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17 de abril de 2015
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14:25

Sul21 recomenda Cazuza e Vício Inerente

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br

Milton Ribeiro e Débora Fogliatto

Muitas vezes, o público de Porto Alegre ignora de forma olímpica um grande filme, mesmo que este tenha entrado nos grandes circuitos. O extraordinário Força Maior, abaixo e aqui, por exemplo, dirige-se rapidamente para o limbo e, apenas uma semana após seu lançamento, já está em apenas uma sessão vespertina do Espaço Itaú. Uma pena, pois o filme merecia um percurso maior em nossa cidade.

Esta semana traz duas belas atrações: o último filme de Paul Thomas Anderson, Vício Inerente e o musical Cazuza — pro dia nascer feliz. Os detalhes estão abaixo.

Todas as semanas, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro, exposições e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

Cinema – Estreias

Vício Inerente (****)
(Inherent Vice), de Paul Thomas Anderson, EUA, 2014, 149 minutos

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O grande diretor de Sangue Negro, O Mestre, Magnólia e Boogie Nights: Prazer sem Limites, PT Anderson, de apenas 45 anos, traz para as telas um romance de Thomas Pynchon. A trama é intrincada como os romances de Pynchon, mas tão tem tanta importância. O que importa é como as situações são criadas. Larry “Doc” Sportello é um detetive particular drogado, vivido por Joaquin Phoenix. Doc é procurado por Shasta (Katherine Waterston), sua ex-namorada que confessa estar sendo pressionada pela esposa (Serena Scott Thomas) de seu amante Michael Wolfmann (Eric Roberts) para dar fim no sujeito e apoderar-se de sua fortuna. A jovem, no entanto, acaba desaparecendo. Doc também é contratado por Hope Harlingen (Jena Malone), ex-viciada, agora conselheira de jovens drogados, que deseja encontrar o marido desaparecido, Coy Harlingen (Owen Wilson). Trata-se de um ex-comunista que se tornou informante do Programa de Contrainteligência – cujo objetivo, entre outros, é o desmoralizar os grupos de esquerda.
https://youtu.be/PTllm5nvqJA
No GNC Moinhos 1, às 16h15 e 21h10

Cinema – Em Cartaz

Força Maior (*****)
(Force Majeure), de Ruben Östlund, Dinamarca / Noruega / Suécia, 2014, 118 min

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Um excelente roteiro para um excelente filme. Era uma família aparentemente perfeita que posava na frente de uma lareira para tirarem uma linda foto. Mas, dez minutos depois, tudo acaba. O patriarca, Tomas (Johannes Kuhnke), abandona a esposa Ebba (Lisa Loven Kongsli) e o casal de filhos quando de uma avalanche em direção ao terraço onde almoçavam. Sem mortos ou feridos, o fenômeno só não deixa intacta a reputação de Tomas, acusado por Ebba de não proteger a família. Pior: de ter fugido da situação. E assim começam os constrangimentos, tanto pelo fato de Ebba desabafar sobre a atitude pouco nobre do marido quanto pelo modo como Tomas se nega a admitir que a sua reação diante do fato foi de fuga e abandono dos seus.

No Espaço Itaú 1, às 17h

O Último Ato (***)
(The Humbling), de Barry Levinson, EUA / Itália, 2014, 112 min

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Simon Axler (Al Pacino) é um ator consagrado que, aos 65 anos, sente que perdeu a capacidade de interpretar. Em crise, ele se interna em uma clínica de repouso e passa a ter consultas via Skype com um terapeuta. Ao deixar o local para viver sozinho em uma casa enorme, ele reencontra Pegeen Stapleford (Greta Gerwig), a filha de um grande amigo, que não via desde quando ela era uma criança. Pegeen sempre fantasiara com Simon, mas, há 16 anos, assumiu-se como lésbica. Ao perceber que Simon está solitário, ela tenta um relacionamento com ele. Lisonjeado pelo súbito interesse de alguém bem mais jovem, Simon embarca na relação mas… Se você acha que já conhece a história, pode ser. Afinal trata-se da adaptação de A Humilhação, romance do grande Philip Roth.

No GNC Moinhos 2, às 22h

Michael Kohlhaas — Justiça e Honra (****)
(Michael Kohlhaas), de Arnaud des Pallières, França / Alemanha, 125 min

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Que filme oportuno! Baseado no super hiper clássico de von Kleist. No século XVI, na região de Cévennes, no centro-sul da França, vive o vendedor de cavalos Michael Kohlhaas (Mads Mikkelsen). Ele tem uma vida tranquila e próspera, até sofrer uma grande injustiça de um nobre poderoso. Michael, homem religioso e íntegro, não vai medir esforços para conquistar novamente sua honra, mesmo que seja preciso iniciar uma guerra por todo o país. A desproporção entre o fato e suas consequências é notável, o livro original de estarrecedora grandiosidade. As discussões que suscita vão desde os meios que são permitidos na busca da justiça até questões mais amplas como o ideal subjetivo versus a realidade mundana, a liberdade individual versus a opressão governamental, o povo versus o poder. Trata-se de uma história de impotência. O filme é muito mais fraco, mas a história está lá e vale a pena ver.

No Guion Center 3, às 16h45 e 20h50

Branco sai, preto fica (*****)
(Branco sai, preto fica), de Adirley Queirós, Brasil, 2014, 90 min

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Um filme espetacular sobre a violência policial que mistura ficção e documentário. Tudo começa em uma noite de 1986 na qual a polícia reprime com abuso de autoridade um baile em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, deixando uma porção de feridos. A frase que dá título ao filme partiu da boca de um policial naquela noite terrível. Os brancos podiam ir embora, os pretos ficavam para apanhar. Duas pessoas que apanharam naquela noite conduzem a narrativa, vivendo praticamente seus próprios papéis e mostrando as sequelas daquela noite: o DJ Marquim da Tropa, tornado paraplégico e preso a uma cadeira de rodas, e o artesão Chockito, que perdeu uma perna no incidente e que usa sucata para produzir próteses mecânicas para outros mutilados. Sem nunca abandonar o registro documental, somos invadidos pela fantasia futurista ao vermos entrar em cena um terceiro personagem, Dimas Cravalanças (Dilmar Durães, também negro), que volta de um futuro distante para coletar provas das atrocidades do Estado brasileiro contra os excluídos.

Na Sala Eduardo Hirtz, às 17h15

Para Sempre Alice (***)
(Still Alice), de Richard Glatzer e Wash Westmoreland, EUA, 2014, 101 min

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A Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é uma importante professora de linguística. Aos poucos, ela começa a esquecer palavras e a perder-se pelas ruas de Manhattan. Ela é diagnosticada com Alzheimer. Enquanto a relação de Alice com o marido, John (Alec Baldwin), fragiliza-se, ela e a filha caçula, Lydia (Kristen Stewart), se aproximam. É um belo e tocante filme que parece ser toldado pela tristeza. No dia 11 de março de 2015, o diretor Richard Glatzer morreu aos 63 anos. Ele sofria de esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença que afeta os neurônios responsáveis pelos movimentos do corpo e causa a perda do controle muscular. Ele estava com a doença há quatro anos e escreveu e dirigiu este Para sempre Alice em parceria com o marido. Julianne Moore recebeu mais de 30 prêmios por sua atuação neste filme e, podem crer, mereceu cada um deles. O que sustenta o interesse pela história é menos o relato clínico da progressão da doença e muito mais o lento desenrolar de um pesadelo humano.
https://youtu.be/CrtbJFLWiBQ
No GNC Moinhos 2, às 13h20, 15h30 e 19h50
No Cinemark Ipiranga 6, às 18h40

Sniper Americano (****)
(American Sniper), de Clint Eastwood, EUA, 2014, 132 min

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Sniper Americano contra a história do mais eficiente atirador da história militar norte-americana, Chris Kyle. O atirador foi responsável por 160 mortes no Iraque. O filme é baseado nas memórias de Kyle, mas Eastwood e o roteirista Jason Hall fizeram tal trabalho de pesquisa que acabaram incluindo cenas que não estão no livro. O trabalho do diretor Clint Eastwood é elogiadíssimo, a construção do personagem e da tensão são espetaculares, seu desconforto com as mortes é perfeitamente humano e o deixa emocionalmente distante de todos, inclusive da sua família. Mas o mesmo não se pode dizer do posicionamento político da obra. O tom patriótico e a total falta de contextualização, ignora, por exemplo, a ausência de armas químicas no Iraque, assim como sugere que os iraquianos seriam selvagens, sendo em parte salvos pelo protagonista norte-americano. Polêmico.
http://youtu.be/sPEy0Xj4_W8
No Cinemark Ipiranga 6, às 21h30

O Jogo da Imitação (***)
(The Imitation Game), de Morten Tyldum, Reino Unido/EUA, 2014, 114min

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Na Segunda Guerra Mundial, não foram apenas os soldados nos campos de batalha que lutaram contra os alemães. Na Inglaterra, um grupo de cientistas tentaram decifrar códigos de comunicação nazistas, buscando salvar as tropas aliadas de um ataque. O inusitado não para por aí: eles eram liderados por um homem gay (Benedict Cumberbatch), numa época em que a homossexualidade era crime, e por uma mulher (Keira Knightley). A história é verídica e retrata o gênio da matemática Alan Turing, que eventualmente é preso por sua orientação sexual. Baseado na biografia de turing, O Jogo da Imitação triunfa ao equilibrar os preconceitos sofridos pelos protagonistas a seus feitos matemáticos.

Na Sala Norberto Lubisco, às 19h

Grandes Olhos (****)
(Big Eyes), de Tim Burton, EUA, 2014, 106min

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Dirigido por um Tim Burton sóbrio e sem seus habituais exageros e baseado em uma história real, Grandes Olhos narra uma das maiores fraudes da história da arte. Nos Estados Unidos no início de 1960, pinturas de crianças parecendo tristes e com olhos enormes fizeram um enorme sucesso de vendas, enriquecendo o artista Walter Keane. A verdade, no entanto, é que os quadros eram feitos por sua esposa, Margaret Keane, interpretada por Amy Adams em ótima atuação. No início, a ideia pareceu boa a ela: sob o argumento de que ninguém compraria obras pintadas por uma mulher, o marido as vendeu e levou o casal à riqueza. Logo, no entanto, a vida glamurosa não parece mais o suficiente para que Margaret continue mentindo e não sendo reconhecida por seu trabalho.

No Guion Center 1, às 18h30
Na Sala Norberto Lubisco, às 15h

Ida (*****)
(Ida), de Pawel Pawlikowski, Polônia, 2013, 82min

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Anna (Agata Trzebuchowska) cresceu num convento na Polônia dos anos 1950 e 60. Quando está prestes a se tornar freira, visita sua única parente viva, uma tia que revela um segredo que irá mudar sua maneira de enxergar a si própria: Anna, na verdade, é de uma família judia que foi morta pelos nazistas. A partir daí, descobre que seu nome verdadeiro é Ida e parte em uma jornada de auto-conhecimento com sua tia Wanda ao ir em busca do túmulo de seus pais. Logo, a jovem precisa escolher entre a realidade que a acolheu e permitiu que ela sobrevivesse ao Holocausto e sua identidade biológica, além de tentar reprimir os sentimentos que começa a nutrir por um jovem saxofonista. Todo em preto e branco, o que aproxima ainda mais o espectador da época em que se passa, o filme resgata a história da Polônia ao abordar a invasão nazista e o extermínio de judeus, os anos sob o stalinismo e o poder da igreja católica no país.

Na Sala Paulo Amorim, às 15h30

A Família Bélier (****)
(La Famille Bélier), de Eric Lartigau, França, 2013, 95 minutos

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Toda a família Bélier é deficiente auditiva, com exceção de Paula (Louane Emera). A jovem de 16 anos é a intérprete oficial dos parentes e figura fundamental na administração da fazenda. Vive em função disso até o dia em que descobre ter um dom para o canto e decide participar de um concurso da Radio France, The Voice, para desespero da família. A adolescente passa então pelo conflito de deixar ou não sua família. Mais do que o desespero da mãe, pesam as ambições do pai em se candidatar à prefeitura da cidade (ele, aliás, diz os maiores impropérios, que são filtrados pela filha). Além disso, como provar-lhes que é uma cantora extraordinária? É uma comédia que trata com fatos dolorosos com bom humor e sensibilidade. O elenco é impecável.

No Guion Center 3, às 14h50 e 19h

Relatos Selvagens (*****)
(Relatos Salvajes), de Damián Szifron, Argentina / Espanha, 2014, 122 minutos

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A distância entre o cinema e a arte em geral brasileira e argentina talvez nunca tenha sido tão grande. Basta comparar qualquer comédia nacional com o humor sofisticado e inteligente deste que é o filme de maior sucesso comercial argentino dos últimos anos. Nada de flatulências ou eructações, apenas bom roteiro, direção, atores, etc. São histórias simples sobre fatos rotineiros que por isso provocam identificação quase imediata. Com ironia, Szifron faz um comentário tão inteligente quanto engraçado sobre a falta de civilidade e a selvageria urbana. São personagens unidas pelo fato de estarem fora de controle, dispostas a fazer justiça pelas próprias mãos: um músico reúne todos os seus inimigos em um só lugar, uma garçonete que tem a chance de se vingar do homem que arruinou sua família, uma briga de trânsito, um engenheiro indignado com uma multa indevida e a burocracia sem limites, um milionário que tenta livrar o filho da cadeia, uma noiva que descobre a traição do marido. Um dos melhores filmes de 2014.

‎No Guion Center 1, às 16h20 e 20h30

Exposições e Artes Plásticas

23° Salão Internacional de Desenho para Imprensa (SIDI)
Galeria dos Arcos – térreo, Usina do Gasômetro
Até 06/05, De terças a domingos das 9h as 21h

O Salão visa a estimular e divulgar, de forma abrangente, a expressão gráfica aplicada à imprensa, além de atribuir premiações a cada uma das categorias: Cartum, Charge, HQ, Caricatura e Ilustração Editorial. Ao longo de 20 edições o Salão se consolidou como um dos principais meios de promoção da produção gráfica brasileira. Já passaram pelo Salão artistas como: Santiago, Paulo Caruso, Moa, Guazelli e Edgar Vasques, além de contar com a participação de artistas gráficos de vários países como China, Turquia, Alemanha, Ucrânia, Estados Unidos, entre outros.
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Acervo Independente (General Auto, 219)
Até 16/05
De segunda a sexta das 14h às 19h; sábado das 14h às 18h

A exposição traz ao público produções inéditas como resultado da vivência comunitária do espaço Acervo Independente. A troca de conhecimentos presente no âmbito criativo e colaborativo alimenta essa exposição trazendo ao térreo (galeria) da casa tudo o que tem sido produzido nos andares superiores. Com curadoria de Fernanda Medeiros a mostra é a junção das diversas áreas de atuação dos integrantes, que também são os organizadores e produtores das atividades que ocorrem no espaço. A exposição apresenta trabalhos de arte, arquitetura, design e publicidade.

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Santa Criança Morte
Galeria Lunara (5º andar da Usina do Gasômetro)
Até 26/04
Terças a sextas das 9h às 21h, e sábados e domingos, das 10h às 21h

A exposição de Alexandre Medeiros reúne 11 fotografias com dimensões de 0,80 x 1,20m e 1,0 X 1,50m e se propõe a brincar com o paradoxo, com aquilo que é ambivalente, vida e morte; como num jogo de amarelinha, percorrendo “céu e inferno”, pulando nas casas, mantendo-se no limite do equilíbrio. A “menina morta” é a sabotagem do sentido de finitude, da idéia de vida ou morte como tragédia, pois a criança faz da morte um jogo inofensivo.

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Nigredo: Obra em Negro
Vila Flores (R. São Carlos, 753)
Até 24/04

A exposição Nigredo: Obra em Negro é fruto da experiência artístico-relacional do Projeto Casa Grande, iniciativa que se propõe a discutir identidade, tensões étnicas e raciais através da arte contemporânea. A mostra, com dois núcleos expositivos, reúne trabalhos individuais e coletivos dos nove artistas do Projeto Casa Grande, registros de processos realizados ao longo de um ano de vivência, bem como a especial participação de artistas amigos e parceiros. O Projeto Casa Grande, contemplado pelo Prêmio Funarte de Arte Negra, é uma iniciativa coletiva de arte contemporânea composta pelos artistas Estêvão da Fontoura, Giuliano Lucas, Leandro Machado, Luisa Gabriela, Marcelo Monteiro, Michele Zgiet, Rafa Éis, Silvana Rodrigues, Waldemar Max. Este projeto trata da tomada e ocupação da Casa Grande, transformação de um espaço de opressão em um espaço de resistência.

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Desorganismos
Galeria Xico Stockinger da CCMQ (Andradas, 736)
Até 24/05
Segunda das 14 às 19h, terça a sexta das 10 às 19h e sábado e domingo das 12 às 19h

Em Desorganismos, Bruno Gularte Barreto desconstrói o corpo humano, o fragmenta, o desorganiza, o transforma em novos organismos imaginados através da fotografia em suportes alternativos. Trata-se do resultado de uma pesquisa sobre as possibilidades de tridimensionalização da imagem fotográfica realizada com o apoio da Bolsa FUMPROARTE – Décio Freitas de pesquisa. As peças apresentadas são um desenvolvimento da trajetória do artista explorando temas que lhe são caros, como a fragmentação da figura humana e a abstração em fotografia utilizando peças executadas em técnicas variadas, entre objetos, estábiles e móbiles em variadas escalas e propondo uma mestiçagem entre linguagens, borrando as fronteiras entre escultura, fotografia, performance e instalação.

CONVITE DESORGANISMOS

Passagens
Galeria Augusto Meyer – 3º andar CCMQ (Andradas, 736)
Até 21/04
Segundas, das 14h às 19h, de terças a sextas, das 9h às 19h, sábados e domingos das 12h às 19h

Passagens parte de da observação de de Claudia Hamerski, de uma presença na paisagem da cidade de Porto Alegre: as gramíneas que nascem entre o concreto. Essas pequenas vegetações configuram uma resistência que é ao mesmo tempo frágil, são plantas que nascem e resistem a despeito de quaisquer ações empreendidas pela mão humana. Nos locais menos prováveis elas surgem e propagam-se pelos mais diversos sítios, sem a intervenção ou desejo humano.

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Vestígios do Corpo — Obras de Figura Humana no Acervo do Margs
No Margs (Praça da Alfândega s/n)
De terça a domingo, das 10 às 19 horas
Até 26/04

Está em exibição no Museu de Arte do Rio Grande do Sul a exposição Vestígios do Corpo – Obras de Figura Humana no Acervo do MARGS. A mostra contempla representação da figura humana através de obras de artistas como Eliseu Visconti, Vasco Prado, Ado Malagoli, Angelina Agostini. A representação da figura humana tem sido uma constante na História da Arte e essa temática, mesmo sendo clássica, está sempre presente na produção artística de cada período. A exposição pretende mostrar ao público as várias formas de representar o corpo aliadas à beleza e à técnica contidas nas obras pertencentes ao acervo do MARGS.

Ado Malagoli - Permanência do tempo
Ado Malagoli – Permanência do tempo

Karin Lambrecht — Pintura e Desenho
No Instituto Ling (Rua João Caetano, 440)
Até 10/05

A mostra traz três grandes obras – duas pinturas e uma instalação, composta por desenhos e materiais variados. Trabalhando no campo expandido da pintura e da escultura, Karin Lambrecht usa sucatas e objetos variados, além de pigmentos de cores vibrantes produzidos pela própria artista e materiais orgânicos, como sangue animal, carvão, água da chuva e terra. Elementos recorrentes em sua obra como as cruzes, o corpo humano e palavras enigmáticas escritas à mão ou carimbadas, emergem das camadas de tinta e sugerem temas como doença, morte e cura. A instalação “Eu sou tu” – uma tenda de voal na qual é possível deitar-se – é inspirada no capítulo Neve, do romance A Montanha Mágica, de Thomas Mann, e representa um lugar de cura. Já as pinturas Encontro e Schattenwelt (mundo das sombras), em acrílico sobre tela, apresentam grandes campos de cor e trazem a cruz como elemento principal, tratando de seu anseio por retomar a dignidade espiritual e simbólica da arte, o retorno ao mundo natural, à religiosidade e à transcendência.

Karin Lambrecht

Coleções de Saberes: trajetórias de conhecimentos na UFRGS
No Museu da Ufrgs (Av. Osvaldo Aranha, 277)
Visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h
Até 29/05

O Museu da UFRGS apresenta ao público a exposição Coleções de Saberes: trajetórias de conhecimentos na UFRGS. A mostra é composta por parcelas do diverso patrimônio cultural produzido e preservado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os acervos e coleções são provenientes dos diversos espaços que compõem a Rede de Museus e Acervos Museológicos (REMAM/UFRGS). São instrumentos, obras de arte, artefatos arqueológicos, fósseis, publicações, rochas e minerais, acervos de ensino e muitos outros elementos, que proporcionam ao visitante uma visão multidisciplinar da história da Universidade e do conhecimento científico e empírico que é fruto dela. A entrada é franca, e os agendamentos para turmas e grupos podem ser feitos através do preenchimento do formulário no site www.ufrgs.br/museu.

Coleção de Saberes UFRGS

Música

Cazuza — pro dia nascer feliz
17, 18 (às 21h) a 19 (19h) de abril de 2015
Teatro do Bourbon Country — Rua Tulio de Rose, 80

O musical, que tem direção de João Fonseca e texto de Aloisio de Abreu e já foi visto por mais de 200 mil espectadores, reúne alguns dos maiores clássicos de Cazuza, em carreira solo ou no Barão Vermelho, como ‘Pro Dia Nascer Feliz’ e ‘Codinome Beija-Flor’. Canções como ‘Bete Balanço’, ‘Ideologia’, ‘O Tempo não para’, ‘Exagerado’, ‘Brasil’, ‘Preciso dizer que te amo’ e ‘Faz parte do meu show’ também estão presentes no roteiro, que reserva espaço ainda para composições de Cazuza que ele nunca chegou a gravar, como ‘Malandragem’, ‘Poema’ e ‘Mais Feliz’.
‘Cazuza, o musical’ é protagonizado pelo músico e ator Emílio Dantas, que ganhou vários prêmios de melhor ator de musical, como o Cesgranrio e o Arte Qualidade Brasil. O espetáculo ainda foi consagrado como melhor musical e melhor direção (João Fonseca). O elenco traz também Stella Rodrigues, Marcelo Várzea, André Dias, Fabiano Medeiros, Brenda Nadler, Arthur Ienzura, Igor Miranda, André Vieri, Marcelo Ferrari, Dezo Mota, Sheila Matos, Carol Dezani, Oscar Fabião, Osmar Silveira, Philipe Carneiro e Carlo Leça completam a escalação, dando vida a nomes como Lucinha e João Araújo, Ney Matogrosso, Bebel Gilberto, Frejat, Caetano Veloso, Dé Palmeira, entre vários outros personagens que gravitaram no universo de Cazuza.
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StudioClio lembra Almeida Prado
No StudioClio – Instituto de Arte & Humanismo — Rua José do Patrocínio, 698
Dia 17 de abril, sexta-feira, às 20h30

José Resende de Almeida Prado, um dos mais importantes compositores brasileiros, ganha no StudioClio um concerto histórico, com obras referenciais e intérpretes consagradas. A pianista Helenice Audi, viúva do compositor e especialista em sua obra, apresenta a Carta Celeste nº 1 e acompanha sua filha, a violinista Constança Almeida Prado, e a soprano Gabriella Di Laccio, em duos de câmara. Serão apresentadas músicas do Livro Brasileiro, obra que o autor dedicou ao Ministro Fernando Cacciatore de Garcia, patrocinador do concerto. Haverá preleção às 19h e iconofone contemporâneo.
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Teatro

Qual a diferença entre o charme e o funk?
Nas quartas-feiras de abril, às 12h30 e 19h30min
Sala Alziro Azevedo – DAD UFRGS (Salgado Filho, 312)

Qual a diferença entre o charme e o funk? é um trabalho de criação coletiva baseado nas arqueologias pessoais de sete atores negros. A peça resgata a identidade de cada um, mostrando a dança que existe entre o jovem negro e suas memórias, buscando encontrar um espaço para que elas possam ser recontadas de inúmeras formas, cores, sons. A partir daí, os atores mostram o movimento de uma juventude que anseia falar de sua cultura, sua arte, seu corpo, seu cabelo e sua dança. Anseia mostrar que também ri, brinca, canta, ama, se relaciona, existe!

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Sarah
Nas quartas-feiras de abril, às 20h
Sala Álvaro Moreyra (Érico Veríssimo, 307)

O espetáculo SARAH coloca em cena a visão de mundo da britânica Sarah Kane – considerada uma das maiores dramaturgas do final do século XX. A partir de recortes de cinco peças de sua autoria, o universo de Sarah transparece através de seus personagens oprimidos e opressores. Estabelece-se um jogo de relações de poder em que se sustenta a sociedade atual, dilacerando a hipocrisia social e devorando cada pedaço do ser fragmentado em que se constitui o homem/mulher contemporâneos.

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