Se havia alguma dúvida sobre a instabilidade emocional do Inter, um time pressionado pela sequência de 13 jogos sem vitória, ela terminou aos 43 minutos do segundo tempo do jogo da tarde deste domingo, no Beira-Rio (26.130 torcedores).
Valdívia tomou a frente de Seijas e de Ariel e decidiu bater o pênalti que daria a esperada vitoria. Ele bateu forte, procurando o canto direito, mas errou. A bola saiu enquanto o jogador baixava a cabeça, quase em desespero, e a torcida erguia os braços, sem acreditar. A vitória, que esteve tão perto, voltava a escapar.
O pênalti perdido manteve o empate em 1 a 1 com o São Paulo e a situação dramática do time na tabela.
E foi um jogo em que o Inter teve chances de chegar aos três pontos. Teve pelo menos 15 conclusões, acertou duas vezes o travessão, mas não conseguiu marcar. Na hora da escolha, a instabilidade prejudicava, como aconteceu em muitos outros jogos da sequência de 13 partidas sem vitória – 39 pontos disputados e apenas quatro conquistados.
O São Paulo teve três conclusões em todo o jogo – e Danilo fez duas defesas, uma aos 31 minutos do primeiro tempo (chute de longe, de Cueva) e outra em um cruzamento de Chávez, ao dois do segundo. Mesmo assim, fez 1 a 0 numa das duas tentativas que fez ao longo da fase inicial.
Ao tentar evitar a conclusão de Hudson, Paulão arriscou o carrinho e errou. Bateu na perna direita do jogador, que foi ao chão. Pênalti. Na cobrança, aos 36 minutos, Cueva fez 1 a 0.
A partir daí, ficou evidente que o técnico Ricardo Gomes repetiria a estratégia utilizada pelo Botafogo na vitória no Beira-Rio. Fechou bem o sistema defensivo, passou a tirar os espaços e a apostar em contra-ataques. Teve poucas chances, mas contou com a insegurança do Inter.
Do time de Celso Roth, mais uma vez Seijas passou a tomar todas as iniciativas, a buscar o jogo, a empurrar seu ataque.
Na volta para o segundo tempo, o Inter tinha Ariel no lugar de Nico López. Roth queria um jogador mais posicionado para aproveitar os cruzamentos. Aos oito minutos, ele quase marcou, ao dominar na área, girar e bater firme. Dênis fez grande defesa.
Foi um período de sufoco do Inter. Aos nove, Paulão recebeu livre e só não marcou porque no momento do chute Dênis estava em cima (foto). Aos 10, Dênis fez outra excelente defesa e, no rebote, Seijas bateu firme. A bola desviou na perna do zagueiro Lyanco, subiu e acertou o travessão. Aos 12, ele defendeu a bola desviada de cabeça por Ariel.
Aos 37, depois de lances sem muito perigo, Ariel recebeu passe rasteiro, driblou Dênis e tocou para a goleira vazia. Só não fez o gol porque Mena, de carrinho, salvou. Na cobrança de escanteio, Ernando cabeceou, a bola desviou na perna de Mena e enganou Dênis. O gol do alívio da torcida: 1 a 1.
Aos 42, Eduardo Henrique sofreu pênalti, semelhante ao cometido por Paulão. Na cobrança, Valdívia perdeu a grande chance de encerrar o drama do Inter.
Na próxima rodada, o time de Roth enfrenta o Sport em Recife.