Saúde
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10 de setembro de 2024
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19:09

Simpa aponta falhas na reabertura do posto Santa Marta; SMS diz que não era possível esperar mais

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
O térreo do Centro de Saúde Santa Marta ainda segue em obras e o atendimento inicia no primeiro andar. Foto: Isabelle Rieger/Sul21
O térreo do Centro de Saúde Santa Marta ainda segue em obras e o atendimento inicia no primeiro andar. Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Após 128 dias fora de operação em função das enchentes, o Centro de Saúde Santa Marta, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre, retomou parcialmente suas atividades na segunda-feira (9). O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) participou de uma vistoria no prédio para verificar as condições de trabalho e de atendimento aos usuários da unidade de saúde e apontou uma série de problemas na retomada da operação. Em conversa com o Sul21 nesta terça (10), o secretário municipal da Saúde, Fernando Ritter, afirmou que a decisão de reabrir o Santa Marta antes da conclusão de todas as reformas necessárias se deve à avaliação de que a população não poderia mais esperar pela reabertura.

Durante a visita, o Simpa apontou como um dos principais problemas o fasto dos elevadores continuarem em manutenção, o que traz problemas tanto para pacientes quanto para servidores que trabalham no local.

Para minimizar os impactos da falta dos elevadores, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) determinou que pacientes com mobilidade prejudicada devem ser atendidos no 1º andar e no térreo. No entanto, servidores relataram ao Simpa que a orientação para médicos realizassem o atendimento no primeiro andar nem sempre é suficiente, porque a maior parte dos atendimentos também exigiria a presença de outros profissionais da equipe.

“Após a consulta médica, por exemplo, a enfermagem segue com o atendimento, com procedimentos e orientações aos pacientes. Enquanto a direção do Sindicato fiscalizava, passou um pai carregando o carrinho escada acima para vacinar o bebê no 4° andar”, diz nota divulgada pelo sindicato.

Além do problema dos elevadores, o serviço de Raio X também não estava funcionando e os servidores relataram que o prédio seguia apresentando infiltrações, com acúmulo de água no piso e rachaduras nas paredes. “Na parte de dentro do prédio do Santa Marta, é possível verificar a deterioração das paredes externas, rachaduras, infiltrações e acúmulo de lixo no local, que é uma espécie de posto de luz”, diz a nota do Simpa.

De acordo com os trabalhadores, 70% dos serviços foram reativados na segunda-feira.

Em conversa com o Sul21, Fernando Ritter reconheceu que a falta de elevadores causa transtornos, mas explicou que só foi possível fazer a avaliação dos equipamentos há cerca de dez dias, quando foi concluída a restauração da rede elétrica. Ele avalia que os elevadores podem ser restaurados ainda antes do final do mês de setembro.

“Nós não tínhamos mais como esperar. A população estava realmente em processo de sofrimento pela necessidade de deslocamento de longa distância. Já pensou uma pessoa ali no entorno do Santa Marta, ou ali em volta do Gasômetro, ou ali na Duque ou ainda estendendo ali perto da Rodoviária, tendo que ir até o Modelo ou no IAPI para poder fazer atendimento. Acho que a gente também tem que se colocar no lugar das pessoas. Eu sei que é ruim, ninguém de nós gosta de fazer isso, conversamos com lideranças da região e todos eles foram unânimes em dizer que preferem que, mesmo que sem o elevador, ‘a gente voltando para a nossa casa é muito bom’”, disse o secretário.

O secretário também pontuou que medidas estão sendo adotadas para facilitar o trabalho dos servidores. “Com relação aos colegas, a gente tem avaliado cada caso. Quem tem dificuldade de locomoção, a gente manteve em outros locais. Quem disse ‘para mim, é ruim subir até o quarto andar’, a gente botou no primeiro andar. E é óbvio que ninguém queria esse processo, mas é uma questão de necessidade e de empatia, de se colocar no lugar das pessoas também. Nós temos aí mais de mil pessoas que acessam o Santa Marta por dia, só na farmácia são quinhentas. Nas unidades de saúde, centro de especialidades, tudo mais, passa de mil pessoas”, afirmou.

A expectativa da SMS é que a conclusão das reformas necessárias ocorra em breve.


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