Esporte
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30 de novembro de 2016
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13:55

Mário Sérgio, ídolo e campeão de duas torcidas

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Sul 21
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Foto: reprodução
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Do Blog do Mário Marcos

Entre as mais de 70 vítimas da tragédia com o avião da Chapecoense, no início da madrugada de terça-feira, e que abalou o ambiente do futebol em todos os lugares, estava um personagem que marcou a história da dupla Gre-Nal.

Mário Sérgio Pontes de Paiva (1950 – 2016), aquele que tinha tanta técnica que olhava para um lado e dava o passe preciso para o outro, revelado pelo Vitória, foi ídolo das torcidas e dos parceiros de profissão. Depois que largou o futebol, virou um dos melhores comentaristas brasileiros. Atualmente, trabalhava na Rede Fox.

Mário foi fundamental em dois momentos de Inter (no título invicto de 1979) e Grêmio (Mundial de 1983, em Tóquio).

Em outras ocasiões, treinou também o Inter e foi uma espécie de coordenador do Grêmio em um dos piores momentos do time.

Era tão diferenciado que nos dois momentos seu nome surgiu como condição para que a Dupla conquistasse títulos. Quem lembrou disso foram outros dois ídolos dos clubes, que tiveram papel decisivo na contratação do então jogador: Falcão, parceiro de Mário Sérgio no time campeão invicto, e Valdir Espinosa, técnico do campeão mundial.

Um deles foi Falcão: ‘O mais habilidoso que conheci’

– Foi o jogador mais habilidoso que conheci. Ele estava na Argentina e perguntei se queria vir jogar no Inter. Ele disse que viria correndo. Falei com o Gilberto Medeiros para trazer o Inter. O Mário era um cara maravilhoso com os amigos e foi assim em 79. Puxava a fila. Foi exemplar. A qualidade técnica do Mário era espantosa. E era aglutinador. Sempre se importava com os que menos apareciam, o roupeiro, auxiliar do massagista. Ele dizia que todo mundo bajulava os jogadores e ele se preocupava com os outros. Era louco de tão amigo.

O outro foi Espinosa: ‘Me deem o Mário e seremos campeões’

– O Mário era extraordinário, para mim um dos maiores que vi jogar. No espaço de um palmo, ele fazia a coisa acontecer. Não precisava um campo inteiro, um palmo para ele era suficiente. Eu sabia que ninguém queria o Mário porque ele era um bagunceiro. E na primeira vez que falei nele quase me mandaram embora do Grêmio. Disse: ‘me deem o Mário que nós seremos campeões’. Moral da história: se não me dessem o Mário e perdesse, a culpa seria deles. Liguei para o Mário e disse: conto contigo. Ele perguntou se o pagamento era em 30 dias e liguei para o presidente: se o pagamento dele for sem atraso, seguro a fera. E ele veio.


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