

Da CUT/RS*
O papel da imprensa no Brasil e a necessidade de regulamentação dos espaços destinados à comunicação pautaram o debate Democratizar a comunicação: A mídia que nós queremos, atividade que integra as comemorações pelos 82 anos do Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Sul. A palestra, realizada na manhã de terça-feira (20) contou com a participação de Celso Augusto Scrhöder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Arthur William, do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).
Ter meios de comunicação democráticos é, na opinião de Schröder, o caminho para que a diversidade cultural da população esteja representada na mídia. Ele lembra que este movimento surgiu ainda antes do processo de redemocratização do país, mas ainda carece de diretrizes que norteiem seu trabalho e acesso. “Se a comunicação é pública, ela não é de ninguém, mas de todos”, provoca, ao lembrar que não cabe apenas a grupos formados pelas empresas, governo e jornalistas realizar o debate sobre o melhor modelo de gestão da comunicação. “A sociedade precisa compreender como se dá o processo de comunicação e o porquê da desconstrução da lógica de construção da notícia.”
William, que trabalha com a formação de comunicadores de movimentos sociais e sindicais, acredita que estes atores sociais enfrentam atualmente o desafio de dialogar com a nova categoria que está entrando para as bases, que tem acesso a uma infraestrutura de comunicação e distribuição que foge aos meios tradicionais. “O modelo de comunicação unidirecional é defasado para os dias de hoje, que é muito mais próximo da comunicação em rede”, destaca, citando como exemplos a mídia tradicional e os protestos de junho de 2013, onde não havia um único detentor da informação. “É preciso conhecer o público para saber como fazer a comunicação voltada para ele”.
A diferente concepção acerca dos termos regulação e regulamentação surgiu nas duas falas, com diferentes interpretações. Para William, a mídia no Brasil está regulada quando, a partir do surgimento de novas tecnologias, os governos buscaram definir parâmetros e concessão dos direitos de produção e distribuição do conteúdo. Schröder, por sua vez, entende que as condições ofertadas hoje não são suficientes para atender as necessidades da população. Portanto, em seu ponto de vista, além da regulamentação econômica da mídia, é preciso também rediscutira o modelo de regulação vigente.
Parceria do SindBancários com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS), o espaço oportunizou que os presentes, em sua maioria profissionais ligados às duas entidades, questionassem ou sugerissem novos pontos para debate. O assunto que abriu o dia de comemorações faz parte da pauta de reivindicações nacional que a categoria dos bancários definiu como prioridade para lutar, debater e modificar.
Ao longo do dia mais ações serão realizadas, como a formatura da turma de 2014 da Oficina Literária e o lançamento do projeto para 2015, que também contará com parceria do SINDJORS. Esta atividade será realizada às 17h, na Sede do SindBancários (Rua General Câmara, 424, Centro, Porto Alegre). Na sequência ocorre o lançamento oficial do novo site e do aplicativo da entidade, com transmissão ao vivo do evento através dos meios de comunicação da entidade.
* Imprensa/SINDJORS