais da Interssindical, CGTB, CSB, Nova Central, UGT e CTB, também se encontraram para ratificar a unidade. CUT e Força Sindical não estiveram presentes, mas também apoiam a iniciativa.
Segundo o presidente da CTB, Guiomar Vidor, no encontro foi decidido que as centrais vão iniciar um processo de mobilização nacional e estadual que culminará, em 16 de agosto, no Dia Nacional de Manifestações Por Emprego e Contra a Retirada de Direitos Trabalhistas. Os sindicatos e federações devem organizar uma plenária no próximo dia 8, em local ainda a ser definido, para decidir os rumos da mobilização e não descartam a possibilidade de uma greve geral ser convocada.
“Nós avaliamos que, se o governo Temer der continuidade a essa agenda de retrocessos, principalmente de desconstrução de direitos trabalhistas e essa questão de inviabilizar a aposentadoria por tempo de serviço, devemos sim intensificar a mobilização a nível nacional e conduzir isso para uma greve geral. Vai depender muito do governo”, diz Vidor.
A união das centrais marca uma reaproximação após um período de afastamento que as colocou, por exemplo, de lados opostos na questão do impeachment. Presidente nacional da Força Sindical, o deputado Paulinho da Força, foi uma das vozes mais ativas na Câmara a favor do impedimento da presidenta Dilma, enquanto CUT e CTB lideraram manifestações contrárias. Na terça, ambos estavam no mesmo lado.
“As centrais sindicais acabaram se dando conta de que a pauta do governo não é melhorar as condições de trabalho e melhorar a aposentadoria, mas sim retirar direitos”, avalia Guiomar, que acrescenta ainda que somente a unidade dos trabalhadores pode barrar a flexibilização de direitos. “Historicamente, as vitórias que nós conquistamos no Brasil se deram quando houve a união dos trabalhadores e das centrais sindicais, desde a criação do salário mínimo”.