
Luís Eduardo Gomes
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, assinou nesta quarta-feira (9) o contrato com a empresa vencedora da licitação para a realização do primeiro trecho de revitalização da orla do Guaíba, que compreende uma área que se estende por 1.320 metros entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias e deve ser transformado no Parque Urbano da Orla do Guaíba. As obras deverão começar até o início do mês que vem e a expectativa é que sejam concluídas em um prazo máximo de 18 meses. Neste período, a área será cercada por tapumes que impedirão a circulação de pedestres.
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O projeto, assinado pelo arquiteto e ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner, prevê uma renovação do sistema de iluminação da área, novas quadras esportivas, restaurantes, quiosques, um bar “flutuante” sobre o Guaíba, ancoradouros para barcos, quatro deques e nova arborização. “Desde o início da década de 1970, quando as águas ficaram poluídas, costuma-se dizer que Porto Alegre virou as costas para o Guaíba. Hoje é um dia que em que se rompe esta barreira. É o dia que marca uma nova fase para a Capital, em que o seu cartão postal passa a ser revitalizado”, disse o prefeito.
Fortunati também afirmou que a prefeitura já recebeu todas as permissões ambientais para a realização da obra. “A cada passo da discussão do projeto, os técnicos da SMAM (Secretária Municipal do Meio-Ambiente) faziam o acompanhamento e davam o seu aval”, disse. Além disso, ele garantiu que será feita uma recuperação da vegetação nativa da orla. “Nós estaremos recuperando uma área que está ambientalmente degradada para oferecermos à cidade de Porto Alegre um novo parque.

Com uma proposta de R$ 60.682.477,52 – recursos oriundos Banco de Desenvolvimento da América Latina – a CAF (Corporação Andina de Fomento), o consórcio Orla Mais Alegre foi declarado vencedor da licitação no último dia 25. “A expectativa é que vai começar até o início do próximo mês”, disse Caetano Pinheiro, diretor-presidente da Procon, empresa líder do consórcio. “Só falta a ordem de início concedida pela prefeitura e determinar quem fará a fiscalização”.
Pinheiro acrescentou que o consórcio solicitou para a prefeitura o fechamento da área durante a obra para evitar riscos para a população e para que a empresa “possa trabalhar com mais tranquilidade”.
A prefeitura ainda não confirmou oficialmente o fechamento do espaço, mas o secretário de Desenvolvimento e Assuntos Especiais da cidade, Edemar Tutikian, um dos principais articuladores do projeto, sinalizou que o pedido do consórcio será atendido. “Tem que ser fechado por que é uma obra. É um momento que às vezes as pessoas reclamam, mas tem que fechar”, avaliou.
Tutikian garantiu que a obra trará uma série de benefícios para a cidade e afirmou que a ideia da prefeitura é tornar o espaço uma das principais atrações turísticas da cidade. “Talvez as pessoas não saibam que a frente da Usina é voltada para o rio. Vai ser construído um deque de quase 2 mil², em que poderão ser realizadas diversas formas de apresentações, e também vai se poder olhar a usina de frente, o que hoje não pode ser feito”, disse. “Em direção ao Beira-Rio, vão ter trilhas que entram para dentro do rio, flora natural do Guaíba, escadarias para contemplação do pôr-do-sol para que muita gente possa sentar. É um parque, só que um parque feito para que as pessoas possam desfrutar”, complementou.
Segurança reforçada
Uma das principais promessas do projeto de revitalização da orla é aumentar a segurança para os usuários da região. A ideia é instalar iluminação em fibra ótica e lâmpadas LED. “O pessoal poderá andar de noite como se fosse de dia”, disse Pinheiro.
Além disso, a prefeitura promete instalar câmeras e destacar guardas municipais para realizar a vigilância do local durante 24 horas. Fortunati reconheceu, porém, que no momento a prefeitura não teria efetivo para destacar homens especialmente para essa função, mas disse esperar que o “Brasil retome o crescimento” e um novo concurso possa ser feito para a contratação de novos guardas municipais.

Novos espaços comerciais
Atualmente, o calçadão próximo ao Guaíba conta com uma série de tendas que vendem lanches e bebidas. O prefeito afirmou que estes comerciantes terão de deixar o local durante a obra e que serão posteriormente realocados. Após a reforma, serão instalados no local um restaurante e seis bares.
Questionado sobre o prejuízo para os atuais comerciantes, Fortunati disse: “Eu não posso é fazer um projeto pensando em ‘não prejudicar’ algumas pessoas que ao longo do tempo se beneficiaram do espaço e prejudicar a cidade. Estou pensando no projeto maior, quero devolver o espaço público para a cidade”.
O prefeito afirmou ainda que o atual estacionamento que existe no local deixará de existir.