
Jaqueline Silveira*
Neste mês, os passageiros das linhas do transporte público Ipiranga/PUC e T9 têm a oportunidade de testar um ônibus elétrico e um híbrido que estão circulando por Porto Alegre. Os dois veículos ficarão em teste pelo período de 30 dias e são operacionalizados pela empresa pública Carris. Depois, o resultado dos testes será avaliado pela direção e pelo órgão gestor da companhia.
“É um ônibus interessante, estamos testando a capacidade de desempenho”, afirmou o diretor-presidente em exercício da Carris, Vidal Pedro Dias Abreu. O veículo elétrico foi cedido por uma fabricante chinesa à empresa. O ônibus opera com motor movido exclusivamente a energia elétrica e não polui a cidade. “É um ônibus silencioso, com sistema de computadores, moderno”, descreveu Abreu, sobre a nova tecnologia sustentável.

Com uma carga completa ou mais, o coletivo pode rodar cerca de 250 quilômetros. Isso porque o motor é equipado com um sistema que permite, de acordo com o desempenho do motorista, que a carga dure mais, multiplicando o rendimento. “Enquanto o ônibus está rodando normalmente, o motor consome bateria, como em subidas e lugares mais planos, com aceleração normal. Mas quando o motorista trava ou desce uma ladeira, o sentido é invertido e a bateria se recarrega. Nestes momentos, o motor envia parte da carga que usou de volta para a bateria”, explicou o monitor e motorista Márcio Stangherlin, sobre o veículo elétrico.

Já o veículo híbrido foi cedido pela Volvo para os testes e utiliza dois motores: um elétrico e outro a diesel. No momento, o ônibus, que consome menos diesel, está operando na linha T9, que cruza a Capital de norte a leste. Depois, será a vez de o coletivo elétrico operar essa linha. O diretor-presidente em exercício da Carris disse que os dois trajetos não foram escolhidos por acaso. A linha Ipiranga/PUC, observou ele, tem “um público mais crítico”, formado em sua maioria por estudantes. Em relação ao T9, Abreu esclareceu que é um percurso longo que não inclui só avenidas, mas também ruas com lombadas. Durante o período de teste, disse o dirigente da companhia, o monitor fará consultas informais aos usuários para saber a opinião sobre os veículos sustentáveis.

Os dois coletivos, conforme Abreu, por serem tecnologias novas têm um custo de aquisição elevado comparado aos ônibus convencionais, o que dificultaria a compra de dois ou três carros para a frota. No caso do veículo elétrico, informou Abreu, seria possível adquirir pelo menos dois coletivos normais com o valor. Já o híbrido teria um preço um pouco mais baixo, entretanto bem mais caro em relação a coletivos convencionais. Ao mesmo tempo, o dirigente da Carris afirmou que há um grande benefício ao meio ambiente e que esse tipo de alternativa tem de ser avaliada, embora não tenha “lucro financeiro”. “O benefício é interessante, vamos avaliar”, concluiu ele, sobre o futuro de acrescentar esse tipo de veículo à frota da Carris.
No dia 10 de outubro, a prefeitura da Capital enviou um projeto à Câmara de Vereadores para incentivar o uso de tecnologias sustentáveis na frota, como os veículos elétrico, híbrido ou a gás.

*Com informações da assessoria de imprensa da Carris