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18 de novembro de 2024
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18:51

Censo: 15 bairros de Porto Alegre têm queda de 20% ou mais na população; veja quais são

Por
Luciano Velleda
lucianovelleda@sul21.com.br
Observatório das Metrópoles diz que dados vão na contramão do discurso da Prefeitura e das construtoras de aumento da densidade na Capital. Foto: Luiza Castro/Sul21
Observatório das Metrópoles diz que dados vão na contramão do discurso da Prefeitura e das construtoras de aumento da densidade na Capital. Foto: Luiza Castro/Sul21

Os dados definitivos de população por setores censitários do Censo Demográfico 2022, divulgados na última quinta-feira (14), indicam o fluxo de moradores nos bairros de Porto Alegre, mostrando quais regiões da cidade ganharam moradores e quais perderam desde o levantamento de 2010.

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De acordo com análise do Observatório das Metrópoles, os cinco maiores aumentos ocorreram nos bairros Pedra Redonda (108%), Chapéu do Sol (90,4%), Jardim Europa (90,2%), Pitinga (61,1%) e Lami (55,7%). Em sentido oposto, as cinco maiores quedas foram nos bairros Anchieta (-60,9%), Praia de Belas (-33,3%), Jardim Floresta (-32,6%), Serraria (-29,7%) e Cascata (-29%).

“Apesar do discurso da Prefeitura e das construtoras de aumento da densidade, os dados mostram que as políticas adotadas em Porto Alegre nos últimos anos estão levando não só a uma queda na população da cidade, mas também ao espraiamento dessa população”, destaca o Observatório das Metrópoles.

Confira a lista com os maiores aumentos e quedas de população nos bairros de Porto Alegre:

Maiores aumentos 

Pedra Redonda   108%

Chapéu do Sol      90,4%

Jardim Europa    90,2%

Pitinga                  61,1%

Lami                      55,7%

Hípica                   53,6%

Jardim do Salso    49,3%

Aberta dos Morros   37,9%

Guarujá                      27,7%

Lageado                     26,7%

Extrema                     19,1%

Boa Vista do Sul       17,1%

Restinga                     16,7%

Mário Quintana        15,6%

Agronomia                 14,8%

Morro Santana          11,9%

Humaitá                     10,8%

Maiores quedas

Anchieta     -60,9%

Praia de Belas    -33,3%

Jardim Floresta    -32,6%

Serraria   -29,7%

Cascata   -29%

Vila Conceição   -28,2%

Floresta    -24,1%

Navegantes   -23,4%

Arquipélago   – 23%

Cristal   -22,2%

Medianeira   -22%

Centro Histórico   -21,9%

Santa Tereza   -20,8%

Vila João Pessoa   -20%

São Geraldo   -20%

Santa Cecília   -19,6%

Farroupilha    -19,5%

O Rio Grande do Sul tinha 1,1 milhão de domicílios particulares permanentes não ocupados em 2022 e, deste total, 128,2 mil (12,1%) estavam em Porto Alegre. Na Capital, os apartamentos representavam 67,8% dos domicílios de uso ocasional e 60,1% dos vagos, ante 30,3% e 36,7% de casas, respectivamente.

Além de Porto Alegre, o apartamento era o tipo de habitação mais comum entre os domicílios usados ocasionalmente em outros sete municípios: Gramado (67%), Capão da Canoa (66,2%), Passo Fundo (63,2%), Santa Maria (59,9%), Lajeado (55,2%), Ijuí (50,5%) e Canoas (50%). Já no caso dos domicílios vagos, os apartamentos predominavam em dois municípios além da capital: Santa Maria (50,7%) e Carlos Barbosa (50,7%). 

Conforme o Censo Demográfico 2022, a quantidade e a distribuição no Brasil dos domicílios particulares permanentes sem moradores são divididos de dois modos: os vagos e os de uso ocasional – que são estruturas residenciais que eram utilizadas, mas sem ser a residência principal de alguma pessoa. No caso do RS, a pesquisa contabilizou 458,5 mil domicílios particulares permanentes de uso ocasional. A categoria abrange casas de veraneio, imóveis residenciais voltados para locação de curta duração e repúblicas de estudantes (desde que nenhum estudante utilize o imóvel como residência principal), entre outros. 

Já o domicílio particular permanente vago é a residência que na data de referência não se encontrava ocupada e nem era utilizada ocasionalmente – o Censo de 2022 registrou 604,4 mil domicílios nessa categoria em todo o estado.

Ao contrário de Porto Alegre, quando a análise é feita em todo o RS, as casas predominam tanto entre os domicílios vagos quanto entre os domicílios de uso ocasional. A proporção nestes casos, porém, foi ligeiramente inferior à proporção verificada entre os domicílios ocupados. Enquanto entre os domicílios particulares permanentes ocupados as casas representavam 79,7% do total, entre os domicílios de uso ocasional essa proporção foi de 75,8% e entre os domicílios vagos, de 66,1%. No sentido oposto, houve uma maior participação dos apartamentos entre os domicílios de uso ocasional (21,3%) e vagos (29,6%) do que entre os domicílios particulares permanentes ocupados (18,8%).


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