

O Brasileirão da torcida do Inter tem sido assim: alguns raros momentos de euforia e de alguma esperança alternados com dias de profunda decepção. A derrota de 2 a 0 para o São Paulo desfalcado de quase um time inteiro de titulares, no Morumbi, no início da noite deste sábado, encaixa-se no grupo das decepções – mais uma.
Foi a sexta derrota do time fora de casa neste campeonato. Quando sai do Beira-Rio, o time parece ficar desorientado. Venceu apenas o Joinville fora (mais cinco empates), chegando a um índice inexpressivo de aproveitamento longe de Porto Alegre – apenas 22%. Com 31 pontos ganhos, em 11º lugar (44,9% de aproveitamento), o Inter pode perder mais posições neste domingo, dependendo dos demais resultados. Está cada vez mais longe do G-4 e de ao menos uma vaga na Libertadores.
No primeiro tempo, o Inter ainda equilibrou o jogo, apesar de ficar muito mais preocupado com o bloqueio a partir do meio do campo, e chegou a ter boas chances de marcar e sair em vantagem. No segundo, desabou e apenas se limitou a observar.
– Entramos desatentos, este foi o problema – lamentou Nílton, no fim da partida.
Diante um adversário seriamente desfalcado, todos esperavam que o Inter se impusesse e partisse para o domínio do jogo. Não teve nada disso. Foi lento, não teve organização no meio-campo, foi quase inexpressivo no ataque (especialmente Lisandro López) e ainda sofreu com os descuidos de seus dois laterais, William pela direita, atormentado pelo rápido estreante Rogério, e Géferson na esquerda, incapaz de apoiar com qualidade.
Mesmo assim, o Inter teve chances. Aos oito minutos, Lisandro López avançou livre, com Valdívia sozinho pela esquerda, mas perdeu tempo e chutou errado. E, aos 38, na melhor oportunidade, Valdívia foi lançado, entrou na área e chutou firme, mas Renan defendeu. O São Paulo quase marcou aos quatro (chute em curva de Rogério, defesa de Muriel) e aos 19, quando Rogério mais uma vez, desviou cruzamento para fora.
Pelo final do primeiro tempo, com o Inter tendo inclusive maior posse de bola, a expectativa era de maior domínio ainda no segundo. Nada disso aconteceu.
Estranhamente, a equipe ficou lenta demais, não trocou passes, não teve aproximação e passou a dar liberdade excessiva para Paulo Henrique Ganso, um jogador de técnica superior. Em toda esta fase, o Inter teve apenas uma conclusão – isso mesmo, uma -, aos 39 minutos, quando Valdívia desviou para o meio e chutou forte. O goleiro segurou.
O São Paulo jogou à vontade.
Logo a três minutos, o Inter perdeu a bola no ataque, o São Paulo avançou e o cruzamento da direita encontrou Rogério, por trás de William, para concluir e fazer 1 a 0.
O São Paulo tentou aos sete, com Reinaldo, aos 11, com Ganso, aos 24, com Centurión, e marcou aos 27. Depois de uma troca de passes na área do Inter, Ganso recuou a Michel Bastos, que bateu de primeira, no canto direito. Muriel ainda bateu na bola, mas não conseguiu evitar que ela chegasse à rede.
O descontrole técnico provocou o descontrole emocional. D’Alessandro, de atuação modesta, irritou-se com a troca de passes do São Paulo e os gritos de olé da torcida. Ficou inconformado, especialmente, quando Reinaldo passou o pé sobre a bola várias vezes, antes do passe. Reclamou, ficou irritado, teve de ser acalmado.
Poucos se destacaram. Nem Rodrigo Dourado salvou-se desta vez. O próprio técnico Argel reconheceu isso na coletiva, ao dizer que o Inter ficou abaixo coletiva e individualmente.
Na próxima rodada, o Inter enfrenta o Palmeiras, quarta-feira, às 19h30min, no Beira-Rio.