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24 de abril de 2015
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16:57

Sul21 recomenda Dólares de Areia, Olhar Invisível e Medeia Vozes

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br

Milton Ribeiro e Débora Fogliatto

Dois lançamentos latino-americanos, os dois em cinemas fora dos grandes circuitos, dominam as estreias deste fim de semana. Dólares de Areia traz de volta a veterana Geraldine Chaplin no papel de uma francesa que resolve passar seus últimos dias na República Dominicana e sua relação com o contexto local. Já Olhar invisível é a versão cinematográfica de um excelente romance do argentino Martín Kohan, onde uma jovem serve de olhos e ouvidos da direção de uma escola durante a ditadura militar argentina.

Temos ainda os bons retornos de Até que a Sbórnia nos separe, de Nostalgia da Luz e da extraordinária peça teatral Medeia Vozes, lá na terreira da Tribo. Outro destaque a ser conferido é a exposição Iberê e Seu Ateliê: as coisas, as pessoas e os lugares, na Fundação Iberê Camargo.

Todas as semanas, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro, exposições e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

Cinema – Estreias

Dólares de Areia (***)
(Dolares de Arena), de Israel Cárdenas e Laura Amelia Guzmán, Rep. Dominicana / Argentina / México, 2014, 80 min

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Noelí, uma jovem dominicana, vive em Samana, uma cidade litorânea. Nos últimos dois anos, ela tem uma relação com Anne, uma francesa bem mais velha que escolheu viver o que lhe resta da vida perto do mar. A relação é puramente de interesse, já que Noelí também tem um namorado. Quando este começa a tramar um plano em que as duas viajarão para Paris e lhe enviarão dinheiro todo o mês, os sentimentos que Noelí tem por Ana tornam-se mais intensos a cada dia que a data de embarque se aproxima. É um filme brilhante, onde cada detalhe trabalha para formar um contexto de solidão, sonhos impossíveis e universos opostos.

Na sala paulo Amorim, às 16h e 19h30

Olhar Invisível (***)
(La Mirada Invisible), de Diego Lerman, Argentina / Espanha / França, 2010, 97 min

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A principal informação, cremos, seja dizer que este filme é baseado no excelente romance de Martín Kohan, Ciências Morais. Em Buenos Aires, no mês de março de 1982, a ditadura militar começa a ser contestada pelas ruas da cidade. María Teresa (Julieta Zylberberg), uma professora de 23 anos, trabalha no prestigioso Colégio Nacional de Buenos Aires, conhecido por formar as classes dirigentes do país. O chefe dos vigilantes, Sr. Biasutto (Osmar Núñez) percebe nela a candidata perfeita para ser o “olho invisível”: aquela que vê tudo, que espia e controla todos, sem que eles saibam que estão sendo observados. Aos poucos, ela começa a levar essa missão a sério…

NO CineBancários, às 15h, 17h e 19h

Cinema – Em Cartaz

Vício Inerente (****)
(Inherent Vice), de Paul Thomas Anderson, EUA, 2014, 149 minutos

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O grande diretor de Sangue Negro, O Mestre, Magnólia e Boogie Nights: Prazer sem Limites, PT Anderson, de apenas 45 anos, traz para as telas um romance de Thomas Pynchon. A trama é intrincada como os romances de Pynchon, mas tão tem tanta importância. O que importa é como as situações são criadas. Larry “Doc” Sportello é um detetive particular drogado, vivido por Joaquin Phoenix. Doc é procurado por Shasta (Katherine Waterston), sua ex-namorada que confessa estar sendo pressionada pela esposa (Serena Scott Thomas) de seu amante Michael Wolfmann (Eric Roberts) para dar fim no sujeito e apoderar-se de sua fortuna. A jovem, no entanto, acaba desaparecendo. Doc também é contratado por Hope Harlingen (Jena Malone), ex-viciada, agora conselheira de jovens drogados, que deseja encontrar o marido desaparecido, Coy Harlingen (Owen Wilson). Trata-se de um ex-comunista que se tornou informante do Programa de Contrainteligência – cujo objetivo, entre outros, é o desmoralizar os grupos de esquerda.
https://youtu.be/PTllm5nvqJA
No GNC Moinhos 1, às 15h50, 18h40 e 21h30

O Último Ato (***)
(The Humbling), de Barry Levinson, EUA / Itália, 2014, 112 min

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Simon Axler (Al Pacino) é um ator consagrado que, aos 65 anos, sente que perdeu a capacidade de interpretar. Em crise, ele se interna em uma clínica de repouso e passa a ter consultas via Skype com um terapeuta. Ao deixar o local para viver sozinho em uma casa enorme, ele reencontra Pegeen Stapleford (Greta Gerwig), a filha de um grande amigo, que não via desde quando ela era uma criança. Pegeen sempre fantasiara com Simon, mas, há 16 anos, assumiu-se como lésbica. Ao perceber que Simon está solitário, ela tenta um relacionamento com ele. Lisonjeado pelo súbito interesse de alguém bem mais jovem, Simon embarca na relação mas… Se você acha que já conhece a história, pode ser. Afinal trata-se da adaptação de A Humilhação, romance do grande Philip Roth.

No GNC Moinhos 4, às 22h

Michael Kohlhaas — Justiça e Honra (****)
(Michael Kohlhaas), de Arnaud des Pallières, França / Alemanha, 125 min

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Que filme oportuno! Baseado no super hiper clássico de von Kleist. No século XVI, na região de Cévennes, no centro-sul da França, vive o vendedor de cavalos Michael Kohlhaas (Mads Mikkelsen). Ele tem uma vida tranquila e próspera, até sofrer uma grande injustiça de um nobre poderoso. Michael, homem religioso e íntegro, não vai medir esforços para conquistar novamente sua honra, mesmo que seja preciso iniciar uma guerra por todo o país. A desproporção entre o fato e suas consequências é notável, o livro original de estarrecedora grandiosidade. As discussões que suscita vão desde os meios que são permitidos na busca da justiça até questões mais amplas como o ideal subjetivo versus a realidade mundana, a liberdade individual versus a opressão governamental, o povo versus o poder. Trata-se de uma história de impotência. O filme é muito mais fraco, mas a história está lá e vale a pena ver.

No Guion Center 2, às 20h50

Branco sai, preto fica (*****)
(Branco sai, preto fica), de Adirley Queirós, Brasil, 2014, 90 min

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Um filme espetacular sobre a violência policial que mistura ficção e documentário. Tudo começa em uma noite de 1986 na qual a polícia reprime com abuso de autoridade um baile em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, deixando uma porção de feridos. A frase que dá título ao filme partiu da boca de um policial naquela noite terrível. Os brancos podiam ir embora, os pretos ficavam para apanhar. Duas pessoas que apanharam naquela noite conduzem a narrativa, vivendo praticamente seus próprios papéis e mostrando as sequelas daquela noite: o DJ Marquim da Tropa, tornado paraplégico e preso a uma cadeira de rodas, e o artesão Chockito, que perdeu uma perna no incidente e que usa sucata para produzir próteses mecânicas para outros mutilados. Sem nunca abandonar o registro documental, somos invadidos pela fantasia futurista ao vermos entrar em cena um terceiro personagem, Dimas Cravalanças (Dilmar Durães, também negro), que volta de um futuro distante para coletar provas das atrocidades do Estado brasileiro contra os excluídos.

Na Sala Norberto Lubisco, às 15h

Para Sempre Alice (***)
(Still Alice), de Richard Glatzer e Wash Westmoreland, EUA, 2014, 101 min

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A Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é uma importante professora de linguística. Aos poucos, ela começa a esquecer palavras e a perder-se pelas ruas de Manhattan. Ela é diagnosticada com Alzheimer. Enquanto a relação de Alice com o marido, John (Alec Baldwin), fragiliza-se, ela e a filha caçula, Lydia (Kristen Stewart), se aproximam. É um belo e tocante filme que parece ser toldado pela tristeza. No dia 11 de março de 2015, o diretor Richard Glatzer morreu aos 63 anos. Ele sofria de esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença que afeta os neurônios responsáveis pelos movimentos do corpo e causa a perda do controle muscular. Ele estava com a doença há quatro anos e escreveu e dirigiu este Para sempre Alice em parceria com o marido. Julianne Moore recebeu mais de 30 prêmios por sua atuação neste filme e, podem crer, mereceu cada um deles. O que sustenta o interesse pela história é menos o relato clínico da progressão da doença e muito mais o lento desenrolar de um pesadelo humano.
https://youtu.be/CrtbJFLWiBQ
No GNC Moinhos 4, às 13h20, 15h30 e 19h50

Sniper Americano (****)
(American Sniper), de Clint Eastwood, EUA, 2014, 132 min

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Sniper Americano contra a história do mais eficiente atirador da história militar norte-americana, Chris Kyle. O atirador foi responsável por 160 mortes no Iraque. O filme é baseado nas memórias de Kyle, mas Eastwood e o roteirista Jason Hall fizeram tal trabalho de pesquisa que acabaram incluindo cenas que não estão no livro. O trabalho do diretor Clint Eastwood é elogiadíssimo, a construção do personagem e da tensão são espetaculares, seu desconforto com as mortes é perfeitamente humano e o deixa emocionalmente distante de todos, inclusive da sua família. Mas o mesmo não se pode dizer do posicionamento político da obra. O tom patriótico e a total falta de contextualização, ignora, por exemplo, a ausência de armas químicas no Iraque, assim como sugere que os iraquianos seriam selvagens, sendo em parte salvos pelo protagonista norte-americano. Polêmico.
http://youtu.be/sPEy0Xj4_W8
No Cinemark Ipiranga 2, às 20h10 e 23h10

O Jogo da Imitação (***)
(The Imitation Game), de Morten Tyldum, Reino Unido/EUA, 2014, 114min

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Na Segunda Guerra Mundial, não foram apenas os soldados nos campos de batalha que lutaram contra os alemães. Na Inglaterra, um grupo de cientistas tentaram decifrar códigos de comunicação nazistas, buscando salvar as tropas aliadas de um ataque. O inusitado não para por aí: eles eram liderados por um homem gay (Benedict Cumberbatch), numa época em que a homossexualidade era crime, e por uma mulher (Keira Knightley). A história é verídica e retrata o gênio da matemática Alan Turing, que eventualmente é preso por sua orientação sexual. Baseado na biografia de turing, O Jogo da Imitação triunfa ao equilibrar os preconceitos sofridos pelos protagonistas a seus feitos matemáticos.

Na Sala Norberto Lubisco, às 19h

Grandes Olhos (****)
(Big Eyes), de Tim Burton, EUA, 2014, 106min

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Dirigido por um Tim Burton sóbrio e sem seus habituais exageros e baseado em uma história real, Grandes Olhos narra uma das maiores fraudes da história da arte. Nos Estados Unidos no início de 1960, pinturas de crianças parecendo tristes e com olhos enormes fizeram um enorme sucesso de vendas, enriquecendo o artista Walter Keane. A verdade, no entanto, é que os quadros eram feitos por sua esposa, Margaret Keane, interpretada por Amy Adams em ótima atuação. No início, a ideia pareceu boa a ela: sob o argumento de que ninguém compraria obras pintadas por uma mulher, o marido as vendeu e levou o casal à riqueza. Logo, no entanto, a vida glamurosa não parece mais o suficiente para que Margaret continue mentindo e não sendo reconhecida por seu trabalho.

No Guion Center 1, às 18h30
Na Sala Norberto Lubisco, às 17h

Ida (*****)
(Ida), de Pawel Pawlikowski, Polônia, 2013, 82min

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Anna (Agata Trzebuchowska) cresceu num convento na Polônia dos anos 1950 e 60. Quando está prestes a se tornar freira, visita sua única parente viva, uma tia que revela um segredo que irá mudar sua maneira de enxergar a si própria: Anna, na verdade, é de uma família judia que foi morta pelos nazistas. A partir daí, descobre que seu nome verdadeiro é Ida e parte em uma jornada de auto-conhecimento com sua tia Wanda ao ir em busca do túmulo de seus pais. Logo, a jovem precisa escolher entre a realidade que a acolheu e permitiu que ela sobrevivesse ao Holocausto e sua identidade biológica, além de tentar reprimir os sentimentos que começa a nutrir por um jovem saxofonista. Todo em preto e branco, o que aproxima ainda mais o espectador da época em que se passa, o filme resgata a história da Polônia ao abordar a invasão nazista e o extermínio de judeus, os anos sob o stalinismo e o poder da igreja católica no país.

Na Sala Paulo Amorim, às 14h30

A Família Bélier (****)
(La Famille Bélier), de Eric Lartigau, França, 2013, 95 minutos

La Famille Bélier
Toda a família Bélier é deficiente auditiva, com exceção de Paula (Louane Emera). A jovem de 16 anos é a intérprete oficial dos parentes e figura fundamental na administração da fazenda. Vive em função disso até o dia em que descobre ter um dom para o canto e decide participar de um concurso da Radio France, The Voice, para desespero da família. A adolescente passa então pelo conflito de deixar ou não sua família. Mais do que o desespero da mãe, pesam as ambições do pai em se candidatar à prefeitura da cidade (ele, aliás, diz os maiores impropérios, que são filtrados pela filha). Além disso, como provar-lhes que é uma cantora extraordinária? É uma comédia que trata com fatos dolorosos com bom humor e sensibilidade. O elenco é impecável.

No Guion Center 2, às 15h10 e 19h

Relatos Selvagens (*****)
(Relatos Salvajes), de Damián Szifron, Argentina / Espanha, 2014, 122 minutos

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A distância entre o cinema e a arte em geral brasileira e argentina talvez nunca tenha sido tão grande. Basta comparar qualquer comédia nacional com o humor sofisticado e inteligente deste que é o filme de maior sucesso comercial argentino dos últimos anos. Nada de flatulências ou eructações, apenas bom roteiro, direção, atores, etc. São histórias simples sobre fatos rotineiros que por isso provocam identificação quase imediata. Com ironia, Szifron faz um comentário tão inteligente quanto engraçado sobre a falta de civilidade e a selvageria urbana. São personagens unidas pelo fato de estarem fora de controle, dispostas a fazer justiça pelas próprias mãos: um músico reúne todos os seus inimigos em um só lugar, uma garçonete que tem a chance de se vingar do homem que arruinou sua família, uma briga de trânsito, um engenheiro indignado com uma multa indevida e a burocracia sem limites, um milionário que tenta livrar o filho da cadeia, uma noiva que descobre a traição do marido. Um dos melhores filmes de 2014.

‎No Guion Center 1, às 16h20 e 20h30

Até que a Sbórnia nos separe (****)
(Até que a Sbórnia nos separe), de Otto Guerra e Ennio Torresan, Brasil, 2013, 85 min

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Melancólica estreia de uma excelente animação. A precoce morte de Nico Nicolaiewsky nos deixa tristes, mas o projeto de animação de Otto Guerra deu muito certo ao narrar mais uma saga sborniana. A Sbórnia é um pequeno país que sempre viveu isolado do resto do mundo, cercado por um grande muro que não permite o contato com os vizinhos. Um dia, no entanto, um acidente leva à queda do muro, e logo os sbornianos começam a descobrir os costumes modernos. Dois músicos locais, Kraunus (Hique Gomez) e Pletskaya (Nico Nicolaiewsky), observam as reações de seus conterrâneos: enquanto alguns adotam rapidamente a cultura estrangeira, outros preferem reafirmar as tradições sbornianas e resistir ao imperialismo. Os criadores de Tangos e Tragédias — por que nçao dizê-lo? — do país, Nico Nicolaiewsky e Hique Gomez, são fazem a voz de alguns personagens do filme e a trilha sonora.
http://youtu.be/G-9oiIU_fWY
Na Cinemateca Capitólio, às 15h30

Nostalgia da Luz (*****)
(Nostalgia de la Luz), de Patricio Guzmán, França / Chile / Alemanha / Espanha / EUA, 2010, 90 min

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O deserto do Atacama, no Chile, tem uma atmosfera é tão limpa e pura que permite aos astrônomos estudarem as galáxias mais distantes através com seus instrumentos. O clima é tão seco que conserva restos mortais por longo tempo. O deserto é basicamente uma memória. Um depósito de restos que traz resquícios da história do universo de um muito mais próximo, o dos crimes cometidos pela ditadura militar chilena. O contraponto é formado por astrônomos de todo o mundo que se reúnem para observar as estrelas ao mesmo tempo que mulheres procuram seus parentes na terra do deserto. Um belíssimo documentário de Patricio Gusmán.

Na Sala Eduardo Hirtz, às 15h

Exposições e Artes Plásticas

Iberê e Seu Ateliê: as coisas, as pessoas e os lugares
Fundação Iberê Camargo, Av. Padre Cacique, 2000
Das 12h às 19h (de 3ª a domingo) e das 12h às 21h (5ª feiras)
Até 02/04/2016

A Fundação Iberê Camargo (Padre Cacique, 2000) recebe, por um ano, a exposição “Iberê e seu ateliê: as coisas, as pessoas e os lugares”, que traz uma visão mais abrangente sobre o artista. Com entrada gratuita, a visitação acontece das 12h às 21h, nas quintas-feiras, e das 12h às 19h de terça a domingo. A mostra tem como tema a poética de Iberê Camargo, o universo mental e material que concretiza a sua obra. As 146 obras em exposição apresentam os três gêneros trabalhados ao longo de sua carreira – a paisagem, a natureza-morta e a figura humana -, demonstrados em um recorte cronológico, que vai do início, ainda nos anos 40, à consolidação nos anos 60 e à culminação dos anos 70 em diante. O objetivo é possibilitar ao público da Fundação Iberê Camargo uma visão abrangente da obra do artista, por meio de uma mostra linear buscando uma visão do todo de sua carreira. A base para a organização da exposição está fundada em três eixos: a poética, isto é, o universo mental e material de concretização da obra, o temperamento do artista, não o do homem, pois prescindiremos da biografia e, finalmente, a execução, isto é, os caminhos trilhados em busca dos resultados.
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23° Salão Internacional de Desenho para Imprensa (SIDI)
Galeria dos Arcos – térreo, Usina do Gasômetro
Até 03/05, De terças a domingos das 9h às 21h

O Salão visa a estimular e divulgar, de forma abrangente, a expressão gráfica aplicada à imprensa, além de atribuir premiações a cada uma das categorias: Cartum, Charge, HQ, Caricatura e Ilustração Editorial. Ao longo de 20 edições o Salão se consolidou como um dos principais meios de promoção da produção gráfica brasileira. Já passaram pelo Salão artistas como: Santiago, Paulo Caruso, Moa, Guazelli e Edgar Vasques, além de contar com a participação de artistas gráficos de vários países como China, Turquia, Alemanha, Ucrânia, Estados Unidos, entre outros.
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Acervo Independente (General Auto, 219)
Até 16/05
De segunda a sexta das 14h às 19h; sábado das 14h às 18h

A exposição traz ao público produções inéditas como resultado da vivência comunitária do espaço Acervo Independente. A troca de conhecimentos presente no âmbito criativo e colaborativo alimenta essa exposição trazendo ao térreo (galeria) da casa tudo o que tem sido produzido nos andares superiores. Com curadoria de Fernanda Medeiros a mostra é a junção das diversas áreas de atuação dos integrantes, que também são os organizadores e produtores das atividades que ocorrem no espaço. A exposição apresenta trabalhos de arte, arquitetura, design e publicidade.

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Santa Criança Morte
Galeria Lunara (5º andar da Usina do Gasômetro)
Até 26/04
Terças a sextas das 9h às 21h, e sábados e domingos, das 10h às 21h

A exposição de Alexandre Medeiros reúne 11 fotografias com dimensões de 0,80 x 1,20m e 1,0 X 1,50m e se propõe a brincar com o paradoxo, com aquilo que é ambivalente, vida e morte; como num jogo de amarelinha, percorrendo “céu e inferno”, pulando nas casas, mantendo-se no limite do equilíbrio. A “menina morta” é a sabotagem do sentido de finitude, da idéia de vida ou morte como tragédia, pois a criança faz da morte um jogo inofensivo.

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Nigredo: Obra em Negro
Vila Flores (R. São Carlos, 753)
Até 24/04

A exposição Nigredo: Obra em Negro é fruto da experiência artístico-relacional do Projeto Casa Grande, iniciativa que se propõe a discutir identidade, tensões étnicas e raciais através da arte contemporânea. A mostra, com dois núcleos expositivos, reúne trabalhos individuais e coletivos dos nove artistas do Projeto Casa Grande, registros de processos realizados ao longo de um ano de vivência, bem como a especial participação de artistas amigos e parceiros. O Projeto Casa Grande, contemplado pelo Prêmio Funarte de Arte Negra, é uma iniciativa coletiva de arte contemporânea composta pelos artistas Estêvão da Fontoura, Giuliano Lucas, Leandro Machado, Luisa Gabriela, Marcelo Monteiro, Michele Zgiet, Rafa Éis, Silvana Rodrigues, Waldemar Max. Este projeto trata da tomada e ocupação da Casa Grande, transformação de um espaço de opressão em um espaço de resistência.

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Desorganismos
Galeria Xico Stockinger da CCMQ (Andradas, 736)
Até 24/05
Segunda das 14 às 19h, terça a sexta das 10 às 19h e sábado e domingo das 12 às 19h

Em Desorganismos, Bruno Gularte Barreto desconstrói o corpo humano, o fragmenta, o desorganiza, o transforma em novos organismos imaginados através da fotografia em suportes alternativos. Trata-se do resultado de uma pesquisa sobre as possibilidades de tridimensionalização da imagem fotográfica realizada com o apoio da Bolsa FUMPROARTE – Décio Freitas de pesquisa. As peças apresentadas são um desenvolvimento da trajetória do artista explorando temas que lhe são caros, como a fragmentação da figura humana e a abstração em fotografia utilizando peças executadas em técnicas variadas, entre objetos, estábiles e móbiles em variadas escalas e propondo uma mestiçagem entre linguagens, borrando as fronteiras entre escultura, fotografia, performance e instalação.

CONVITE DESORGANISMOS

Vestígios do Corpo — Obras de Figura Humana no Acervo do Margs
No Margs (Praça da Alfândega s/n)
De terça a domingo, das 10 às 19 horas
Até 26/04

Está em exibição no Museu de Arte do Rio Grande do Sul a exposição Vestígios do Corpo – Obras de Figura Humana no Acervo do MARGS. A mostra contempla representação da figura humana através de obras de artistas como Eliseu Visconti, Vasco Prado, Ado Malagoli, Angelina Agostini. A representação da figura humana tem sido uma constante na História da Arte e essa temática, mesmo sendo clássica, está sempre presente na produção artística de cada período. A exposição pretende mostrar ao público as várias formas de representar o corpo aliadas à beleza e à técnica contidas nas obras pertencentes ao acervo do MARGS.

Ado Malagoli - Permanência do tempo
Ado Malagoli – Permanência do tempo

Karin Lambrecht — Pintura e Desenho
No Instituto Ling (Rua João Caetano, 440)
Até 10/05

A mostra traz três grandes obras – duas pinturas e uma instalação, composta por desenhos e materiais variados. Trabalhando no campo expandido da pintura e da escultura, Karin Lambrecht usa sucatas e objetos variados, além de pigmentos de cores vibrantes produzidos pela própria artista e materiais orgânicos, como sangue animal, carvão, água da chuva e terra. Elementos recorrentes em sua obra como as cruzes, o corpo humano e palavras enigmáticas escritas à mão ou carimbadas, emergem das camadas de tinta e sugerem temas como doença, morte e cura. A instalação “Eu sou tu” – uma tenda de voal na qual é possível deitar-se – é inspirada no capítulo Neve, do romance A Montanha Mágica, de Thomas Mann, e representa um lugar de cura. Já as pinturas Encontro e Schattenwelt (mundo das sombras), em acrílico sobre tela, apresentam grandes campos de cor e trazem a cruz como elemento principal, tratando de seu anseio por retomar a dignidade espiritual e simbólica da arte, o retorno ao mundo natural, à religiosidade e à transcendência.

Karin Lambrecht

Coleções de Saberes: trajetórias de conhecimentos na UFRGS
No Museu da Ufrgs (Av. Osvaldo Aranha, 277)
Visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h
Até 29/05

O Museu da UFRGS apresenta ao público a exposição Coleções de Saberes: trajetórias de conhecimentos na UFRGS. A mostra é composta por parcelas do diverso patrimônio cultural produzido e preservado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os acervos e coleções são provenientes dos diversos espaços que compõem a Rede de Museus e Acervos Museológicos (REMAM/UFRGS). São instrumentos, obras de arte, artefatos arqueológicos, fósseis, publicações, rochas e minerais, acervos de ensino e muitos outros elementos, que proporcionam ao visitante uma visão multidisciplinar da história da Universidade e do conhecimento científico e empírico que é fruto dela. A entrada é franca, e os agendamentos para turmas e grupos podem ser feitos através do preenchimento do formulário no site www.ufrgs.br/museu.

Coleção de Saberes UFRGS

Música

Christina Perri
Em 25 de abril, no Auditório Araújo Vianna
Av. Oswaldo Aranha, 685 – Parque Farroupilha

Christina Perri, teve uma grande virada em sua carreira com a música “A Thousand Years”, lançada em 2011, que fez parte do filme Amanhecer, da Saga Crepúsculo. O vídeo da música foi lançado em outubro de 2011 no Youtube, já contabilizando mais de 200 milhões de visualizações e mais de 4 milhões de cópias vendidas. Antes disso, já havia lançado seu primeiro álbum de estúdio chamado Lovestrong, com a canção “Jar Of Hearts” que vendeu mais 48 mil cópias digitais. Em um mês vendeu mais de 100 mil cópias. Em novembro de 2013, Perri anunciou que o primeiro single do novo álbum se chamaria “Human”. A canção foi lançada no iTunes e a artista tocou a canção no The Queen Latifah Show. Seu segundo álbum de estúdio se chamaria Head or Heart e foi lançado em 2014.
Christina-Perri

Concerto da Série Theatro São Pedro
Dia 28 de abril, às 20h30, no Theatro São Pedro

A noite começa com a Abertura de “A Flauta Mágica”, uma das últimas óperas da carreira do austríaco Mozart, concluída poucos meses antes da sua morte. Nela, Mozart seguiu a tradição alemã do Singspiel, com diálogos falados ao invés de recitativos. A Abertura atesta a sua grande habilidade como orquestrador, colocando o ouvinte em um estado de expectativa dramática através de uma rica combinação instrumental. Na sequência, a orquestra revisita peça de um compositor que utilizou os princípios de Mozart, além dos de Beethoven e Haydn, ressignificando suas estéticas: o alemão Brahms. “Variações sobre um tema de Haydn”, escrita em 1873 a partir da inspiração de parte de uma série de divertimentos para sopros atribuídos a Haydn, abriu caminho para a primeira sinfonia de Brahms, que se tornaria um dos grandes sinfonistas da tradição germânica. Para encerrar o programa, a Ospa apresenta a oitava sinfonia de um amigo de Brahms, nascido na no interior da Boêmia, em território atualmente pertencente à República Tcheca. Dvorák, cuja obra apresenta marcas da influência do nacionalismo na música de sua época, inspirou-se em temas populares de sua terra de origem para compor a “Sinfonia nº 8”. A peça foi escrita em 1889, na ocasião da admissão de Dvorák no Conservatório de Praga.

PROGRAMA
W. A. Mozart: Abertura de “A Flauta Mágica”
Johannes Brahms: Variações sobre um tema de Haydn
Antonín Dvorak: Sinfonia nº 8

Regente: Carlos Vieu

Foto: Pérez De Eulate
Foto: Pérez De Eulate

Teatro

Medeia Vozes
Sexta (24) e sábado (25), às 19h30
Terreira da Tribo (Santos Dumont, 1186)

Inspirada no romance homônimo de Christa Wolf, a abordagem do mito em Medeia vozes é original e inovadora pelo fato de Medeia não cometer nenhum dos crimes de que Eurípides a acusa. A montagem do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz foi a grande vencedora do Prêmio Açorianos de Teatro de 2013 e volta a cartaz para comemorar os 37 anos do grupo. Medeia, a mítica princesa da Cólquida, habita lendas que antecedem os primórdios da civilização grega e que a apresentam como uma mulher poderosa e possuidora dos dons da cura. Uma exorcista da memória recalcada que está na fronteira entre dois sistemas de valor, corporizados pela sua terra natal e pela terra para a qual foge. Ambas as sociedades, Corinto e Cólquida, apresentam na sua história um sacrifício humano fundamental que serviu para a estabilização do poder patriarcal e Medeia é como um bode expiatório, uma figura de identificação com o sofrimento e a exclusão da mulher. A Medeia do Ói Nóis Aqui Traveiz é pacifista e demonstra a inutilidade de todo processo bélico. Junto à voz de Medeia somam-se às vozes de mulheres contemporâneas, como Rosa Luxemburgo e Ulrike Meinhof, entre outras, que enfrentaram de diferentes maneiras a sociedade patriarcal em várias partes do mundo. Entrada franca.

Foto: Pedro Isaias Lucas
Foto: Pedro Isaias Lucas

Qual a diferença entre o charme e o funk?
Nas quartas-feiras de abril, às 12h30 e 19h30min
Sala Alziro Azevedo – DAD UFRGS (Salgado Filho, 312)

Qual a diferença entre o charme e o funk? é um trabalho de criação coletiva baseado nas arqueologias pessoais de sete atores negros. A peça resgata a identidade de cada um, mostrando a dança que existe entre o jovem negro e suas memórias, buscando encontrar um espaço para que elas possam ser recontadas de inúmeras formas, cores, sons. A partir daí, os atores mostram o movimento de uma juventude que anseia falar de sua cultura, sua arte, seu corpo, seu cabelo e sua dança. Anseia mostrar que também ri, brinca, canta, ama, se relaciona, existe!

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Sarah
Nas quartas-feiras de abril, às 20h
Sala Álvaro Moreyra (Érico Veríssimo, 307)

O espetáculo SARAH coloca em cena a visão de mundo da britânica Sarah Kane – considerada uma das maiores dramaturgas do final do século XX. A partir de recortes de cinco peças de sua autoria, o universo de Sarah transparece através de seus personagens oprimidos e opressores. Estabelece-se um jogo de relações de poder em que se sustenta a sociedade atual, dilacerando a hipocrisia social e devorando cada pedaço do ser fragmentado em que se constitui o homem/mulher contemporâneos.

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Mostra Cinema pela Verdade

Em Busca de Iara
Data: sexta, 24/04, 8h
Local: PUCRS, auditório do prédio 11

De Flávio Frederico. Documentário, 12 anos, 90 min., Brasil, 2013.
Sinopse: Através de uma investigação pessoal de sua sobrinha, Mariana Pamplona, o filme resgata a vida da guerrilheira Iara Iavelberg. Uma mulher culta e bela, que deixou para trás uma confortável vida familiar, optando por engajar-se na luta armada contra a ditadura militar. Vivendo na clandestinidade, na esteira de uma rotina de sequestros e ações armadas, tornou-se a companheira do ex-capitão do exército Carlos Lamarca, compartilhando com ele o posto de um dos alvos mais cobiçados da repressão. O filme desmonta a versão oficial do regime, que atribui sua morte, em 1971 a um suicídio.

500 – Os bebês roubados pela ditadura argentina
Data: segunda, 27/04, 8h e às 19h
Local: PUCRS, auditório do prédio 11 (às 8h) e auditório da UERGS (às 19h)

De Alexandre Valenti. Documentário, 14 anos, 100 min., Brasil/Argentina, 2013.
Sinopse: Entre 1976 e 1983, a Argentina viveu sombrios anos de ditadura militar. Neste período, famílias inteiras foram despedaçadas pela repressão clandestina empreendida por um estado terrorista que ceifou a vida de cerca de 30 mil argentinos. Dentre as práticas mais aterradoras deste regime estava o sequestro sistemático de bebês e crianças, filhos de presos e desaparecidos políticos, que eram apropriados por seus algozes com espólio de guerra. A partir da iniciativa das Avós da Praça de Maio criou-se o “Banco dos 500”, com amostras de seu próprio sangue, o que possibilitou a descoberta de 114 das 500 crianças sequestradas. Reunidos às suas famílias reais e às suas verdadeiras identidades, os jovens nascidos nas maternidades dos campos da morte, juntamente com as Avós da Praça de Maio confrontam, em 2011, perante o Tribunal de Buenos Aires, os dignitários da mais sangrenta ditadura Argentina, acusados de genocídio e crimes contra a Humanidade: um caso histórico, único e universal. O documentário “500 – Os bebês roubados pela Ditadura Argentina” narra esta incansável luta das avós e seus netos que continua, diariamente, até que o último dos “500” seja encontrado.

Osvaldão
Data: terça, 28/04, 19h
Local: PUCRS, auditório do prédio 11

De Vandré Fernandes, Ana Petta, Fábio Bardella e André Lorenz Michiles. Documentário, 12 anos, 80 min., Brasil, 2014.
Sinopse: A vida de Osvaldo Orlando da Costa, comandante da Guerrilha do Araguaia que virou herói entre o povo local, por conta de sua coragem e generosidade. Muitos até o consideram como um ser mítico. Uma visão não só da lenda ao redor do nome de Osvaldão, mas também de suas aventuras humanas. Vindo de uma família de ex-escravos, uma trajetória onde um jovem campeão carioca de boxe na década de 1950 se transforma em um dos principais guerrilheiros do país.

Democracia em Preto e Branco
Data: quarta, 29/04, 19h e quinta, 30/04, às 19h
Local: PUCRS, auditório do prédio 11 (quarta) e auditório da UERGS (quinta)

De Pedro Asbeg. Documentário, 10 anos, 90 min., Brasil, 2014.
Sinopse: Durante o ano de 1982 a ditadura militar completava 18 anos. A música popular brasileira sobrevivia de metáforas, devido a grande opressão e censura, e o clube de futebol Corinthians passava por um período interno turbulento. No meio disso, o rock nacional começava a nascer. O filme mostra como a música, o esporte e a política se encontraram para mudar o rumo da história do país.

Após as sessões são promovidos debates com acadêmicos, pesquisadores, ex-presos políticos, pessoas ligadas a movimentos sociais, culturais e de direitos humanos, além de participações especiais de diretores ou da equipe de produção dos filmes exibidos. Toda a programação é gratuita e aberta ao público.


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