

Luís Eduardo Gomes
Cerca de 70 motoristas parceiros do Uber se reuniram no início da tarde desta terça-feira (06) em frente ao escritório da empresa americana, localizado na Alameda Eduardo Guimarães (bairro Três Figueiras), para protestar contra a entrada em vigor da redução de até 20% na tarifa do serviço UberX. Eles alegam que a nova tarifa diminui em muito seus rendimentos e pedem que ela volte para o patamar anterior.
A partir de hoje, o valor da tarifa inicial do UberX caiu de R$ 3 para R$ 2,30, o valor por quilômetro caiu de R$ 1,45 para R$ 1,20, o minuto cobrado caiu de R$ 0,25 para R$ 0,20. A tarifa mínima também foi reduzida, de R$ 8 para R$ 5. Em uma postagem em seu site, a empresa informa que o preço médio de uma corrida entre os shoppings Iguatemi e Praia de Belas cairá de R$ 19,33 para R$ 15,66 – enquanto a corrida de táxi custaria R$ 30,68. A taxa cobrada pelo Uber dos parceiros, porém, se manteve em 25%.
De acordo com Eduardo Fagundes, a redução tem um impacto grande nas finanças dos condutores. “Enquanto estava no valor anterior, a gente ainda conseguia um rendimento maior. O problema é que a gente mantém um trabalho de excelência, um trabalho diferenciado, e não estamos sendo tratados pela Uber como tratamos os nossos clientes”, diz Fagundes, que trabalha com o Uber há cinco meses. Ele ainda pondera que, após mobilização de motoristas, a taxa cobrada pelo Uber foi reduzida de 25% para 20% em São Paulo.
Segundo outro Eduardo, que não quis informar o sobrenome por medo de represálias, os motoristas que participaram do ato não foram recebidos por representantes da empresa porque a Uber não tem porta-vozes oficiais em Porto Alegre. Para ele, a redução dificulta muito o trabalho dos parceiros da empresa. “Tá muito difícil, a gasolina é muita cara, o imposto é muito caro, manutenção, tudo, até o almoço na rua é caro”, afirma. “Com a tarifa antiga, ganhávamos 50 centavos por km. Hoje, vamos ganhar 25, 30 centavos no máximo”, pondera.
A Uber, por sua vez, argumenta que a redução na tarifa estimula mais pessoas a deixarem seus carros em casa e aderirem ao serviço. “A conta que fazemos é simples. Nossos dados mostram que, com viagens mais baratas, o número de usuários que escolhem deixar seus carros em casa (ou nem ter carros) e passam a usar Uber em complemento a outras formas de transporte, aumenta. Isso tira carros das ruas e dá acesso a transporte de qualidade para mais pessoas em mais lugares. Ao mesmo tempo, ao provocar um crescimento no número de usuários, a redução de preços aumenta os rendimentos dos nossos motoristas parceiros, que passam a realizar mais viagens médias por hora”, justifica a empresa.
A estimativa dos manifestantes é que, atualmente, existam ao menos 4 mil parceiros do Uber na cidade. A regulamentação do serviço ainda está em tramitação na Câmara de Vereadores.