
Luís Eduardo Gomes
O Planetário Professor José Baptista Pereira, mais conhecido apenas como Planetário, reabriu as portas no início de setembro após sete meses fechado para uma reforma em seus banheiros, que acabou não acontecendo.
O Planetário, localizado junto ao campus da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na Av. Ipiranga, tradicionalmente fecha as portas em fevereiro. Neste ano, a Superintendência de Infraestrutura da Ufrgs (Suinfra) pretendia realizar uma reforma nos banheiros da instituição, readequando a novas normas de acessibilidade universal.

“Infelizmente, a empresa que ganhou a licitação não honrou o compromisso com a universidade”, disse o planetarista Marcelo Cavalcanti da Silveira, operador do equipamento e também responsável pela comunicação da instituição. “Era para ter reaberto em junho”, complementou, salientando, no entanto, que houve a troca de poltronas por uma empresa contratada e a revisão e manutenção do equipamento feita pela equipe do Planetário.
Mesmo sem a reforma do banheiro, o Planetário reabriu as portas no início de setembro com banheiros químicos colocados do lado de fora para atender ao público. “O que era pior, ficar sem banheiro ou ficar sem atender?”, questiona Marcelo.
De acordo com Silvio Bersagui, vice-superintendente de obras da Suinfra, o contrato da instituição com a empresa Esfinge Construções Ltda para a reforma do banheiro está sendo rescindindo por motivo de abandono de obra – a companhia teria abandonado outros três obras no Campus do Vale. Uma licitação será realizada para tocar o projeto, interrompida ainda no início. Não há prazo para que ele seja concluido.
A reportagem do Sul21 tentou contatar a empresa Esfinge para entender os motivos do abandono da obra, mas não conseguimos localizá-la.

O que ver no Planetário
O Planetário abriu as portas em 1972. Até hoje, opera com o projetor original, o Space Master, fabricado pela empresa Zeissjena, da antiga Alemanha Oriental. “Fabricaram só 45”, diz Marcelo.
O planetarista explica que, em suas extremidades, o projetor conta com dois hemisférios com 16 projetores cada, que são responsáveis por simular as estrelas. Abaixo, ficam as grades que projetam os planetas. Tudo analógico, o que ele diz estar cada vez mais perdendo espaço pelo mundo, em comparação com os planetários digitalizados.
“Nos digitais, é uma tendência que eles sejam orientados e não concêntricos”, explica Marcelo. Isto, você olha em uma direção, e não para uma cúpula repleta de estrelas. “Ninguém é contra os digitais, só que daí pode ser outra coisa”.
Por ser um equipamento analógico, os shows do Planetário consistem na combinação de um áudio gravado e da operação manual do equipamento e de slides para fornecer informações suplementares. Os espetáculos, que têm entre 30 minutos e 1 hora de duração, falam sobre temas relativos à astronomia, ciências espaciais, Santos Dumont e até a maneira como os indígenas viam o céu.
Visitas
De segunda a sexta, o Planetário recebe visitas agendadas de escolas, públicas ou particulares, às 10h e 15h. A agenda para fazer essa reserva abre no dia 15 de cada mês. Nos domingos, tem duas sessões abertas ao público, às 16h (infantil) e às 18h (adulta). A capacidade é para 130 pessoas e a entrada é 1 kg de alimento não perecível. Desde setembro, a instituição também está abrindo a possibilidade de fazer sessões pra empresas.



