Jaqueline Silveira
O dentista Fernando Ritter assumiu na tarde desta segunda-feira (9) a Secretaria de Saúde da Capital, em cerimônia realizada na sede da própria pasta e com a presença de dezenas de servidores da área, além de representantes dos hospitais de Porto Alegre e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Também tomaram posse a secretária adjunta da Saúde, Fátima Ali, e o novo gestor do Fundo Municipal de Saúde, Alcindo Pavan.
Ritter, que era o atual coordenador de saúde básica da Capital, assumiu no lugar do médico Carlos Henrique Casartteli (PTB), afastado do cargo depois de criticar a gestão financeira da pasta. Muito aplaudido pelos servidores da Saúde no discurso de despedida, o ex-secretário agradeceu sua equipe e o convite recebido do prefeito José Fortunati (PDT) para comandar a secretaria, na qual ele permaneceu por quase cinco anos. “Não há como negar a oportunidade que o senhor (prefeito) me deu”, afirmou Casartelli, que assumiu vaga na Câmara de Vereadores. Ele destacou que, durante sua gestão, foram abertos três hospitais – dois foram reabertos e um inaugurado, no caso o do Bairro Restinga. “Nós crescemos em todas as áreas”, acrescentou o secretário, se dar detalhe das outras ações. Por fim, desejou “sorte e empenho” à nova equipe.
O novo secretário, por sua vez, disse que o foco do seu trabalho será a saúde básica de Porto Alegre. “Como funcionário do município, quero qualificar ainda mais a saúde”, complementou ele, que também foi bastante aplaudido. Na opinião de Ritter, priorizar “a saúde primária” significa aplicar bem os recursos, já que trabalha a prevenção. O titular da pasta também destacou que este é um ano de escassez de recursos e que para fazer a gestão da saúde serão necessários “austeridade e criatividade”. Ele fez ainda um apelo aos servidores, que são quase 8 mil: “Não cair na vala comum do pessimismo”, sobre o cenário de
dificuldades econômicas enfrentado pelo Estado e país.
O dentista prometeu que seu gabinete “estará sempre com as portas abertas” e defendeu o diálogo com a Câmara de Vereadores e com o Estado. Além disso, pregou “a defesa incondicional” do Sistema Único da Saúde (SUS) e prometeu apoiar os projetos da secretaria por saber da qualificação da equipe. Ritter também agradeceu ao PTB pela indicação, já que “é uma pessoa que nunca teve militância partidária”.
Último a falar, o prefeito Fortunati destacou as ações na Saúde no período em que Casartteli esteve à frente da pasta. “Muitas conquistas foram obtidas: a saúde básica foi ampliada. Temos ainda de avançar, mas avançou muito de uma forma concreta”, avaliou o chefe do Executivo, ressaltando que na gestão do ex-secretário ocorreu o fortalecimento do SUS. Ele citou ainda como idealizações de Casartteli a criação do Instituto Municipal Estratégia Saúde da Família, o aumento das equipes de saúde bucal de 12 para 114 e a implantação do programa Mais Médicos, permitindo o atendimento na maioria das unidades básicas de saúde e na Estratégia Saúde da Família (ESF).
Sobre os problemas no atendimento da saúde na Capital, o prefeito disse que elas ocorrem devido à contratualização entre município, Estado e União. Pelo convênio, a Capital atenderia 60% dos pacientes de Porto Alegre e 40%, do interior do Estado. Mas, atualmente, 64,33% dos pacientes de alta complexidade atendidos pela Secretaria da Saúde, segundo ele, são do interior e o restante, de Porto Alegre. Contudo, a prefeitura não recebe do governo federal essa diferença. A exemplo do novo secretário, Fortunati alertou sobre as dificuldades em virtude da “contração de recursos”. “Neste ano, teremos de ter muita criatividade para fazer mais e melhor”, observou o prefeito, desejando êxito a sua nova equipe.
