
As secretárias estaduais de Educação, Raquel Teixeira; e de Obras Públicas, Izabel Matte, se reunirão com a diretoria do Cpers na manhã desta terça-feira (25) para debater medidas de enfrentamento ao calor extremo nas escolas. Os termômetros devem se aproximar dos 40°C em várias regiões do Estado nesta terça e também quarta-feira (26).
Na última sexta-feira (21), antes de consultar o sindicato, a secretária Raquel Teixeira enviou um ofício aos coordenadores regionais de educação e diretores de escolas com diversas orientações para as instituições de ensino enfrentarem o calor. Entre as medidas estão a mudança de horário de entradas e saídas para evitar os momentos de maior calor, alteração dos horários das aulas de educação física e demais tarefas ao ar livre, abrir portas e janelas para manter as salas de aula bem ventiladas, fechar as persianas ou cortinas e garantir acesso a água potável durante todo o dia.
“Vamos cobrar algumas formas de orientação que realmente atendam nossa categoria, pela insalubridade nos espaços das escolas”, afirma a presidente do Cpers, Rosane Zan. “Ela [Raquel Teixeira] vem dizendo que tem que responder para a sociedade, que os alunos têm que estar na escola, que tem que ter merenda, que tem que ter água. Tem muitas escolas que a gente sabe que tem poucos bebedouros. Em uma escola em Santa Maria, ligaram os aparelhos de ar-condicionado e deu um curto-circuito, para ver como é a qualidade da parte elétrica das escolas. Queremos que a secretária nos apresente como vai ser essa organização para colocar as escolas em condições. Esses são os pontos que vamos cobrar amanhã”, explica.
Para a dirigente sindical, a possível mudança de horários para evitar o calor pode expor alunos e professores à insegurança. “Isso também não ajuda, daqui a pouco está expondo as pessoas, ainda mais na Grande Porto Alegre”, diz.
O sindicato deverá propor que o ensino remoto seja utilizado como medida para evitar o calor extremo, apesar de destacar a importância de o aluno ir à escola. Para 2026, o Cpers quer que o calendário seja repensado. “O governo do Estado resolveu começar as aulas no dia 10 de fevereiro, quando historicamente nunca se iniciou no mês de fevereiro na rede estadual”, relembra Zan.
A presidente do Cpers não descarta nova ação judicial, mas diz que isso só ocorrerá em último caso. “A princípio, sempre fizemos como medida emergencial quando não tivemos respostas da Seduc e da Casa Civil. Em último caso, se a gente não conseguir um protocolo para esses dias de alto calor, é a última medida”.