Débora Fogliatto
O comando de greve do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) reuniu-se na manhã desta quarta-feira (11) com o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) para negociar uma possível solução à greve que dura nove dias. Os servidores realizaram uma assembleia após a reunião, em que optaram por continuar parados e organizaram as agendas de mobilizações para os próximos dias. Eles seguiram em marcha até a Câmara Municipal para pedir o posicionamento dos vereadores sobre a greve.
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A negociação não avançou porque nenhum dos lados abre mão de sua proposta em relação às faltas dos grevistas. O governo sugeriu que o ponto continue cortado, sem compensação, mas também sem prejuízos aos planos de carreira das categorias. De acordo com a prefeitura, Melo afirma que chegou “ao limite para finalizar a greve”. A prefeitura também manteve a proposta de 6,28% de aumento salarial. O vice-prefeito garantiu a existência de uma mesa de negociação permanente para tratar de reivindicações específicas de cada função.
Os municipários, no entanto, não abrem mão de não terem os dias descontados. “Esse ponto é primordial para nós. Os trabalhadores propõem-se a pagar o dia trabalhando, não estão pedindo abono. E o prefeito, de uma forma intransigente e autoritária, não aceita a compensação”, afirmou Débora Xavier, diretora-geral do Simpa, explicando que a entidade entende a proposta patronal “como uma forma de penalizar os trabalhadores”.
Há uma liminar que determina a necessidade de manter funcionando os serviços essenciais, mas o Simpa afirma que não mantém piquetes impedindo serviços em nenhum ponto. “O que acontece é que os trabalhadores aderiram ao movimento”, explicou Débora. A categoria afirma que a mobilização continua crescendo. Na assembleia desta quarta-feira, mais de 2.500 servidores lotaram o Centro de Eventos do Parque Harmonia.
Durante a assembleia desta quarta-feira, os municipários aprovaram propostas para próximas ações. Além de irem até a Câmara, foi também combinado que o próximo ato será na manhã de quinta-feira (12), na sede do Dmae, na Avenida Princesa Isabel. Após a realização do dia voltado para a assistência social, um voltado para a saúde e outro para a educação, agora as atenções se voltam para o “dia da água”.
Os servidores optaram por não modificar sua contraproposta por enquanto, considerando que a posição da prefeitura também não avançou e isso poderia fragmentar a categoria. A greve deve seguir pelo menos até a próxima assembleia, marcada para a manhã de sexta-feira (13).
A greve dos municipários teve início na segunda-feira da semana passada (2). Os servidores reivindicam reajuste de 20%, o fim das terceirizações, vale-alimentação de R$ 23, isonomia salarial entre as secretarias e o fim do assédio moral aos trabalhadores. A última proposta da prefeitura foi de reajuste de 6,28%, o que representa a reposição da inflação.
Confira fotos da assembleia do Simpa:
