

Da Redação
Em assembleia extraordinária na tarde desta sexta-feira (10), na Capital, o comando estudantil das escolas ocupadas decidiu manter o movimento e promover o Dia D – ocupa tudo -, na próxima segunda-feira (13). Os estudantes secundaristas irão fazer um ato, partir das 14h, em frente ao Palácio Piratini. O governo José Ivo Sartori (PMDB) entregou, na última terça-feira (7), uma carta com a resposta às reivindicações dos estudantes, que ocupam mais de 120 escolas em todo o Estado. Entretanto, a proposta da Secretária Estadual de Educação não foi considerada satisfatória pelo movimento.
Ao mesmo tempo em que ocorria a assembleia, o governo ingressava com uma ação na Justiça pedindo a desocupação das escolas em 48 horas para a retomada das aulas na próxima segunda-feira. Até a noite desta sexta, a Justiça não havia se manifestado. “A gente já sabe, mas nós vamos manter as ocupações”, declarou Ana Paula Santos, do comando estudantil das escolas ocupadas, após a assembleia, sobre a decisão do governo em recorrer à Justiça.
Os secundaristas reivindicam melhorias na infraestrutura dos prédios, contratação de professores e funcionários para resolver o déficit e também uma verba mensal destinada à manutenção das escolas. Na proposta apresentada no dia 7 aos estudantes, o governo do Estado prometeu fazer um depósito de R$40 milhões na conta das escolas que precisam de reparos urgentes. Já quanto ao recurso mensal, o Piratini informou que seria priorizado após a integralização do pagamento da folha salarial dos servidores públicos estaduais. Com relação à falta de professores, a carta diz que “eventuais e pontuais ausências de professores serão sanadas com a maior brevidade possível”. A merenda escolar, outro problema frequentemente citado pelos estudantes que ocupam as escolas, também está dentro do pacote de propostas.
Em nota depois da assembleia, os estudantes avaliaram que, “embora tanto o valor de R$ 40 milhões (o que geraria somente R$ 16 mil para cada uma das 2.500 escolas estaduais de ensino fundamental e médio) quanto o prazo para apresentação de um cronograma somente ao final do mês são insuficientes.” Contudo, eles consideram um avanço a instalação da Comissão de Fiscalização para acompanhamento das obras emergenciais de infraestrutura.
Também na assembleia, os secundaristas reafirmaram a importância de o governo cumprir a promessa “de não realizar qualquer tipo de retaliação aos estudantes em virtude do movimento de ocupações e que sejam imediatamente anuladas as transferências de alunos ocupantes realizadas por Coordenarias Regionais de Educação (CRES).”