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25 de novembro de 2015
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12:43

Centrais sindicais dizem que governo “está enrolando” em discussão sobre salário mínimo regional

Por
Luís Gomes
luisgomes@sul21.com.br
Centrais sindicais dizem que governo “está enrolando” em discussão sobre salário mínimo regional
Centrais sindicais dizem que governo “está enrolando” em discussão sobre salário mínimo regional
Centrais sindicais se reuniram com secretários do governo Sartori nesta terça-feira | Foto: Divulgação/Cut-RS
Centrais sindicais se reuniram com secretários do governo Sartori nesta terça-feira | Foto: Divulgação/Cut-RS

Luís Eduardo Gomes

Representantes das principais centrais sindicais do Estado se reuniram nesta terça com os secretários estaduais Cristiano Tatsch, do Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento Regional, e Fábio Branco, do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, para discutir o reajuste do salário mínimo regional, cuja proposta deve ser encaminhada pelo governo de José Ivo Sartori para a Assembleia Legislativa. A reunião, no entanto, não trouxe avanços.

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Antes do encontro de ontem, as centrais já tinham se reunido com o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, e, em duas oportunidades, com o secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social, Miki Breier, sem também receberem qualquer proposta do governo.

“Na verdade, o governo está enrolando”, disse Antônio Guntzel, secretário de relações e trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS). “Isso tem nos causado uma série de preocupações. Nós estamos já no dia 25 e tememos que esse projeto não vá a votação esse ano. Tu não vê por parte do governo o empenho necessário”.

O temor das centrais é que o projeto de reajuste do piso regional só seja encaminhado pelo governo do Estado para a Assembleia Legislativa após o recesso parlamentar da virada do ano, o que faria com que ele fosse votado após 1º de fevereiro, quando tradicionalmente passa a valer o reajuste do salário mínimo regional. Caso isso se confirme, ainda seria possível que os trabalhadores recebessem o reajuste retroativo ao início de fevereiro, mas, segundo Guntzel, o temor é que esse tempo possa ser perdido.

As centrais sindicais reivindicam aumento de 11,55%, referente ao INPC acumulado dos últimos 12 meses, entre 1º de novembro de 2014 e 31 de outubro de 2015, que foi de 10,33%, e um percentual de ganho real para recolocar o piso regional 30% acima do mínimo nacional. Por outro lado, as federações que representam empresários defendem que, dada a situação da economia gaúcha, não seria possível conceder qualquer reajuste do mínimo para o próximo ano.

No encontro desta terça, o economista e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-RS), Ricardo Franzoi, afirmou que o reajuste do mínimo não travaria a economia do Estado, como temem os empresários, e que os Estados que possuem um piso diferenciado (RS, SC, PR, SP E RJ) estão entre os mais desenvolvidos do País.  “Os números do PIB de 2013 revelam que o PR passou o RS e assumiu o quarto lugar, sendo que o valor pago aos paranaenses é superior ao dos gaúchos”, disse Franzoi.

Guntzel também destacou que a valorização do piso regional ajudar a distribuir renda, reduzir desigualdades e aquecer a economia gaúcha. “Mais salário significa mais consumo e mais produção, trazendo crescimento econômico e social e aumento da arrecadação do Estado. Todos saem ganhando”, afirmou.

Apesar de não dar qualquer indício de que o governo irá apresentar uma proposta em breve, o secretário Branco prometeu agilizar um encontro entre as centrais sindicais e as federações empresariais, com a participação do governo, para que as negociações possam avançar.



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