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5 de dezembro de 2015
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10:51

Festa de Natal promove integração de crianças imigrantes na Igreja da Pompéia

Por
Sul 21
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Foto: Divulgação/ Cibai
Expectativa é que cerca de 200 crianças compareçam ao Natal na Igreja da Pompéia | Foto: Divulgação/ Cibai

Débora Fogliatto

Cerca de 200 crianças vindas de pelo menos dez países devem participar, neste domingo (6), da Festa de Natal promovida Centro Ítalo-Brasileiro de Assistência e Instrução às Migrações (Cibai-Migrações), ligado à Igreja da Pompéia. Na comemoração, os pequenos poderão desfrutar de brincadeiras educativas, piscina de bolinhas, cama elástica, teatro, apresentações musicais, além de receberem lanches e brinquedos e contarem com a presença do Papal Noel.

O padre da Igreja, Lauro Bocchi, e o coordenador da cerimônia, Jonas Pertile, afirmam que o sucesso da iniciativa, que chega a sua terceira edição, se deve ao voluntariado e às doações da comunidade. Ainda há tempo de doar brinquedos para as crianças, que podem ser entregues no local (Rua Barros Cassal, 220), pois cerca de 40 ainda estão sem presente. “Quem quiser participar também pode vir no domingo e interagir nesse movimento de integração”, convida Jonas.

A ideia é acolher e assessorar as crianças e seus pais, que, por estarem fora de seu país de origem, têm uma série de carências. “Procuramos fazer esse momento de confraternização, integração com essas crianças e a comunidade local. Infelizmente, esse é o único projeto no momento voltado para crianças. Gostaríamos, se pudéssemos ter voluntários e condições financeiras, que mais projetos fossem desenvolvidos”, aponta Jonas.

Foto: Divulgação/ Cibai
Todos os pequenos receberão um presente, fornecido pela comunidade | Foto: Divulgação/ Cibai

A maioria das crianças vêm de países da América Latina, como Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Colômbia, Haiti e República Dominicana, mas há também ganeses e senegaleses. A festa ainda conta com brasileiros, da Vila dos Papeleiros, que são atendidos pela Pastoral da Criança. Há desde bebês — alguns dos quais filhos de imigrantes, que nasceram no Brasil — até pré-adolescentes, mas a maioria tem menos de 10 anos, conforme explica a voluntária Stella Máris Valenzuela.

Ela é uma das pessoas que “apadrinhou” algumas crianças, fazendo campanhas de arrecadação de brinquedos entre seus amigos, vizinhos e conhecidos para conseguir presentes para cinquenta pequenos imigrantes. “Cada um deu de acordo com as suas condições, mas tudo indica que vai ser muito bacana. Estivemos essa semana fazendo pacotes, identificando com o nome da criança. As pessoas já compraram um brinquedo de acordo com a idade, sabendo para quem iriam doar”, conta Stella Máris.

Embora a maioria das narrativas sobre movimentos migratórios relate principalmente a trajetória de homens e mulheres que deixaram suas famílias em seu país de origem, Jonas explica que, agora, já há os que conseguiram trazer seus filhos para o Brasil, além de casos em que toda a família veio junta. “Muitos já estão estabilizados economicamente e financeiramente, estão começando a trazer as esposas e crianças também, para ter a diminuição da distância e da saudade”, aponta.

As pessoas acolhidas pela Igreja da Pompéia, em geral, são de baixa renda, afirma Stella Máris. “Eles vieram em busca de uma vida melhor, acreditam que a situação de seu país é pior”, relata. A entidade faz trabalho social e foi fundada com o pensamento de acolher os imigrantes, em 1958, especialmente os de origem italiana, na época. Já na década de 1970 e 80, com a instalação de ditaduras em países latino-americanos, o Cibai dedicou-se também aos latinos que vieram para o Brasil fugindo de perseguições. Na década de 90 passou a atender orientais e em seguida africanos e, nos anos 2000, voltou-se também às centenas de estudantes internacionais que estão em Porto Alegre, além do atendimento do fluxo imigratório de haitianos, senegaleses e imigrantes procedentes de outros países africanos e orientais, incluindo refugiados.

 


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