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13 de março de 2016
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21:56

Ato no Parcão exalta Sérgio Moro, pede saída de Dilma e prisão de Lula

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
13/03/2016 - Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
Frases de pensadores ingleses e austríaco enfeitavam caminhão de som  Foto: Guilherme Santos/Sul21

Débora Fogliatto

Ladrão, cachaceiro, chinelão. Esses foram alguns dos adjetivos atribuídos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em protesto no entorno do Parque Moinhos de Vento (Parcão), neste domingo (13). Com camisetas nas cores verde e amarelo, milhares de manifestantes pediam o fim da corrupção, o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a prisão de Lula, ambos do PT. A organização do ato estima que, pelo menos 120 mil pessoas tenham circulado pelo local durante toda a tarde, enquanto a Brigada Militar afirma que foram cerca de 100 mil.

Na última semana, Lula voltou ao centro da atenção e dos noticiários brasileiros ao ser alvo de um pedido de prisão por parte do Ministério Público de São Paulo, acusado de ocultar patrimônio – um apartamento triplex do Guarujá. Anteriormente, o ex-presidente havia sido conduzido com forte aparato da Polícia Federal para prestar depoimento referente à Operação Lava Jato, a partir de investigação do juiz Sérgio Moro, o qual foi saudado como herói no protesto desta tarde.

“Enquanto nós reverenciamos os investigadores da Lava Jato, o Sérgio Moro, eles reverenciam Lula, Dilma, Zé Dirceu”, afirmou Percival Puggina, conhecido escritor conservador gaúcho, que durante seu discurso repetiu diversas vezes “Fora PT”.

Foto: Guilherme Santos/Sul21
Organização estima que pelo menos 120 mil pessoas estiveram no ato | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Além de pequenas versões do boneco inflável de Lula preso, os manifestantes carregavam cartazes com dizeres como “Golpista é o governo”, “Reforma política já: sem vinculação a partidos, apenas os mais eleitos”, “Petrolão: Lula criou, Dilma sabia, cadeia neles”, “O povo vota fora Dilma”. No principal carro de som, três frases que resumiam as crenças dos presentes no ato: o ditado inglês “Não existe almoço grátis”, a frase da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, “O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros” e “Todo socialista é um ditador disfarçado”, de Ludwig von Mises. Do outro lado, uma faixa grande em preto com os dizeres “Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”.

Membros da Polícia Federal também estiveram presentes, alguns deles em cima do caminhão de som principal, saudados com gritos de “Polícia Federal, orgulho nacional”. O policial José Paulo pediu apoio da população para a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece maior autonomia para a corporação. “Nós precisamos investir 50% das nossas verbas para o combate a entorpecentes, então acaba não tendo muito orçamento para investigar desvio de verbas públicas. Ano passado, ainda por cima houve corte no nosso orçamento”, disse o agente.

Em frente ao Parcão, o Restaurante Habib’s, que apoiava institucionalmente o ato, com bandeiras brasileira e balões verde e amarelo, estava lotado e havia grandes filas para entrar no local. Há cerca de três dias, a marca declarou apoio à manifestação. O Moinhos Shopping, próximo ao local, também estava cheio de pessoas com o “uniforme” do protesto. Apenas duas mulheres reclamaram da situação. “Quem se ferrou hoje ‘foi nós'”, mencionaram duas funcionárias da limpeza do estabelecimento, reclamando que, com a manifestação, os ônibus que geralmente passam pelo local não estavam chegando ao Moinhos.

Foto: Guilherme Santos/Sul21
Manifestantes carregavam pequenos bonecos de Dilma e Lula como presidiários | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Dentre uma maioria de pessoas com argumentos politicamente à direta, chamava a atenção uma placa do Movimento Revolucionário Socialista (MRS), que, com ideais diferentes, também apoia o impeachment de Dilma. “Fora Dilma, fora todos. Que os trabalhadores governem”, dizia a faixa. O MRS considera que o governo Dilma “é um governo de direita, burguês, neoliberal que ataca o conjunto da classe trabalhadora”.

Era claro que a maioria dos manifestantes presentes não concordava com esta pequena ala do protesto. Em certo momento, a multidão gritava “nossa bandeira jamais será vermelha” e “pé na bunda dela, o Brasil não é a Venezuela”. A Banda Loka Liberal, uma das atrações do protesto, cantou: “Dilma vai primeiro, depois o Renan Calheiros, tomba o Congresso inteiro e o Cunha vai depois”, referindo-se ao presidente do Senado e da Câmara de Deputados, ambos do PMDB. O vice-presidente da República, Michel Temer, do mesmo partido, que assumiria a presidência em caso de impeachment de Dilma, não foi mencionado.

O deputado estadual Marcel van Hattem (PP) também estava no caminhão de som. “O Brasil está muito unido, está de verde e amarelo. Mais Brasil, menos PT!”, bradou. Em diversos momentos, os organizadores no carro de som puxavam gritos de “Lula na cadeia” e “Fora PT”. No Parcão, um cartaz mostrava uma imagem de um homem com um boné do MST de mãos dadas com um burro. “Bora ajudar o Lula”, dizia ele, ao que o burro responde “Tô fora! Não é porque todo petista é burro que todo burro é petista”.

Confira mais fotos:

13/03/2016 - Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
13/03/2016 – Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
13/03/2016 - Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
|Foto: Guilherme Santos/Sul21
13/03/2016 - Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
13/03/2016 – Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
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13/03/2016 - Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
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13/03/2016 - Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
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13/03/2016 - Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
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13/03/2016 - Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
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13/03/2016 - Ato contra a Dilma e a favor do impeachment. Foto: Guilherme Santos/Sul21
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