Candidatos ao Piratini retornam ao horário eleitoral obrigatório agradecendo votação no 1° turno

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O candidato José Ivo Sartori abriu o horário eleitoral e agradeceu a votação recebida no domingo |Foto: Ramiro Furquim/Sul 21
O candidato José Ivo Sartori abriu o horário eleitoral e agradeceu a votação recebida no domingo |Foto: Ramiro Furquim/Sul 21

Jaqueline Silveira

Os candidatos ao governo do Estado que disputam o segundo turno das eleições no Rio Grande do Sul estrearam no horário eleitoral obrigatório no rádio e na televisão neste sábado (11). Concorrentes ao Palácio do Planalto, os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) retomaram a propaganda eleitoral ainda na quinta-feira (9). No primeiro dia do horário, os dois concorrentes ao Palácio Piratini dedicaram parte do tempo para agradecer os votos do primeiro turno e projetar algumas ações para o futuro, porém não priorizaram a apresentação de propostas.

Mais votado nas eleições de 5 de outubro, o candidato da coligação “O Novo Caminho para o Rio Grande”, José Ivo Sartori (PMDB), abriu o programa, e tratou logo de agradecer os mais de 2,4 milhões de votos. “Muito obrigado pela confiança”, disse o peemedebista, acrescentando ser “uma honra gigantesca” representar um projeto que prega a mudança.  Em seguida,o ex-prefeito de Caxias do Sul indicou a linha que adotará na propaganda eleitoral do segundo turno, que vai até o dia 24 de abril. “Não vamos disseminar o ódio ou a mentira. Não vamos destruir reputação de ninguém”, prometeu. ´

O peemedebista afirmou que usará o espaço para apresentar propostas para governar o Estado. Ele aproveitou para mirar os eleitores que votaram em outros candidatos no primeiro turno e trazê-los para seu lado. “Nossa propostas também foram pensadas para você”, ressaltou Sartori, referindo-se aos eleitores que depositaram voto em seus adversários.

Tom emocional

Em um tom emocional, o programa exibiu trecho do discurso de Sartori feito a companheiros de partidos e novos aliados, Como PP, PSDB e Solidariedade, na última quinta-feira (9), quando anunciou apoio a Aécio na disputa presidencial. Na oportunidade, o candidato expressou o sentimento depois da confirmação de que chegaria em primeiro na eleição: “Eu soltei uma lágrima porque o povo do Rio Grande do Sul é muito generoso com quem tem uma linha”. Em seguida, militantes se revezaram nos depoimentos para falar do candidato e da confiança que depositam nele. Entre uma declaração e outra, foi veiculado parte da manifestação do peemedebista logo após o resultado de domingo em que pedia a mobilização dos militantes. “Não tem nada ganho, daqui para frente é uma outra tarefa”, alertou o candidato.

Um vídeo já exibido na propaganda eleitoral do primeiro turno, em que o ex-prefeito de Caxias do Sul aparece conversando com jovens sobre

A mãe de Sartori, dona Elsa, pediu para ele não criticar os outros| Ramiro Furquim/Sul 21
A mãe de Sartori, dona Elsa, pediu para ele não criticar os outros| Ramiro Furquim/Sul 21

a iniciativa deles em criar a “#Sartorão da Massa” nas redes sociais, foi vinculado novamente . Na sequência, o candidato fez uma manifestação sobre as evoluções no tempo para focar na palavra-chave do primeiro programa e também da campanha: mudança. “De tempos em tempos, tudo muda, é a lei da vida. É hora de o governo funcionar bem, gastar menos com propaganda”, pregou o peemedebista, ressaltando que é preciso investir mais em áreas como infraestrutura.

Conselho de mãe

O encerramento teve mais apelo emocional com a participação da mãe do candidato: dona Elsa. No tom de uma mãe que dá um conselho ao filho, ela pediu para Sartori “não brigar, não falar mentira e não criticar os outros” durante a campanha eleitoral.

 

 

O candidato Tarso Genro também agradeceu aos eleitores pelos votos recebidos nas urnas||Ramiro Furquim/Sul21
O candidato Tarso Genro também agradeceu aos eleitores pelos votos recebidos nas urnas||Ramiro Furquim/Sul21

 

Tarso dá dica da estratégia

Logo na abertura do programa eleitoral do candidato da coligação Unidade Popular pelo Rio Grande, governador Tarso Genro (PT), foi dado o tom da estratégia adotada em relação ao seu adversário: comparar a atual gestão com as administrações anteriores do PMDB de Sartori e também relembrar ações negativas aos olhos da população. Para isso, o programa exibiu a figura do lembrador em que um militante aparece conversando com eleitores os questionado sobre realizações do passado. Em primeiro lugar, “o lembrador” ressaltou que o maior crescimento de empregos em 20 anos foi registrado no governo Tarso e o menor na era Antonio Britto, na época no PMDB. “Eu sou o lembrador, lembro aquilo que você não deve esquecer”, repetia ele, indicando também que o PMDB é um partido que governa para as elites.

Em meio a cenas de campanha com declaração de voto de eleitores e de imagens ao lado da presidente Dilma, o candidato apareceu, primeiro, para agradecer os mais de 2 milhões de votos recebidos no último domingo. “Recebo esse voto com orgulho, mas também com muita humildade. Sei que trabalhamos muito, mas tenho consciência de que há muito por fazer”, disse o petista. Ele convidou os eleitores a conhecer “os programas que realizamos para a melhorar a vida dos gaúchos e das gaúchas e os nossos projetos para o futuro” ao longo da campanha do segundo turno. O candidato à reeleição prometeu muita dedicação para trabalhar por mais quatro anos à frente do governo gaúcho.

Trajetória política

Primeira-dama, Sandra Genro também deu depoimento sobre o marido|Ramiro Furquim/Sul21
Primeira-dama, Sandra Genro também deu depoimento sobre o marido|Ramiro Furquim/Sul21

O programa do Tarso também lançou mão de um tom emocional ao apresentar a trajetória do governador desde sua cidade natal em São Borja, Região da Fronteira. O petista lembrou que sempre acompanhou o pai, Adelmo Genro, na época em que foi candidato a vereador já em Santa Maria. “E eu era bem guri e ia acompanhar meu pai fazendo política”, contou, com ar de saudosismo. Foi também na cidade da Região Central que ele começou sua militância, primeiro no movimento estudantil, e conheceu a esposa, Sandra Genro. “O Tarso é um ser político. Ele tem um senso, assim, do coletivo. Eu tenho muito orgulho dele. Isso é o que nos une muito”, confessou a primeira-dama, emocionada.

Em seguida foram exibidos depoimentos de pessoas que acompanhara a trajetória de Tarso como advogado que se dedicou em defender causas de sindicatos de trabalhadores. Foram veiculados depoimentos do advogado Rogério Coelho e de Jurandir Damin, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre. “Eu sou testemunha: ele é um grande defensor das causas socais. Sempre foi um homem de diálogo”, observou Damin. Também líderes comunitários e conselheiros do Orçamento Participativo falaram da atuação do petista como prefeito de Porto Alegre por duas vezes, oportunidade em que também foram destacadas obras de sua gestão à época, como asfaltamento de ruas e obras de saneamento. “Ele sempre foi um prefeito presente nas comunidades”, comentou João Alberto de Lima, líder comunitário.

Educação

As realizações de Tarso como ministro da Educação do governo Luiz Inácio Lula da Silva também foram apresentadas no primeiro programa, como o início do programa de escolas técnicas, a criação de universidades federais e o Prouni, que teria beneficiado cerca de 1milhão de estudantes de classes populares. Depoimentos de beneficiados com os programas foram exibidos.  O governador também apareceu no quadro “Sem rodeio” em que responde perguntas de eleitores. Sobre a implantação de escolas em tempo integral, ele prometeu a continuidade “gradativamente”. Já em relação ao pagamento do piso do magistério sem alterar o plano de carreira dos professores, ele afirmou que “é possível com a colaboração do pré-sal”, acrescentando que pretende pedir um adiantamento desses recursos. “Eu tenho compromisso de não mexer no plano de carreira”, reafirmou o governador, enfatizando que concedeu 76% de reajuste à categoria.

Colado com Dilma

Por fim, a propaganda destacou o trabalho de Tarso contra a corrupção com a qualificação e liberdade concedida à Polícia Federal para investigações na época em que foi ministro da Justiça, além da criação de estruturas no Estado para prevenir esse tipo de problema. Também ressaltou que o Rio Grande “não pode voltar atrás” e vinculou sua administração  ao governo Dilma. “Vamos manter com o governo da presidenta Dilma uma relação cada vez mais forte, defendemos o mesmo projeto”, conclui o candidato.


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