
Da Redação
Na contramão da Prefeitura da Capital que corta gastos diante da crise econômica, a Câmara de Vereadores vive outra realidade ao aumentar os salários dos parlamentares. No Diário Oficial do Legislativo da quinta-feira (12), foi publicada a resolução com o reajuste de 9,28% nos subsídios dos vereadores. Conforme a resolução, o percentual é correspondente à inflação registrada no período entre 1º de maio de 2015 e 30 de abril de 2016, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com o reajuste, os parlamentares passam a receber R$ 12,8 mil e o presidente da Casa, R$ 16,2 mil. Ainda, de acordo com a resolução, os subsídios foram reajustados neste mês, já que a revisão geral dos servidores públicos em geral é 1º de maio.
A resolução recebeu o aval da direção do Legislativo e de 14 líderes de bancadas. O único partido que não referendou o aumento foi o PSOL. Em nota divulgada nesta sexta-feira (13), os dois vereadores do partido, Fernanda Melchionna e Alex Fraga, justificaram que se posicionaram contra o reajuste diante da crise econômica e desemprego, além do parcelamento de salários dos servidores estaduais.
Já a Prefeitura, na quinta-feira, apresentou um balanço da economia feita com as medidas baixadas no mês de março pelo chefe do Executivo, José Fortunati (PDT), com o fim de cortar despesas. A partir do decreto, foram contingenciados R$ 67 milhões. Somado aos valores contingenciados no orçamento de 2016 desde janeiro, o montante ultrapassa R$ 130 milhões. Apesar dos cortes, a Prefeitura não descarta atraso nos salários dos servidores, que não deverão receber aumento neste ano. “Essas medidas são necessárias, diante da grave crise econômica que atinge o país e penaliza os municípios. No caso de Porto Alegre, a queda na arrecadação ameaça até mesmo o pagamento em dia da folha”, afirmou Fortunati.