
Da Redação
A empresa Tinga anunciou ao Ministério Público do Trabalho que poderia paralisar o serviço de transporte coletivo nesta segunda-feira (23). A expectativa da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e da imprensa era de que os ônibus parassem de circular às 11 horas, no entanto, no comunicado feito pelos trabalhadores ao MTP, a previsão era de que o serviço seria parcialmente interrompido em até 72 horas do anúncio oficial. “Estamos dentro do prazo legal. Podemos paralisar a qualquer momento”, disse o sindicalista Rodrigo Almeida.
Responsável pela mobilização dos colegas motoristas e cobradores à paralisação, ele justifica a necessidade do protesto. “Já ocorreram 30 demissões. E não é só na Tinga. Isso acontece nas outras empresas também. Temos condições precárias de ônibus que circulam na cidade e, no caso da Tinga, sofremos depredações e atos violentos constantes”, relata.
A Tinga transporta 51 mil passageiros diariamente, em linhas de ônibus que percorrem a zona sul de Porto Alegre. A frota soma 79 coletivos. Diante da formalização da paralisação dos ônibus, na última quinta-feira (19), o consórcio STS confirmou a liberação de 50 coletivos de outras empresas para evitar transtornos aos usuários. Caso aconteça a paralisação ao longo deste segunda-feira, os ônibus das empresas Belém, Trevo e VTC, vão circular em maior número. A EPTC monitora a movimentação dos grevistas para agir, quando for necessário.
No entanto, o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre não confirma a paralisação como um ato oficial da categoria. “Estamos surpresos com essa movimentação que viemos a saber por meio da imprensa. Só ouvimos rumores de que isso aconteceria na semana passada, mas nenhum sindicalista ou trabalhador nos procurou”, afirma o vice-presidente Sandro Abadi.
Abadi fala ainda que, questões trabalhistas que possam estar legitimando a greve não também não foram comunicados ao sindicato. “Não temos conhecimento de demissões em massa ou problemas de trabalhadores demitidos não resolvidos. O único caso que soubemos, agimos e o funcionário foi readmitido. O que há são funcionários que migram de emprego por aprovação em concursos ou pedem demissão”, alega.
O sindicalista da Tinga, Rodrigo Almeida, rebate o sindicato. “Eles não reconhecem nosso ato porque não nos representam. Nós não reconhecemos este sindicato como um sindicato que trabalhe em prol dos nossos interesses. Esta direção apenas faz política”, acusa.