Roberta Fofonka
Servidores do Hospital Porto Alegre e demais municipários da saúde realizaram, na manhã desta terça-feira (27) protesto com o intuito de alertar o poder público e a comunidade sobre as condições financeiras da instituição de saúde. Após o “abraço” simbólico no prédio do HPA, com a presença de representantes da Associação dos Funcionários Municipais (AFM), SindSaúde-RS e Associação dos Médicos, a manifestação composta por cerca de 150 pessoas seguiu em marcha em direção à Prefeitura, no centro de Porto Alegre.
Segundo o presidente do HPA, João Paulo Galvez Machado, a Secretaria da Saúde de Porto Alegre pede que seja renovado o convênio para atendimento dos funcionários municipais, o que já acontece tradicionalmente. No entanto, não há previsão de atualização de valores, nem correção monetária. Além disso, foi solicitado o perdão de uma dívida da Prefeitura de quase R$ 6 milhões, o que pode levar ao fechamento da instituição. “Isso é um absurdo. Eu fiz o atendimento autorizado pelo município, fiz a prestação de contas, eles receberam a documentação e agora estão alegando que não há esta dívida. Isso é um absurdo. Nós estamos com isso devendo no mercado e quase inviabilizando a instituição”, expõe Machado. Se isto ocorrer, Porto Alegre perde 170 leitos hospitalares. O HPA atende hoje 5% da população da capital.
Durante a manifestação, no trajeto da elevada da Avenida João Pessoa, que fica em frente ao prédio da Secretaria Municipal de Saúde, os manifestantes atravessaram a rua gritando “O HPA é nosso!” e em seguida convocaram o secretário da Saúde, Carlos Casartelli (PTB) a aparecer e falar com eles. Após, a multidão passou a gritar ‘Fora Casartelli” e seguiu pela Avenida Salgado Filho.
Com o auxílio de tambores e apitos e acompanhada por um carro de som, a marcha entoava “Da Copa eu abro mão, eu quero o meu dinheiro pra saúde e educação”, no percurso do centro da cidade. Ao chegar na praça Montevidéu, em frente à Prefeitura, por volta das 11h30, com a Guarda Municipal guarnecendo a entrada do prédio, os servidores passaram a pedir a presença do prefeito José Fortunati, que não estava presente no local. As pessoas entoavam palavras de ordem como: “Fortunati, coveiro de hospital!”.
Uma comissão de servidores será formada para negociar agenda com o secretário de Saúde, pois a reunião que estava agendada para a próxima quinta-feira foi cancelada por Casartelli, segundo informações dos funcionários do HPA. No portal da Prefeitura de Porto Alegre, nota confirma reunião programada para quinta-feira entre o vice-prefeito Sebastião Melo, a SMS, a direção do hospital e vereadores.
