
Luís Eduardo Gomes
Funcionários da Caixa Econômica Federal realizam nesta quarta-feira (23), em diversas capitais do País, atos em defesa da manutenção do banco 100% público e por melhores condições de trabalho. Em Porto Alegre, um grupo de bancários realizou falas e distribuiu panfletos diante da agência da Caixa da Praça Alfândega, denunciando o “sucateamento” da instituição. A intenção dos organizadores – a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae) – é realizar atos semelhantes pelo Brasil durante todas as próximas quartas-feiras.
“A gente está combatendo o desmonte. A reestruturação da Caixa, nos moldes como está sendo implementada hoje, está desmontando a Caixa por dentro”, diz Gilmar Aguirre, diretor suplente da Contraf.
Segundo ele, no Rio Grande do Sul, já estão em andamento mudanças como a redução do número de funcionários que atuam na área de Fundo de Garantia, que faz a gestão do FGTS em todo o Estado. “Para teres uma ideia, de uma lotação de 86 empregados, vão ficar de 8 a 12 no Estado inteiro tratando da área, que não é só pagar o FGTS, tem toda a questão de arrecadação e controle, repasse de financiamentos em infraestrutura para prefeituras e o próprio estado”, diz, acrescentando que os funcionários do banco sequer sabem o que está acontecendo.
Aguirre salienta que informações extra-oficiais apontam que, de uma meta de demissão de 10 mil funcionários estabelecida pela direção da Caixa, cerca de seis mil já teriam sido desligados. Além disso, entre 100 e 120 agências estariam em estudo para serem fechadas. Porém, ele diz que, em Porto Alegre, ainda não houve o fechamento de nenhuma agência. “Quando o banco faz plano de demissão voluntária (PDV) sem reposição de vagas, quem o prejudicado? O banco? Não, é a população que não vai ter gente suficiente para atendê-la”, afirma. “Nesse horário do meio dia, vai em qualquer agência da Caixa e vê como que está a fila na boca do caixa”.
Para os sindicalistas – o ato foi apoiado pelo Sindbancários -, a intenção do governo é retirar a Caixa de parte do mercado em que atua e ceder espaço para os bancos privados “que apoiaram e financiaram o golpe”, como disse um manifestante ao microfone. Eles entregaram um panfleto em que denuncia que a reestruturação da Caixa está atingindo programas como o FIES, o Minha Casa Minha Vida e até o saque o FGTS.