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28 de abril de 2016
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10:58

Com novo mandado de reintegração, Ocupação Lanceiros Negros faz ‘ato de resistência’

Por
Sul 21
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Com novo mandado de reintegração, Ocupação Lanceiros Negros faz ‘ato de resistência’
Com novo mandado de reintegração, Ocupação Lanceiros Negros faz ‘ato de resistência’
Desde novembro de 2015, 70 famílias ocupam o prédio do Estado, período em que realizaram algumas manifestações pela permanência no loca|Foto: Guilherme Santos/Sul21
Desde novembro de 2015, 70 famílias ocupam o prédio do Estado, período em que realizaram algumas manifestações pela permanência no local|Foto: Guilherme Santos/Sul21

Da Redação

Com a expedição do novo mandado de reintegração de posse pelo juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública, Rogerio Latorre, na última terça-feira (26), a ocupação Lanceiros Negros, localizada no centro da Capital, faz um “ato de resistência” na manhã desta quinta-feira (28), a partir das 8h30, em frente ao prédio, na esquina das ruas General Câmara e Andrade Neves. Para o ato, a coordenação da Lanceiros deverá receber o apoio de movimentos sociais, de outras ocupações e estudantes na tentativa de continuar no prédio estadual.

Há mais de cinco meses, 70 famílias ocupam o edifício do Estado que estava abandonado há mais de 10 anos. Desde então, ocorreu uma batalha judicial entre a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e o Movimento Livre nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que coordena a ocupação. De um lado, o Estado querendo a retirada dos moradores e, de outro, as famílias tentando resistir. Elas permaneciam no lugar amparadas por uma liminar, que foi derrubada pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ), no dia 7 de abril.

A partir da decisão do TJ, o juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública determinou a reintegração imediata com comunicação à Brigada Militar, ao Conselho Tutelar e ao Corpo de Bombeiros para acompanhar o cumprimento da medida. Até a quarta-feira (27), entretanto, a ocupação, segundo a coordenadora do MLB, Nana Sanches, não foi notificada pelo oficial de justiça sobre o despejo. Contudo, ela afirma que as famílias não irão deixar o local e que, inclusive, já estão providenciando tapumes nas janelas do prédio como forma de proteção para os moradores. “Fizemos um assembleia na terça-feira que deliberou que vamos resistir”, afirmou Nana.

Boa parte das 70 famílias, que ocupam o prédio desde o dia 14 de novembro do ano passado, morava nos bairros Lomba do Pinheiro e Morro da Cruz, a maioria em áreas de risco. Também há moradores afetados pelas enchentes ocorridas na Capital, em outubro de 2015. Entre elas, mais de 40 crianças e idosos. Juntaram-se ainda ao grupo uma família indígena e um estudante de Guiné-Bissau, na África. “Estamos nos preparando para a resistência, ninguém quer voltar para onde morava e tem famílias que nem têm para onde ir ou estão fugindo da violência, da disputa por território”, concluiu Nana, sobre as áreas conflagradas pela disputa do tráfico.


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