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25 de setembro de 2024
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16:41

Permissionários aguardam Prefeitura iniciar obras em bares que seguem destruídos na Orla do Guaíba

Por
Luís Gomes
luisgomes@sul21.com.br
Cenário é de devastação em bares do Trecho 1 da Orla | Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Cenário é de devastação em bares do Trecho 1 da Orla | Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Quase cinco meses após o início das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul e Porto Alegre, um grupo de empresários ainda aguarda para saber quando poderão retomar suas atividades: os permissionários dos bares dos trechos 1 e 3 da Orla do Guaíba. Quem visita os espaços, pode ver que o público já voltou a frequentá-los quase normalmente, mas os bares que ficavam a nível térreo em ambos os trechos permanecem destruídos, como uma cicatriz permanente da cheia histórica do Guaíba.

“Já está tudo voltando a trabalhar, Mercado Público, Rodoviária, a Orla os caras não conseguem botar a funcionar”, diz Leandro da Silva de Oliveira, permissionário de um bar no Trecho 1 e de outros dois no Trecho 3.

O empresário diz que os permissionários dos bares se reuniram recentemente com a Prefeitura e foram informados de que os projetos para restauração dos espaços estavam em fase de conclusão. “A princípio, não foi nos dito nada quando nós poderemos retornar. Não tem uma estimativa, se vai ser daqui a 20 dias, um mês ou 40 dias. Nada”, afirma.

Permissionário do restaurante 360 POA Gastrobar e de um bar térreo no Trecho 1, Edemir Simonetti conta que o primeiro estabelecimento, apesar dos prejuízos, por estar em um nível mais elevado, conseguiu retornar à operação há cerca de 30 dias. Ele é mais otimista com relação às conversas com a Prefeitura, estimando que as obras possam ser iniciadas até 1º de outubro e concluídas até o final do mês. As datas, contudo, não foram confirmadas pela Prefeitura quando procurada pela reportagem do Sul21.

 

Espaços foram vandalizados e permanecem “abandonados” à espera de reformas | Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Responsáveis pela reforma, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) e o Escritório de Reconstrução da Prefeitura informam que o projeto e orçamentos para a revitalização do Trecho 3 da Orla, o que inclui a estrutura comercial, estão sendo finalizados pelos técnicos das pastas e a expectativa é de que sejam encaminhados para a empresa que realizará as obras “nas próximas semanas”. Já a situação do Trecho 1 ainda está em fase de análise.

A Smamus informa ainda que, como medida para mitigar os impactos até as obras de recuperação serem finalizadas, autorizou a instalação de containers de 20 pés no trecho 3 da Orla. “Os comerciantes interessados em implantar as estruturas temporárias para operar enquanto transcorre a obra das edificações, já possuem a localização, sempre próxima aos pontos atuais. Técnicos da Smamus estão fiscalizando os trâmites e, posteriormente, fiscalizarão as obras”, diz nota da secretaria.

A liberação do uso de contâiner vai permitir que Leandro retome sua operação no Trecho 3. Ele já encomendou o equipamento e aguarda a chegada. Já com relação ao Trecho 1, destaca que, antes da conclusão da revitalização, é impossível para os permissionários tomarem qualquer iniciativa de retomada das atividades. “Não tem como liberar, lá embaixo está tudo destruído. Não tem vidro na frente, tem parede que está destruída, não tem como fazer nada lá embaixo. Em todo esse tempo que foi deixado ali, no abandono, aquilo foi depredado, foi roubado fiação elétrica, a parte de ar-condicionado. Os caras depredaram tudo, vandalizaram embaixo”, afirma.

 

Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Leandro e Edemir estimam que, entre equipamentos e estruturas danificadas que eles precisarão repor e perda de faturamento, os prejuízos contraídos desde maio já girem em torno de R$ 1 milhão cada.

Como contrapartida, defendem que os prazos dos contratos de permissão, válidos por três anos, sejam prorrogados ao menos pelo tempo em que terão permanecido fora de operação, mas que o ideal seria um período maior de prorrogação para compensar as perdas. No momento, a compensação em vigor é a suspensão do pagamento do aluguel. Ambos confiam que esse acordo será construído com a Prefeitura.

“Eu acredito que a Prefeitura vai nos dar um tempo a mais, até pelo tempo parado, pelo que a gente perdeu e pelo que deixamos de faturar. Acreditamos que vamos ter uma prorrogação de contrato e que algum benefício eles vão nos dar”, diz Leandro. “Os bares de baixo, acho que um bom senso é a gente conseguir o mesmo prazo que a própria concessionária vai ganhar da Prefeitura, porque foi um estrago astronômico. Penso que seja o mesmo alinhamento que a gente tenha com a Prefeitura, dois ou três anos além do contrato”, complementa Edemir, que acrescenta que, com relação ao 360 Gatrobar, já chegou a um acordo com a concessionária do Trecho 1, Gam3 Parks, de prorrogação do contrato.

Confira mais fotos: 

 

Foto: Isabelle Rieger/Sul21
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