
Os dados definitivos de população por setores censitários do Censo Demográfico 2022, divulgados na última quinta-feira (14), indicam o fluxo de moradores nos bairros de Porto Alegre, mostrando quais regiões da cidade ganharam moradores e quais perderam desde o levantamento de 2010.
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De acordo com análise do Observatório das Metrópoles, os cinco maiores aumentos ocorreram nos bairros Pedra Redonda (108%), Chapéu do Sol (90,4%), Jardim Europa (90,2%), Pitinga (61,1%) e Lami (55,7%). Em sentido oposto, as cinco maiores quedas foram nos bairros Anchieta (-60,9%), Praia de Belas (-33,3%), Jardim Floresta (-32,6%), Serraria (-29,7%) e Cascata (-29%).
“Apesar do discurso da Prefeitura e das construtoras de aumento da densidade, os dados mostram que as políticas adotadas em Porto Alegre nos últimos anos estão levando não só a uma queda na população da cidade, mas também ao espraiamento dessa população”, destaca o Observatório das Metrópoles.
Confira a lista com os maiores aumentos e quedas de população nos bairros de Porto Alegre:
Maiores aumentos
Pedra Redonda 108%
Chapéu do Sol 90,4%
Jardim Europa 90,2%
Pitinga 61,1%
Lami 55,7%
Hípica 53,6%
Jardim do Salso 49,3%
Aberta dos Morros 37,9%
Guarujá 27,7%
Lageado 26,7%
Extrema 19,1%
Boa Vista do Sul 17,1%
Restinga 16,7%
Mário Quintana 15,6%
Agronomia 14,8%
Morro Santana 11,9%
Humaitá 10,8%
Maiores quedas
Anchieta -60,9%
Praia de Belas -33,3%
Jardim Floresta -32,6%
Serraria -29,7%
Cascata -29%
Vila Conceição -28,2%
Floresta -24,1%
Navegantes -23,4%
Arquipélago – 23%
Cristal -22,2%
Medianeira -22%
Centro Histórico -21,9%
Santa Tereza -20,8%
Vila João Pessoa -20%
São Geraldo -20%
Santa Cecília -19,6%
Farroupilha -19,5%
O Rio Grande do Sul tinha 1,1 milhão de domicílios particulares permanentes não ocupados em 2022 e, deste total, 128,2 mil (12,1%) estavam em Porto Alegre. Na Capital, os apartamentos representavam 67,8% dos domicílios de uso ocasional e 60,1% dos vagos, ante 30,3% e 36,7% de casas, respectivamente.
Além de Porto Alegre, o apartamento era o tipo de habitação mais comum entre os domicílios usados ocasionalmente em outros sete municípios: Gramado (67%), Capão da Canoa (66,2%), Passo Fundo (63,2%), Santa Maria (59,9%), Lajeado (55,2%), Ijuí (50,5%) e Canoas (50%). Já no caso dos domicílios vagos, os apartamentos predominavam em dois municípios além da capital: Santa Maria (50,7%) e Carlos Barbosa (50,7%).
Conforme o Censo Demográfico 2022, a quantidade e a distribuição no Brasil dos domicílios particulares permanentes sem moradores são divididos de dois modos: os vagos e os de uso ocasional – que são estruturas residenciais que eram utilizadas, mas sem ser a residência principal de alguma pessoa. No caso do RS, a pesquisa contabilizou 458,5 mil domicílios particulares permanentes de uso ocasional. A categoria abrange casas de veraneio, imóveis residenciais voltados para locação de curta duração e repúblicas de estudantes (desde que nenhum estudante utilize o imóvel como residência principal), entre outros.
Já o domicílio particular permanente vago é a residência que na data de referência não se encontrava ocupada e nem era utilizada ocasionalmente – o Censo de 2022 registrou 604,4 mil domicílios nessa categoria em todo o estado.
Ao contrário de Porto Alegre, quando a análise é feita em todo o RS, as casas predominam tanto entre os domicílios vagos quanto entre os domicílios de uso ocasional. A proporção nestes casos, porém, foi ligeiramente inferior à proporção verificada entre os domicílios ocupados. Enquanto entre os domicílios particulares permanentes ocupados as casas representavam 79,7% do total, entre os domicílios de uso ocasional essa proporção foi de 75,8% e entre os domicílios vagos, de 66,1%. No sentido oposto, houve uma maior participação dos apartamentos entre os domicílios de uso ocasional (21,3%) e vagos (29,6%) do que entre os domicílios particulares permanentes ocupados (18,8%).