
Giovana Fleck
Na tarde do quarta-feira (15), Dia Nacional de Mobilização e Paralisação contra a Proposta de Emenda Constitucional 287, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) realizou uma aula pública junto com outra entidades sindicais sobre os impactos da reforma da Previdência. Centenas de pessoas se reuniram no Paço Municipal para ouvir as palestras de mais de 10 representantes das frentes de luta presentes.
“Esse evento foi pensado como proposta coletiva para promover a defesa da população”, afirmou Jonas Reis, um dos diretores gerais do Simpa. Segundo ele, o objetivo das palestras é explicar o significado e a extensão do “retrocesso da reforma da Gestão Temer” para a classe trabalhadora. Jonas explica que igualar o tempo de contribuição entre homens e mulheres, acabar com a aposentadoria especial e não levar em consideração o contexto dos trabalhadores rurais “joga na vala comum os direitos à aposentadoria”.

“Promover a reforma é desconhecer a dura realidade de quem trabalha e as diferenças de contextos”, declarou a também palestrante Carmen Padilha. Assim como outras pessoas que discursaram, Carmen reforçou a necessidade de união entre os participantes e a sociedade civil como um todo. “Só aprofundando a unidade que existe entre nós é que impediremos que a reforma passe”. “Vem pra luta”, gritavam os espectadores para pessoas que passavam contornando a aula pública.
Presente no ato com a diretoria da escola onde trabalha, Roseli da Silva Cézar mostrava indignação com o fato de muitos não pararem para acompanhar a manifestação. “Deveria ter muito mais pessoas aqui. Tinha o triplo só no Carnaval de rua. Não é um direito só meu ou dos que estão presentes que eles estão revogando, é de todos nós”, declarou.
Os pronunciamentos seguiram formato curto, com menos de 10 minutos de duração, com destaque para a importância da luta para as gerações futuras. “Estão condenando a juventude inteira a não se aposentar”, afirmou o representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no ato, Amarildo Cenci. “Temos que educar a população para que possamos enfrentar com argumentos as barbaridades dessa reforma”, complementou.
Após o encerramento da aula, os manifestantes seguiram em marcha para a Esquina Democrática onde, às 17h, se iniciou um ato que deu continuidade ao dia de mobilizações.