

Luís Eduardo Gomes
A unidade de Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (Pacs), conhecida como Postão da Cruzeiro, reabriu as portas para o atendimento ao público às 8h da manhã desta segunda-feira após permanecer o final de semana inteiro fechado por falta de segurança. Contudo, apesar de a prefeitura de Porto Alegre ter deslocado equipes da Guarda Municipal e a Brigada Militar estar no local, o Postão está operando em capacidade reduzida devido à falta de médicos.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, que está no local, apenas três dos 12 médicos escalados para trabalhar compareceram ao Postão às 8h. Mais tarde, somaram-se a eles dois que foram deslocados de outras unidades. “O quantitativo médico, infelizmente, é bastante restrito”, disse o secretário, salientando que o posto foi reaberto com a presença da equipe de enfermagem, nutricionistas e outros profissionais da saúde.
O Postão, localizado na Rua Prof. Manoel Lobato, no Morro Santa Tereza, fechou as portas no início da tarde de sexta-feira (24) devido a um tiroteio que deixou uma pessoa morta. A previsão inicial era de reabertura ainda no mesmo dia, mas, após um ônibus ser queimado em protesto, decidiu-se pelo fechamento do PACS.
No domingo, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) entrou com um pedido de liminar na Justiça para que o Postão não fosse reaberto devido à falta de segurança, mas a Justiça negou o pedido. No mesmo dia, uma reunião entre o secretário Ritter, servidores da Saúde e representantes da comunidades determinou a reabertura do posto nesta segunda mediante ao reforço da segurança.
Hoje pela manhã, duas equipes da Guarda Municipal realizavam o policiamento ostensivo no local de forma fixa e unidades da Brigada Militar também estavam no local. Ritter fez um apelo para que os médicos retornassem normalmente ao trabalho, alegando que a há condições de segurança para que o trabalho seja realizado normalmente no Postão. Ele responsabilizou o Simers por fazer pressão para que os médicos não comparecessem ao Postão nesta segunda. Ele afirmou que o “sindicato está forçando a situação”. “A segurança já está restabelecida, estamos com a Guarda fixamente aqui”, complementou Ritter.
Por sua vez, o Simers nega que esteja fazendo qualquer tipo de pressão para que os médicos não compareçam ao trabalho. O sindicato alega que os profissionais da saúde debateram o tema da violência na região em uma reunião no domingo, da qual participaram médicos, enfermeiros e técnicos do Pasc. Médicos que atendem no local devem se reunir a partir das 18h, desta segunda, com a diretoria do Conselho Regional de Medicina do Estado do RS (Cremers) para debater a situação.
Nota divulgada pela entidade no domingo afirmou que “os episódios de violência da sexta-feira passada mostram que o Postão da Vila Cruzeiro não tem condições mínimas de atendimento”. A vice-presidente do sindicato, Maria Rita de Assis Brasil, afirmou que os incidentes alertam “para a total falta de segurança e ameaça à vida de médicos e demais funcionários no Postão, na zona sul da Capital”.
O sindicato também propôs que o atendimento dos pacientes da região seja transferido para o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (HMIPV), localizado na Av. Independência.
Segunda a secretaria, nesta segunda o atendimento está sendo realizado com “alguma restrição”, mas o clima é tranquilo no local.