
Na tarde desta sexta-feira (25), pais, alunos, professores e funcionários da Escola Estadual de Ensino Fundamental Leopolda Barnewitz se reuniram em frente ao Palácio Piratini, durante uma manifestação contra a proposta de municipalização e a possível extinção do turno integral da instituição, localizada na Cidade Baixa. O objetivo do protesto foi pressionar o governo do Estado e a Secretaria Estadual de Educação (SES) para que mantenham o modelo de ensino em período integral, argumentando que o repasse da escola ao município não é necessário e poderia prejudicar a qualidade da educação.
De acordo com o governo estadual, a municipalização seria a única maneira de incluir turmas de Educação Infantil na escola. No entanto, a comunidade propôs um modelo de gestão compartilhada, onde o Estado se manteria à frente da instituição, preservando o turno integral e, simultaneamente, criando espaço para as crianças mais novas.
Jaqueline Brizola, presidente do Conselho Escolar, pontuou o temor de que a municipalização ocorra sem consulta à comunidade, além de cobrar a realização de eleições para a direção da escola, suspensas devido à possível mudança de gestão. “Desse o início do ano temos recebido notícias que a escola seria municipalizada e nós não tivemos nenhuma informação oficial a respeito disso, sobretudo dos pais que precisam da escola em turno integral porque trabalham e não têm com quem deixar seus filhos. Esperamos uma resposta do governo diante desse ato simbólico”, diz.
Adriana Martin, mãe de dois alunos da escola, reforçou a necessidade da manutenção do modelo. “A gente precisa cada vez mais do turno integral, inclusive em mais escolas na região da Cidade Baixa, principalmente do 1º ao 5º ano. A nossa ideia seria ampliar até o 9º ano do Fundamental, trazendo os alunos para o integral também. Tem falta de escolas com esse tipo de ensino”, defende.
Em apoio a mobilização, a deputada Sofia Cavedon (PT) acrescentou que o Estado tem falhado em cumprir as metas do Plano Estadual de Educação para o ensino em período integral e criticou a proposta de repassar a instituição ao município. Segundo ela, essa medida representaria um “descumprimento” do compromisso com o ensino de qualidade e deixaria milhares de alunos fora da escola.
Para fortalecer o ato, a comunidade entregou aos representantes do governo um abaixo-assinado com centenas de apoiadores e uma Ata do Conselho Escolar. Além disso, uma reunião com o secretário municipal de Educação de Porto Alegre, José Paulo da Rosa, foi agendada para a próxima quarta-feira (30).
A ação foi organizada em conjunto com o 39º núcleo do Cpers. Também participaram a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) e os vereadores Roberto Robaina (PSOL) e Jonas Reis (PSOL).
