

Lucas Figueiredo
Você provavelmente nunca terá ouvido falar no GEO-PR, um megabanco de dados criado durante a gestão Lula na Presidência da República com o propósito de proteger territórios indígenas, terras de pequenos agricultores e o meio ambiente. Dificilmente, você saberá também que dezenas de órgãos públicos dos três níveis de governo aceitaram ceder a esse sistema o acesso direto a seus próprios bancos de dados. O GEO-PR não é apenas um projeto que quase ninguém conhece.
The Intercept Brasil revela com exclusividade que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) transformaram esse superbanco de dados em uma poderosa ferramenta de vigilância de movimentos sociais, a maior conhecida até o momento. Alimentado coletivamente por ministérios e autarquias, o sistema teve, com o passar dos anos, o seu uso expandido. Um documento oficial do GEO-PR obtido por The Intercept Brasil mostra que ele foi usado para monitorar comunidades indígenas e quilombolas, assentamentos rurais, além de ONGs, mobilizações, greves e manifestações que ocorreram no país.
Especialistas ouvidas por The Intercept Brasil afirmam ser preocupante que o governo ainda adote a prática comum em regimes autoritários de vigiar movimentos sociais e monitorar qualquer tipo de ação coletiva da sociedade. Informações deste tipo, dizem, são convertidas em instrumentos que facilitam a repressão quando caem em mãos erradas. Segundo elas, surpreende ainda que esse tipo de vigilância tenha ocorrido mesmo durante um governo dito de esquerda.
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