A Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) informou nesta terça-feira (22) que solicitou à empresa de segurança que atua na instituição as imagens das câmeras do circuito interno de vigilância para identificar os responsáveis pelo ato de apologia ao nazismo registrado na universidade na semana passada.
No dia 15 de abril, o Diretório Central Acadêmico (DCE) da UFCSPA denunciou que um cartaz institucional colocado no subsolo do prédio 1 da universidade foi vandalizado com uma suástica. “O crime configura expulsão, e não arredaremos o pé até que isso aconteça”, defendeu do DCE.
As imagens solicitadas são referentes a todo material disponível das câmeras desde janeiro deste ano até as 19h de 16 de abril. As imagens das câmeras de segurança serão repassadas à Polícia Federal e à Polícia Civil do Rio Grande do Sul para investigação. Internamente, as imagens serão encaminhadas para a Ouvidoria da UFSCPA.
A instituição informa que, a depender do vínculo de quem praticou o ato – servidor, aluno ou terceirizado -, será aberto o procedimento correspondente de responsabilização e aplicação das sanções cabíveis.
Na noite do dia 15, a Reitoria da UFCSPA informou que tomou conhecimento do caso e que, tão logo informada, iniciou a apuração dos fastos “com o objetivo de identificar a autoria e as circunstâncias do ocorrido, para que todas as medidas cabíveis sejam tomadas com a urgência e a seriedade que o caso exige”.
Em nova manifestação sobre o caso no dia seguinte (16), a Reitoria destacou que a Ouvidoria da UFCSPA recebeu a denúncia e orientou a imediata retirada do cartaz, bem como acionou a Prefeitura do Campus para averiguação das imagens das câmeras de segurança do local e busca por outras evidências. Informou ainda que convocou uma reunião institucional com representantes do Centro de Educação e Memória do Holocausto da organização StandWithUs Brasil, com o objetivo de aprofundar ações no combate ao antissemitismo e à intolerância, bem como consultou a Procuradoria Federal junto à UFCSPA sobre as medidas administrativas e jurídicas cabíveis.
“Em 2024, a universidade, por meio do Conselho Universitário, instituiu sua Política de Cultura de Paz e Resolução Consensual de Conflitos, que orienta toda a comunidade acadêmica à adoção de valores, atitudes e práticas que promovam o respeito à vida, aos direitos humanos e às liberdades fundamentais”, disse a Reitoria na ocasião.
Já nesta terça, a Reitoria destaca que a apuração interna dos fatos segue em andamento, mas não tem data precisa para ser encerrada, bem como a UFCSPA acompanha os apontamentos das investigações policiais.
“A UFCSPA reforça que repudia com veemência qualquer forma de discriminação, intolerância ou apologia ao ódio, especialmente aquelas que remetem a ideologias responsáveis por violações graves aos direitos humanos. A universidade reafirma que suas respostas devem ser sempre guiadas por racionalidade, escuta ativa, com firmeza, responsabilidade e compromisso com a transformação social. A comunidade acadêmica será informada de novos desdobramentos assim que houver atualizações relevantes”, finaliza a nota.
