
Gregório Mascarenhas
Professores da rede estadual de ensino realizaram, na manhã desta sexta-feira (4), um ato em frente à Secretaria Estadual de Educação (Seduc) contra o parcelamento dos salários dos servidores estaduais. A manifestação ocorre após o governo depositar apenas R$650 referente à primeira parcela do salário de julho dos servidores de Executivo. Uma comissão de pais, alunos, funcionários de escolas e docentes entregou um dossiê à Secretaria de Educação sobre a falta de professores e o sucateamento da escolas.
Na última terça-feira (4), professores se reuniram em uma assembleia sindical que decidiu de maneira unânime pelo início de uma greve que ocorrerá pelo menos até esta sexta-feira, quando uma nova convenção da categoria, a partir das 14h, avaliará sua continuidade.

O ato desta manhã começou por volta das 8h30, em frente à Secretaria. Ali, docentes, alunos e outros servidores falaram em um caminhão de som a respeito da precarização dos serviços públicos no Rio Grande do Sul. Professores chegaram a bloquear, quase às 10h, por alguns minutos, a avenida Borges de Medeiros, na altura da entrada do prédio que abriga a pasta. O bloqueio se deu porque, de acordo com o Cpers, uma das coordenações da secretaria responsável por receber o dossiê – o titular da pasta, Ronald Krummenauer, não estava na sede – se recusou a atender a comissão, alegando se tratar de muitas pessoas. Um grupo menor, depois de um acordo, entregou o documento.
A presidente do Cpres, Helenir Aguiar Schürer, questionou se “o secretário está com medo?”; e disse que Krrummenauer “não tem coragem de olhar os pais nos olhos e justificar o porquê de ainda faltar professor. Um secretário existe para enfrentar os problemas e buscar soluções”, argumentou a sindicalista.
Marcos Anderson da Silva Mano, aluno da Escola Estadual Emílio Massot, a primeira instituição ocupada no Rio Grande do Sul, no ano passado, disse que não havia somente professores no protesto. “Tem funcionário e estudante aqui também. Nós queremos dizer pro secretário que nós não admitimos fechamento de turmas, falta de turmas, falta de professor. Nós estamos desde o ano passado mobilizados, e junto com os professores, junto com os funcionários”, afirmou o estudante.
O protesto, logo após, seguiu em marcha até a Escola Técnica Estadual Ernesto Dornelles, que fica no centro da Capital. A ida se deveu ao fato de que um cartaz que denunciava o parcelamento, pendurado por professores na fachada da instituição, teve ordens de ser retirado – o deputado Marcel Van Hatten (PP) teria encaminhado, segundo o Cpers, um pedido ao Ministério Público para que a faixa fosse suprimida.
Após a passagem pela escola, professores subiram a rua Duque de Caxias em direção ao Piratini, onde o ato se encerrou, perto do meio-dia.


