
A vereadora Karen Santos (Psol) visitou nesta quarta-feira (26) a Escola Municipal Neuza Brizola, onde verificou uma situação de insalubridade causada pelo calor extremo. Na cozinha da instituição, cinco trabalhadoras terceirizadas desempenhavam suas funções com uma sensação térmica de 74°, segundo aferido pela própria vereadora.
Em suas redes sociais, Karen Santos relatou ainda que a escola estava com falta de abastecimento de água, até que um caminhão pipa foi deslocado para a instituição: “Os próprios professores estavam tendo que gastar recursos do próprio bolso para garantir água para os estudantes”.
O gabinete da vereadora recolheu relatos de trabalhadores de diversas escolas do município. Na EMEF Lidovino Fanton foi aferida sensação térmica de 91° na cozinha. Na EMEF Gilberto Jorge, um termômetro marcou 62°, também na cozinha e na EMEI Ponta Grossa, 64°, todas com fornos e fogões ligados e pouca ventilação. Há relatos de dor de cabeça, pressão baixa e até vômito entre os trabalhadores.
“Não é um caso isolado”, afirma Karen Santos. A vereadora diz que diretores e professores estão com medo de denunciar a situação após a destituição de dois diretores pela Secretaria Municipal de Educação. “É preciso que a comunidade escolar se mobilize e pressione a Prefeitura para que ações reais sejam tomadas e nossas escolas se tornem locais adequados para o aprendizado de todos”.
A diretora da Associação dos Trabalhadores/as em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa), Rosele Bruno de Souza, confirma que os profissionais estão amedrontados, mas que, ainda assim, a entidade recebeu diversos relatos de problemas causados pelo calor extremo nas escolas. “Crianças passando mal, professores passando mal. Tem escolas que estão com falta de água, outras com falta de luz. Tem direção comprando prato plástico para economizar água. E, mesmo nessas escolas, ele [secretário municipal de Educação, Leonardo Pascoal] não está deixando fechar. Pedimos que as escolas pudessem suspender as aulas ou fazer meio turno, mas ele não abriu a possibilidade”.
A associação encaminhou ofício para o Ministério Público e nesta quinta (27) terá reunião com a Defensoria Pública sobre a questão do calor extremo nas escolas.